Três pontos a abrir para o tricampeão português Benfica. Em Tondela, na noite deste sábado, um golo de Lisandro López (39') e outro de André Hora (91') colocaram as águias ao nível de FC Porto e Sporting, que já tinham vencido os respetivos encontros da 1ª jornada da Liga NOS.
A fome de bola era tanta que assim que o palco abriu não houve quem os segurasse. E movidos pela ânsia de ter tudo de uma vez, os primeiros minutos do Tondela x Benfica foram marcados pela anarquia. Esqueceram-se as regras, reinou a loucura; um autêntico desastre para os treinadores, pura paixão que alastrava do relvado às bancadas do João Cardoso, cheio como nunca.
À cadência de cada minuto, um lance de calafrio. Lindelöf fez tudo mal na abordagem ao duelo com Fernando Ferreira e o Tondela podia ter marcado logo no primeiro minuto. Aos dois e aos três, Mitroglou e Luisão. O grego devia ter feito bem melhor na cara de Cláudio Ramos, o mesmo que na sequência do canto segurou o cabeceamento do capitão encarnado.
A anarquia precisava de parar; e parou. E quem conseguiu sair melhor foi o Tondela, curiosamente. Com Miguel Cardoso e Hélder Tavares a fazerem a «cabeça em água» a Nélson Semedo e Grimaldo, Júlio César viu o perigo demasiado perto em alguns momentos. Do tricampeão só a espaços se via a qualidade que está lá, quase sempre quando Pizzi aparecia.
Não há que escondê-lo: o Tondela não foi inferior ao Benfica – no arranque da segunda parte teve duas excelentes ocasiões para marcar. Mas depois há aquele je ne sais quoi que marca uma equipa grande; uma facilidade maior para virar uma contrariedade em bónus. E é aí que entra o nome de Lisandro López, o eterno terceiro da hierarquia central.
Chamado a substituir o lesionado Luisão, aos 27 minutos, acabaria por desatar o nó a uma gravata que ameaçou sempre «esganar» o campeão. Livre soberbo de Pizzi e o argentino a surgir de cabeça em zona frontal a dar vantagem ao Benfica, aos 39 minutos. Falar de justiça ou injustiça seria, como sempre, um exercício supérfluo na tômbola do futebol.
Até porque todo o jogo foi uma história fraturante. O Benfica nunca foi capaz de se impor como se esperava e o Tondela ia esbracejando perigosamente. Mas faltou-lhe sempre frieza, aquela eficácia letal para ficar com pontos que não se conquistam apenas pelo mérito, mas também pela experiência, pela tal frieza, como o golo de André Horta, já no período de compensação (91').