Se olhássemos agora a classificação do final da primeira volta da fase de subida da Zona Sul do CPP, dificilmente apontaríamos o Benfica de Castelo Branco como equipa na luta pelos dois primeiros lugares. Pelo primeiro, dificilmente estará, mas o segundo é cada vez mais possível, já que a segunda volta tem sido 100 por cento vitoriosa.
Por isso, os albicastrenses acreditam e têm legitimidade para tal. Existem várias razões para o seu crescimento e um deles é Fábio Pereira, jogador que está há três rondas seguidas na equipa da semana do zerozero e que, na passada ronda, fez um golaço contra o Angrense [como pode ver no vídeo].
«Costumo tentar nos treinos os remates de fora da área. Estão a correr bem. Sinto-me muito bem, as coisas estão a correr-me bem nas últimas semanas e claro que é muito bom ter esse reconhecimento por parte do zerozero», começou por nos dizer o médio defensivo, que faz parte de uma equipa que parece um gato com sete vidas.
Na fase regular, chegou a ser dada como morta para conseguir alcançar esta fase de subida. Agora, voltou a renascer para entrar na luta. Duas situações que têm uma explicação.
«Somos um grande grupo, uma equipa que não desiste. Mesmo nos maus momentos, damos as mãos uns aos outros. Às vezes falta-nos um bocadinho de sorte, a bola não entra ou surgem alguns fatores externos que não conseguimos controlar. Mas estamos sempre unidos. Além disso, com a entrada desta nova equipa técnica, todo o grupo melhorou e isso nota-se», sublinhou, sobre o trabalho de Rui Amorim.
Admitindo o natural desejo de «atingir patamares mais elevados», o médio de 25 anos impressiona, desde logo, pelo seu 1,90m. Um pormenor que, no seu caso, até serve para gracejar.
«É sempre bom ter uma boa estatura física e não acho que seja daqueles altos e toscos. Consigo aliar a altura a um bocadinho de técnica. Não muita, mas um bocadinho tenho», sorriu, numa conversa onde foi contido, totalmente o oposto de quando entra em campo, onde surge como verdadeiro «devorador» de futebol.
Depois de quase toda uma carreira no histórico Salgueiros, o médio, natural do Porto, passou o Douro para baixo para jogar no Coimbrões, mas tal só duraria uma época. A seguir, a viagem foi bem mais longa, para Sul e para o Interior.
«Foi uma mudança significativa, tenho que agradecer ao meu empresário por me ter ajudado a vir para aqui. Porquê a mudança? Houve alturas em que podia ter saído, mas não aconteceu pelos direitos de formação. Mas quero chegar ao tal patamar mais alto, por isso claro que esta mudança está a revelar-se muito boa», considerou, nesta entrevista ao zerozero.São muitos os jogadores no Campeonato de Portugal Prio, os quais não são considerados profissionais nem amadores. São, isso sim, sonhadores e com uma meta bem traçada.
«Andamos no CPP atrás de um sonho. Claro que não é tanto pelo dinheiro que se ganha, mas sim pela paixão pelo futebol. Felizmente vim para um clube que cumpre o que promete, o que é sempre bom para um jogador», terminou.