Foi o Ola John e não o Jonas quem resolveu a final da Taça da Liga, pegando num trocadilho que deu que falar protagonizado por Jorge Jesus, há uns tempos. Está conquistada a sexta Taça da Liga do Benfica. As águias fecham a época em beleza, revalidando a conquista da prova depois de vencerem o Marítimo por 2x1. Jonas e Ola John fizeram os golos da turma de Jorge Jesus, João Diogo marcou para o Marítimo.
Para os amantes de futebol, todas as finais deviam começar assim. Equipas a jogarem olhos nos olhos, a disputarem o jogo pelo jogo, cientes de que 90 minutos decidem tudo e que a margem de erro é nula.
Num estádio pintado de vermelho e branco e com apenas uma fatia nas bancadas pintada com verde, reservada aos adeptos do Marítimo, o jogo começou equilibrado, bem jogado, mas com ligeira supremacia do Marítimo, mais em posse do que em oportunidades de golo.A formação comandada por Ivo Vieira começou o jogo com linhas subidas e um meio-campo compacto, o que criou dificuldades aos criativos encarnados. Dava a sensação, no entanto, que Marega estava muito sozinho no ataque verderubro e o Marítimo apostava mais no contra-ataque.
Aos poucos o Benfica, embalado por um público entusiasmante, começou a tomar conta do jogo, jogando mais no meio-campo defensivo insular e aproveitando o espaço nas costas dos defesas maritimistas. O primeiro lance de perigo teve Lima como protagonista, aos 17´, mas o brasileiro, na cara de Salin, atirou ao lado. O contrário fez Jonas, o suspeito do costume, na sequência de um lance de bola parada bem trabalhado pelas águias que começa em Pizzi e continua com o cruzamento de Jardel. O brasileiro cabeceou sozinho e certeiro, Salin pareceu surpreendido e acaba por se fazer tarde ao lance. As águias saíram em vantagem para o intervalo e com justiça.
Jogar contra dez nem sempre é mais fácil
No segundo tempo tudo pareceu tornar-se mais fácil para o Benfica. Logo ao fim de dois minutos da segunda parte Raúl Silva viu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho, deixando o Marítimo a jogar com dez. Ivo Vieira recuou Danilo para o eixo da defesa e optou por lançar um médio no jogo, Fransérgio, retirando Alex Soares, num sinal de quem queria disputar a partida até ao final.
A ambição acabou por ser coroada pouco depois. Depois de uma perda de bola do Benfica os insulares criaram uma boa jogada de ataque, o passe de Fransérgio foi excelente e colocou João Diogo numa posição privilegiada para fazer a diagonal e finalizar com categoria. Ivo Vieira voltou a mexer e, comandando uma equipa concentrada, tirou Xavier e lançou Éber Bessa.Jesus respondeu, lançou Talisca e Ola John em campo, abdicando de Pizzi e Sulejmani, respetivamente, mas o sistema nervoso das águias levou-as a falhar vários golos aparentemente certos. Primeiro Lima, depois Gaitán, num livre, e logo a seguir Jonas, duas vezes. Os lances sucederam-se, o Benfica mandava no jogo mas não concretizava.
Só a 15 minutos dos 90´ é que Ivo Vieira recompôs a sua defensiva, retirando Marega e fazendo entrar Igor Rossi. Danilo voltou à posição inicial e os insulares ganharam mais sustentabilidade no meio-campo.
O Benfica tentou e tentou até que acabou por marcar, depois de inúmeras tentativa falhadas. Ola John, ele que até é dos menos amados pelos benfiquistas, marcou cheio de raça, num grande pontapé, depois de um excelente trabalho de Jonas dentro da área. O suspeito do costume voltou a fazer das suas, mas foi o Ola John, não o Jonas.