Vitória doce para exibição muito pálida

O Portimonense recebeu este domingo a prenda de Natal atrasada. Os algarvios estiveram longe de impressionar na quadra, mas bateram o Torreense por 3-2 e vingaram a derrota da primeira jornada. No arranque da segunda volta, os três pontos no sapatinho algarvio valem a saída da zona de despromoção.

Nenhuma dificuldade em criar, toda em finalizar

O ritmo elevado que marcou a partida notou-se desde os primeiros ataques, com ambas as equipas a chegar com perigo junto das balizas. Paulinho Rocha, como falso pivot, deu os primeiros avisos do lado algarvio, mas sem direção. Do outro lado, Gutta negou o golo a Hugo Alves e, posteriormente, a Adaílton Souza.

Em cima do minuto quatro, o Portimonense desbloqueou o marcador. Renan Fuzo combinou com Paulinho Rocha, que fez um ótimo trabalho de pivot e pisou a bola para o remate colocado do companheiro. Na sequência do lance, Cristiano lesionou-se com aparente gravidade no pé esquerdo e já não regressou à quadra.

Daí em diante, a iniciativa foi toda do Torreense. Ivo Oliveira viu Gutta negar-lhe o empate e, quando não foi o guarda-redes, foi André Rochato a chegar de carrinho quando Hugo Alves já tinha puxado o pé atrás para encostar ao segundo poste. As oportunidades continuaram a ser todas da equipa visitante, que revelou muito pouca pontaria durante os primeiros 20 minutos.

Num momento menos positivo na quadra, o Torreense cometeu várias faltas consecutivas e aos 13 minutos ficou tapado pelas cinco infrações. Segundos depois, a formação de Torres Vedras fez a sexta falta e Júnior teve a oportunidade de fazer o 2-0 da marca dos dez metros, mas o jovem Francisco Rodrigues saiu do banco para fazer a defesa. Logo a seguir, o ala tentou de longe, mas João Silva saiu por cima.

Na reta final da primeira parte, os forasteiros voltaram a acercar-se da baliza de Gutta. Aos 16', Rafa Félix deixou Adaílton Souza na cara do golo, mas o brasileiro não teve pontaria para fazer o empate. Pouco depois, Rafa Félix atirou de calcanhar para defesa de John Welton - entrou por poucos instantes - e, já com Gutta de regresso, Djaelson e Ivo Oliveira também não conseguiram ultrapassar o guarda-redes.

Capitão ao resgate

A segunda metade começou com a mesma toada com que terminou a primeira: Torreense ao ataque a ser a equipa que mais fazia pelo golo. Rafa Félix e Adaílton Souza esbarraram em Gutta nas primeiras tentativas, antes de uma grande contrariedade para a equipa de Alex Pinto. Aos 22', Djaelson cometeu uma infantilidade, viu o segundo amarelo e recebeu ordem de expulsão.

Em superioridade numérica, o Portimonense teve ainda assim alguma dificuldade para fazer mossa, mas lá conseguiu chegar ao 2-0 ao fim de pouco mais de um minuto. Júnior recebeu à direita e rematou ao primeiro poste, com João Silva a ficar mal na fotografia.

Novamente com todas as unidades na quadra, o Torreense demorou segundos a responder. Ivo Oliveira revelou pontaria a mais e deixou a baliza de Gutta a abanar com um remate ao poste. Pouco depois, o camisola 10 estava ao segundo poste sozinho para fazer a emenda, mas Sévio Marcelo preferiu finalizar o lance e rematou à figura de Gutta.

Ao fim de tanta persistência, o Torreense conseguiu chegar ao golo. Minuto 32 no placard, a defesa do Portimonense a mostrar-se apática e Adaílton Souza a executar a reposição lateral de forma rápida para João Veloso, que furou por entre os defensores e disparou para o 2-1. Os visitantes continuavam a ser a melhor equipa e a dar muito trabalho a Gutta, que foi rápido a sair dos postes para negar o 2-2 a Hugo Alves.

Aos 35', o conjunto treinado por Alex Pinto conseguiu chegar ao empate no marcador. Hugo Alves fez um passe açucarado pelo buraco da agulha e Rafa Félix apareceu no meio da área a desviar para o 2-2. Logo a seguir, Gutta fez uma enorme defesa para negar o 2-3 a Hugo Alves.

O Torreense continuava a ser a melhor equipa na quadra e a ter mais bola nos últimos instantes, mas foi o Portimonense a chegar aos três pontos. Nuno Miranda deitou Geovani na quadra com um grande drible e rematou para defesa com os pés de João Silva, que nada pôde fazer para impedir a recarga de um ágil Filipinho. O capitão alvinegro antecipou-se a toda a gente e desviou para o 3-2 final a pouco mais de um minuto do fim da partida.

Com um resultado bastante melhor do que a exibição, o Portimonense abandona a zona de despromoção e sobe, à condição, ao nono lugar com 16 pontos. O Torreense continua em 13.º lugar com dez pontos. Na próxima jornada, os algarvios visitam o CR Candoso/Natcal e a equipa de Torres Vedras recebe a AD Fundão.