O Benfica perdeu diante do Monterrey (3x0), esta segunda-feira de madrugada, em jogo da Eusébio Cup. Pior que o resultado, só mesmo a exibição dos rapazes da Luz, a já menos de uma semana do primeiro teste oficial da temporada.
É verdade que foi "apenas" mais um jogo de pré-temporada e vale o que vale. Mas os adeptos encarnados que, em Portugal, ficaram acordados pela madrugada, não tiveram grandes motivos para deitarem a cabeça na travesseira e dormir sossegados.
Deserto de ideias este Benfica
Clima não explica tudo
Muito calor, muita humidade e altitude considerável. Condicionantes para ambas as equipas, embora mais para o Benfica, que não está tão ambientado. Ainda assim, o clima não explica tudo.
A conceder muito espaço no meio-campo e com poucas ideias na construção, o Benfica mostrou também algumas dificuldades a defender. De resto, os laterais Sílvio (esquerda) e André Almeida, (direita) tiveram muito trabalho para travar as investidas dos mexicanos e, por isso, raramente conseguiram apoiar os alas; Talisca muito preso na direita e sem ideias, Gaitán longe daquilo que é capaz. Quanto ao ataque, esse, raramente se mostrou perigoso, com um Jonas apagado e um Jonathan Rodríguez muito desligado da “corrente” do jogo. Foi valendo aos bicampeões nacionais a inspiração de Júlio César.
Rui Vitória viu a sua equipa perder ©Getty / Billie Weiss
A equipa de Rui Vitória evidenciou ao longo do encontro dificuldades em ligar os setores, que estiveram quase sempre muito distantes, e faltou muitas vezes uma voz de comando a pegar no jogo e a carregar a equipa para a frente, dando-lhe alguma intensidade. Fejsa mostrou não ter ritmo e de Pizzi quase nada se viu também. A saída de Luisão - já perto do fim da primeira parte, com queixas na zona abdominal - foi apenas e só mais um momento de apreensão entre os benfiquistas que viram Samaris entrar para as quatro linhas, fazendo recuar Fejsa para o eixo, ao lado de Lisandro López.
Benfica muito macio
No segundo tempo, pouco ou nada melhorou o Benfica de Rui Vitória. Os mexicanos entraram tranquilos, seguros, e abriram o marcador, aos 49 minutos, por Cándido Ramírez que apareceu entre os centrais encarnados a bater Júlio César. A perder, o Benfica foi incapaz de mostrar uma reação e o Monterrey ampliou a vantagem, aos 58', por Funes Mori (emprestado pelos encarnados) através de uma grande penalidade, isto depois de uma mão na bola de Pizzi na área.
O Benfica sentiu muito os golos e nem homens que entraram (Carcela, Nélson Oliveira, Victor Lindelöf, Nélson Semedo e Cristante) conseguiram dar chama ao jogo banal encarnado. As águias continuaram num deserto de ideias e foi com naturalidade que sofreram mais um golo. Aos 83', uma falha de marcação entre a defesa do Benfica que Santiago Rivera aproveitou. Pouco depois chegou o apito final e a confirmação da derrota dos benfiquistas.