O dérbi lisboeta por quem já o viveu por dentro...

Fernando Jorge Santos Paiva ou simplesmente Náná no mundo do futsal. Campeão do Mundo e da Europa em Futebol de Salão por Portugal e medalha de Bronze no Mundial de Futsal de 2000, na Guatemala. O atual treinador do Fabril, equipa da Liga SportZone, é o grande entrevistado desta semana por parte do zerozero. Ao longo da mesma, serão publicados três excertos da entrevista ao antigo guardião da modalidade. Uma longa entrevista onde Náná é o que sempre foi ao longo da sua vida: frontal, direto e verdadeiro.

A Liga SportZone está de volta, depois do emocionante EuroFutsal 2018, e haveria melhor forma de regressar do que com um dérbi entre Benfica e Sporting? Poucos dirão que não haveria melhor forma. Primeiro e segundo classificados da Liga SportZone disputam o último dérbi da fase regular do campeonato, numa altura em que são cinco os pontos a separarem os dois emblemas lisboetas.

Apesar do chavão do desporto ligado ao não favoritismo de nenhuma das equipas num dérbi ou clássico, Náná, entrevistado do zerozero, não esconde que o Sporting parte com algum favoritismo para esta partida.

«Num dérbi não há favoritos mas é inquestionável que o plantel do Sporting é mais valioso individualmente. Eu atribuo algum favoritismo ao Sporting», começou por referir o antigo jogador do futsal encarnado.

Do lado encarnado estarão quatro campeões europeus. Do lado leonino, outros tantos. Há duas semanas, os oito jogadores festejavam juntos a mais importante conquista da história do futsal nacional. Agora, duas semanas depois, disputam o dérbi dos dérbis, num clima que desagrada a Naná. 

«Os jogadores continuam amigos... Aquela amizade que se viu no Europeu vai-se manter para toda a vida. O que faz com que existam algumas divergências nos jogos não são os jogadores, são as coisas que se passam antes dos jogos. Coisas que incentivam a rivalidade, o inimigo em vez do adversário... Eu joguei alguns dérbis e senti isso na pele. Joguei como se fosse outro jogo qualquer. No desporto português anda-se a criar inimigos por tudo e por nada e as pessoas são só adversárias. É só um jogo. E esses jogadores vão se abraçar mas depois vão ter de passar uma distância que não existe...», comentou o atual técnico do Fabril em relação ao jogo entre Benfica e Sporting.