A carreira de Ricardo Pereira
Da formação no Sporting até ao golo contra o Benfica no «melhor momento da carreira»
PARTE III - Depois de falar ao zerozero.pt sobre o seu momento no FC Porto e em relação à prestação da equipa de Lopetegui, houve ainda espaço para Ricardo Pereira abordar sonhos (a Champions é o maior) e para puxar o filme atrás na já longa história de carreira.
Uma história que começa em Lisboa, onde nasceu. Cedo Ricardo começou a namorar a bola e a fazer-lhe juras de amor para a vida. Ela correspondeu e têm andado colados desde então, por altos e baixos e sempre com a mira nos sonhos máximos de qualquer jogador de futebol.
Começou no Futebol Benfica e logo despertou a atenção do Sporting, que o recrutou para os infantis, em 2004. Esteve por Alcochete até aos juvenis, partilhou balneário com João Mário, Carlos Mané, Ilori ou Bruma, só que a passagem para os juniores trouxe a sua dispensa, o que até poderia suscitar uma reação negativa. O que é totalmente descartado pelo atleta.
«Não digo que fui desaproveitado. Optaram por outros jogadores e não considero que tenha sido injusto. Estive lá seis anos, onde aprendi e cresci, portanto não guardo mágoa alguma, só estou agradecido. Saí quando passei para os juniores e, se quer que lhe diga, foi o melhor que me aconteceu, ter saído nessa altura», garantiu, de olhar despreocupado, na entrevista com o zerozero.pt.
Não desmotivou. Pegou na bola e nos sonhos e caminhou no sentido norte. Parou na Figueira da Foz por um ano, mostrou serviço na Naval e continuou o trajeto por Portugal, a caminho do Berço.
Em Guimarães, onde foi «muito bem recebido», conseguiu jogar regularmente na primeira equipa «mais rapidamente do que achava» e foi preponderante na inédita conquista da Taça de Portugal. Para além de ter marcado dois golos na segunda mão da meia final contra o Belenenses (0x2), concretizou a reviravolta no Jamor, frente ao Benfica (1x2).
«Sem dúvida que foi o momento mais alto da carreira até ao momento. Lembro-me de o Neno, dois ou três dias antes, dizer-nos que só iríamos dar conta da grandiosidade daquele momento uns dias depois, e de facto foi verdade. Um dos momentos que é sempre bom recordar, ter pertencido àquele grupo, ter conseguido aquele troféu para um público tão apaixonado com é o povo de Guimarães», recordou, nostálgico e com o sentimento vivo.
A estadia no Vitória SC estaria a terminar. Benfica era apontado como o seu destino, mas foi para o Dragão que viajou: «Falou-se nos jornais de um suposto interesse do Benfica. Não soube se houve realmente ou não, mas o melhor para mim foi ter vindo para aqui».
Uma geração com qualidade, o sonho de uma Liga dos Campeões que pode chegar... de dragão ao peito
No FC Porto, a segunda temporada tem, como é hábito no clube, o campeonato como objetivo. Mas não só: «Quero ganhar o campeonato, é o nosso primeiro objetivo, queremos ir o mais longe possível na Liga dos Campeões e vencer a Taça da Liga, que também é o objetivo de um clube que entra em qualquer competição para ganhar».
Só que os desejos para 2014/2015 não são somente baseados na prestação do clube. Há um Europeu de sub-21 na República Checa onde Ricardo, como figura bastante ativa no apuramento, conta estar.
«Temos todas as condições para fazermos um bom Europeu. Não sei se a geração é de ouro, mas que tem qualidade, sem dúvida que tem, não só individual, como coletiva. Ajudamo-nos muito uns aos outros», abordou antes de dar conta do legítimo «sonho» de «chegar à seleção nacional».
Para terminar, um objetivo de carreira, a atingir a longo ou... a curto prazo: «Quero ganhar uma competição europeia, a Liga dos Campeões. É algo especial, diferente. No FC Porto? Sim, seria excelente, já faz uns anos que o clube ganhou pela última vez. Este ano? Porque não? O sonho está sempre presente, é legítimo trabalharmos para ele».