Esta segunda-feira, a revista espanhola Panenka publicou uma entrevista a André Gomes, na qual o jogador do Barcelona confessou o «inferno» que tem vivenciado nos últimos tempos ao serviço do emblema catalão.
«Os primeiros seis meses foram bastante tranquilos, com o meu tempo de adaptação, os meus companheiros, foi espetacular, mas a partir daí as coisas mudaram um pouco. A palavra não é a mais correta, mas é um pouco um inferno. Comecei a ter mais pressão, mas com a pressão vivo bem, com o que não vivo bem é a pressão que coloco em mim. Sou demasiado autocrítico, demasiado perfeccionista», contou o médio.
O internacional português realçou o apoio dos colegas de equipas, mas admitiu estar abalado psicologicamente.
«Nos treinos estou tranquilo. Obviamente há dias em que estou um pouco mal, no que toca à confiança. Sei que sofri, que joguei um ou dois dias antes e ainda tenho a imagem negativa do jogo e que não me permite seguir em frente. Nos treinos é diferente porque me sinto bem com os meu colegas, que são espetaculares para mim, mas não consigo dar tudo o que podia porque a sensação que tenho dentro de campo é má», afirmou André Gomes.
O jogador de 24 anos, que chegou ao Barcelona na época passada, mostrou-se psicologicamente abalado e falou sobre o seu contacto com o público catalão.
«Para mim, pensar demasiado dói. (…) Fecho-me, não permito que esta frustração, não falo com ninguém, não a mostro a ninguém, é como se me sentisse envergonhado. Já me aconteceu várias vezes não querer sair à rua. O facto de as pessoas te poderem ver e terem uma opinião sobre ti... tenho medo de sair à rua por sentir vergonha da situação que atravesso», contou o antigo jogador do Benfica
Apesar do momento complicado, o médio do Barcelona admitiu que está a trabalhar para inverter a situação, mas que tem sido complicado.
«Estou a trabalhar fisicamente e a nível mental para ultrapassar essa barreira porque quero ser eu mesmo, que as pessoas me conheçam em Espanha, em Portugal e que saibam o que consigo fazer. O que muitas vezes me chateia, no bom sentido, é que as pessoas digam ‘tu podes fazer mais coisas boas’ e eu pergunto-me: ‘porque é que não as faço?’», finalizou.