Está terminada a aventura russa, está aberta a época de férias para a seleção nacional. No derradeiro jogo, Portugal voltou a falhar um penálti, vingou-se do México com um golo nos descontos e venceria no prolongamento com uma grande penalidade conseguida por Adrien Silva.
Muito, muito diferente em nomes foi a equipa que Fernando Santos apresentou. Em nomes e na tática, já que se viu um Portugal a regressar ao 4x3x3 clássico, com Moutinho e Pizzi a serem os motores do meio-campo e com Gelson a abrir na direita e Nani na esquerda. Um sinal de que o plano, na ausência de Ronaldo, é este.
Um dos que se manteve do onze que caiu frente ao Chile nos penáltis foi André Silva (os outros foram Patrício e Eliseu). E, desse jogo para este, manteve-se também a tendência dos penáltis. O portista foi chamado à conversão de um castigo que o mesmo ganhou a Rafa Márquez - esse mesmo, 38 anos - mas viu Ochoa negar-lhe o golo.
⚠️ Rui Patrício é o 3.º guarda-redes mais utilizado na Seleção Nacional:
— playmakerstats (@playmaker_PT) 2 de julho de 2017
80 🇵🇹 Vitor Baía
79 🇵🇹 Ricardo
64 🇵🇹 Rui Patrício 👍
63 🇵🇹 Bento pic.twitter.com/pE7YRry89B
Isto depois de 15 minutos agradáveis, com mais Portugal, provavelmente a baralhar as marcações de um México que se apresentou com três centrais, a contar com o habitual 4x1x3x2 de Fernando Santos. Rui Patrício era assustado da mesma maneira que no primeiro jogo entre as duas equipas: bolas paradas. Ainda que, desta vez, sem a mesma eficácia.
Pizzi era, em bola corrida, o maior dinamizador do futebol luso. Mais do que questionar a razão para não ter jogado mais, importa valorizar o facto de Fernando Santos ter ganho mais uma opção. Terá é que melhorar nas bolas paradas. E muito.
Mas houve boa dinâmica. Tirando um excelente remate de Chicharito que Rui Patrício defendeu, os melhores lances foram nacionais, com Nani em destaque ao dispor de dois - na segunda parte desperdiçaria a terceira, a mais escandalosa.
Aliás, o arranque do segundo tempo foi o melhor período de um jogo agradável. E até era Portugal a estar melhor, com Moutinho a crescer ao nível de Pizzi e com Gelson a tornar-se o melhor da equipa no plano ofensivo.
Perante a necessidade de ter de marcar, Portugal tentou ir para cima do adversário, algo que nunca conseguiu com a persistência que queria. Quer pelo trabalho do meio-campo mexicano (este Herrera não é aquele que joga no FC Porto, nem lá perto), quer pelo perigo dos contra-ataques, que nunca permitiu a Semedo e a Eliseu instalarem-se continuamente no ataque.
As substituições podiam ter melhorado a equipa, só que o recuo mexicano complicou e a falta de soluções de ataque também se refletiu. Quaresma, que até parecia ser a solução de maior dinamismo, falhou cruzamento atrás de cruzamento... até que um saiu e Pepe, já na área em desespero, se atirou para o empate.
Não seria desta que a seleção de Fernando Santos perderia um jogo em 90 minutos numa fase final.
Além disso, desta vez era Portugal a ir com ascendente para o prolongamento. O selecionador reequilibrou a equipa ao meter William e, tendo três homens frescos a meio, a rotação foi melhor.
📢 Após 20 internacionalizações, 🇵🇹 Adrien Silva estreia-se a marcar pela Seleção Nacional de grande penalidade pic.twitter.com/h2sFA983sf
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Permitiu outro conforto aos homens da frente, que foram mais audazes quando a bola lhes chegou. Num desses lances, Gelson picou por cima de Layún, que meteu o braço. Foi à quinta que, desde a marca dos 11 metros, Portugal marcou.
O jogo estava de feição, só que Nélson Semedo, em mais uma exibição que deixou a desejar, veria o segundo amarelo logo a abrir a segunda parte do prolongamento.
Gelson recuou para lateral, ajudado por Quaresma, só que Raúl Jiménez cometeria, minutos depois, idêntico disparate e o jogo acabaria com 10 para cada lado, emoção até ao fim e o bronze para o lado português.