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Geninho relembra Supertaça

Geninho: «A decisão é apenas num jogo, tudo pode acontecer»

2013/08/08 01:29
E6

Passaram praticamente 25 anos desde a única conquista vitoriana na Supertaça Cândido de Oliveira. O adversário era, como será este sábado, o FC Porto e o homem que estava sentado no banco de suplentes a comandar o Vitória de Guimarães chama-se Geninho. O zerozero.pt foi falar com o técnico brasileiro, que reviveu a conquista e que analisou as hipóteses vimaranenses.

«As coisas muito boas ficam sempre guardadas na memória», foi desta forma que Geninho, brasileiro de 65 anos que treinou o Vitória de Guimarães em 1988/1989, abordou a chamada do zerozero.pt, na tentativa de passar em revista aquele momento ímpar na história do clube.

Afável e de bom trato, Geninho quase transpôs uma lágrima pelo telefone, tal a emoção com que falou do momento em causa e do clube e cidade de Guimarães. Na altura, o troféu discutia-se a duas mãos: «Tivemos um primeiro jogo muito difícil em Guimarães, numa noite de chuva, e onde conseguimos um resultado positivo (2x0), que nos deu a chance de ir às Antas com boas hipóteses, já que podíamos mesmo perder (por 1x0 ou 2x1) e erguer o troféu».

«Sabíamos da força que o FC Porto tinha nas Antas e fizemos um jogo para tentar conter o adversário no ataque e evitar ao máximo o primeiro golo. A nossa defesa esteve muito bem e o jogo do FC Porto não resultou em nada», acrescentou sobre o empate a zero do jogo da segunda mão.

Em 1988, o emblema vitoriano tinha ficado no lugar imediatamente acima da linha de água, só que chegou à final da Taça de Portugal, sob o comando de António Oliveira, onde perdeu com os dragões por 1x0, graças a um golo de Jaime Magalhães. Dessa forma, e com o FC Porto a vencer o campeonato, foi o Vitória SC quem teve direito a participar no troféu de abertura da época seguinte.

«Cheguei numa altura em que a equipa não estava muito bem no campeonato e, portanto, a conquista desse título foi muito importante para motivar os adeptos do Vitória», referiu, explicando de seguida que «a conquista foi muito comemorada no regresso a Guimarães, foi uma alegria muito grande e para mim representou muito. Ainda hoje recordo com muito carinho e muita saudade todos os momentos».

O Jamor, Rui Vitória e o desejo de «dias melhores»

O clube de Guimarães retomou as conquistas nacionais na época passada, derrotando o Benfica no Jamor por 1x2. Um jogo seguido de perto pelo brasileiro, como é habitual em tudo que inclua os vitorianos: «Acompanhei a final do Jamor. Aliás, acompanho muito tudo o que se passa em Portugal e no Vitória de Guimarães, nunca me desliguei. É inevitável criar um laço de carinho e até deixei amigos aí [em Portugal]. Sei perfeitamente o que essa conquista significou para a cidade de Guimarães e para o Vitória».

«Ter conseguido esse título e logo frente ao Benfica deve ter sido uma satisfação muito grande. Acredito que a sensação tenha sido a mesma que nós tivemos naquela altura, quando batemos o FC Porto», acrescentou Geninho.

A tarefa contra os Dragões não se afigura fácil para a equipa de Rui Vitória, mas o brasileiro vê uma brecha por onde espreitar: «É sempre muito difícil derrotar o FC Porto, independentemente da situação em que se estiver, mas eu acho que, no futebol, as coisas podem sempre acontecer. Claro que o Vitória está debilitado devido à saída de jogadores importantes e isso é duro para a equipa, mas, como as coisas se decidem em apenas um jogo, penso que tudo pode acontecer».

A ponte foi novamente feita para a conquista de 1988 e Geninho deu o mote que tem que, na sua opinião, reger a atuação vitoriana: «Espero que o Vitória faça um bom jogo, que se encaixe bem na marcação, que aproveite bem as chances que forem aparecendo. É fundamental acreditar sempre que é possível, não adianta entrar numa competição se não existir esse pensamento. Naquela altura, o favorito também era, de longe, o FC Porto, até porque o Vitória não tinha feito um bom campeonato, só que nós acreditámos sempre e acabámos por vencer».

Considerando-se «uma figura do clube», já que, «ao fim de tantos anos», ainda é «relembrado nestas ocasiões», o técnico acredita que Rui Vitória «também já é uma figura do Vitória de Guimarães, pelo que fez até agora».

A entrevista terminou com Geninho, por entre sorrisos e de forma afável, a despedir-se não ao zerozero.pt, mas aos portugueses em geral e aos vitorianos em particular: «Estou feliz por se terem lembrado de mim. Faço votos para que as coisas melhorem em Portugal e no Vitória, quem sabe se um dia não regressarei aí», rematou.

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Comentários

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zerozero
2013-08-10 16h56m por slb_pride
excelente entrevista ao antigo treinador do Guimarães. é sempre bom ler reportagens destas, uma pessoa aprende um pouco mais da rica história do nosso futebol. continuem!
SL
Zerozero
2013-08-08 10h47m por slb1994
Parabéns pela simples, mas boa entrevista.
Grande Geninho
2013-08-08 09h56m por Dachau_
Quem passa por Guimarães não deixa de ficar marcado para o resto da vida.
Muito bom!
2013-08-08 02h21m por NMargarido
Parabéns ao Zerozero por procurar fazer diferente e por procurar distinguir-se dos demais. Parabéns também ao autor pela simples mas muito boa entrevista.

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