VerdeRubro 26-04-2024, 17:41
*Com Miguel Amaral
Não tem sido uma época fácil para o Marítimo. A equipa, que até começou bem o campeonato, tem apresentado uma quebra de rendimento nos últimos meses, com destaque para a fraca produção ofensiva. Além de ser o pior ataque do campeonato (em igualdade com o Moreirense), os madeirenses não apresentavam um registo tão baixo de golos (18), ao fim de 23 jogos para a competição desde a temporada 1989/90.
Têm sido várias as justificações dadas para a escassez de golos que afeta os tricolores, a começar pelo cansaço pelo início de temporada antecipado devido à Liga Europa, o sistema de jogo de Daniel Ramos ou a falta de qualidade dos atacantes do atual plantel.
O técnico já utilizou quatro jogadores na posição de ponta-de-lança esta temporada (Rodrigo Pinho, Joel Tagueu, Éverton Nascimento e Viktor Ljundberg), com este quarteto a marcar em conjunto apenas por quatro vezes na Liga NOS. Nos últimos jogos este défice ofensivo tem-se acentuado, com a equipa a marcar por apenas uma vez nos últimos sete jogos.
O baixo número de golos apontados é uma tendência que já se verificou na temporada passada. Por esta altura na época transata, os verde-rubros tinham apenas mais um golo no campeonato (19). Parece claro que o sistema de jogo de Daniel Ramos privilegia a segurança defensiva, com o Marítimo a ser a terceira melhor defesa da competição em 2016/17 e a quinta da presente prova.
Prova da mudança de paradigma, em 2015/16 os madeirenses já tinham apontado 33 golos por esta altura. Nessa equipa orientada até janeiro por Ivo Vieira e depois por Nelo Vingada, destacavam-se nomes como Dyego Sousa e Marega, que já contabilizavam dez e cinco golos respetivamente à entrada da 24ª jornada. Comparando com a vigente época, o melhor marcador dos maritimistas é Ricardo Valente, com quatro tentos, ficando notória a diferença de poder de fogo dos dois plantéis.
É preciso recuar até 1989/90 para encontrarmos um registo pior do que o atual do Marítimo ao nível de golos marcados (16). Nessa época os verdes-rubros foram orientados pelo carismático Quinito e Joaquim Ferreira da Costa, destacando-se alguns nomes na linha atacante com passagens por Benfica (Wando) e FC Porto (Tozé e Paulo Ricardo). A equipa viria a terminar o campeonato na décima posição.
Sem ganhar há sete partidas, a pressão está do lado do treinador Daniel Ramos, com a sua continuidade a ser noticiada como dependente do jogo deste sábado com o Vitória SC. Apesar de o encontro com o Desportivo das Aves ter mostrado uma maior predisposição atacante em relação às últimas partidas, os adeptos maritimistas, normalmente habituados a equipas com boa produção ofensiva, exigem melhorias neste aspeto.