Péssima entrada de Portugal no Campeonato do Mundo. A seleção portuguesa foi vergada a uma pesada derrota com a Alemanha e raramente mostrou capacidade para reagir à desvantagem desde que sofreu o primeiro golo. Os jogadores lusos estiveram bem longe de apresentar a qualidade que se lhes reconhece e se é preciso dar mérito aos germânicos pela superioridade que conseguiram ter no jogo, ao mesmo tempo não se pode escamotear o complexo de inferioridade que os portugueses mostraram.
É um facto que a turma das quinas conta com o melhor jogador do mundo, mas esta não pode esperar que seja ele a resolver os jogos contra as seleções teoricamente mais fortes, como é o caso da Alemanha. De forma consciente ou não, a verdade é que houve jogadas em que a vontade de dar a bola a Cristiano Ronaldo foi bem notória, mas o capitão português foi sempre bem marcado e não conseguiu fazer a diferença.
Exemplo disso foi o lance de Fábio Coentrão, aos 36 minutos, em que podia ter rematado à baliza e optou por passar a bola a Ronaldo, que não se fez ao lance porque estava em posição irregular. A jogada que podia ter resultado em golo numa altura em que Portugal já perdia por 2x0 foi resolvida por Hummels, o jogador que minutos antes tinha ampliado a vantagem dos alemães.
Uma vantagem que começou a ser construída aos 11 minutos por Thomas Muller, na conversão de uma grande penalidade cometida por João Pereira. O árbitro entendeu que o defesa português agarrou Gotze dentro da área e não hesitou em assinalar penálti, apesar das dúvidas que ficaram em relação ao lance. Contudo, minutos antes, a Alemanha já tinha estado a poucos centímetros de se adiantar no resultado, num lance em Khedira atirou ao lado após um mau alívio de Rui Patrício.
Ao contrário de Portugal, a Alemanha era bem mais perigosa quando se aproximava da baliza de Rui Patrício e foi na sequência de um pontapé de canto que chegou ao 2x0 aos 31 minutos, com Hummels a subir mais alto que os defesas portugueses e a cabecear para o fundo da baliza.
A partir do segundo golo alemão percebeu-se que era complicado Portugal fugir à derrota e tudo ficou ainda mais difícil aos 37 minutos, quando Pepe viu o cartão vermelho por ter encostado a cabeça em Thomas Muller. O defesa português, que tinha cometido falta sobre o alemão, até tinha tido a sorte do árbitro não ter assinalado a infração, mas teve a reação infantil de ir ajustar contas com o avançado alemão e encostou-lhe a cabeça à frente do árbitro, com este a exibir-lhe o cartão vermelho.
Ao intervalo, Paulo Bento tirou Miguel Veloso e colocou Ricardo Costa em campo. Na segunda parte, Portugal raramente conseguiu desenvencilhar-se da superioridade alemã e num dos raros momentos em que o fez viu o árbitro negar uma grande penalidade sobre Éder. O avançado português foi derrubado dentro da área e o árbitro esteve mal ao não assinalar penálti, quando faltavam 15 minutos para os 90. Quase imediatamente a seguir, a Alemanha confirmou a goleada ao apontar o 4x0, num lance concluído uma vez mais por Thomas Muller após defesa incompleta de Rui Patrício, que ficou mal na fotografia.
A lição foi dura para Portugal e Paulo Bento terá muitos aspetos negativos para analisar antes do confronto com os Estados Unidos, no próximo domingo. Agora é proibido falhar e é certo que Pepe não estará em campo no próximo jogo, sendo bastante provável que o mesmo aconteça com Fábio Coentrão, que sofreu uma lesão muscular no decorrer do segundo tempo.
4-0 | ||
Thomas Müller 12' (g.p.) 45' 78' Mats Hummels 32' |