A 4.ª eliminatória da Taça de Portugal teve em Vila do Conde um duelo intenso e emotivo entre dois clubes em crescimento nos últimos anos e que estão a realizar uma boa campanha. O golo de Guedes traduziu a superioridade de um Rio Ave que viu o Braga ter demasiado respeito por tempo a mais.
Olhar para os nomes das duas equipas ia sugerir um futebol de ataque, com estilos diferentes, mas com filosofias de vitória semelhantes. Olhar para os onzes dava a entender que as cautelas pela qualidade do adversário tinham destaque no meio-campo: de Pelé, Tarantini e Novais, costumam jogar dois... apareceram os três; de Danilo, Vukcevic e Fransérgio, costumam jogar dois... apareceram os três.
Sem um dominador indiscutível, o jogo teve um Rio Ave a jogar mais apoiado e um Braga com sentido mais objetivo para a baliza contrária, a apostar no jogo direto e na robustez que Fransérgio podia dar ao surgir na área.
Uma opção que começou por correr melhor aos bracarenses, por várias vezes a apostarem em condicionar a saída de bola dos vilacondenses (Cássio e Pelé arriscaram em demasia), mas que não deu em golo. Deu depois na resposta do Rio Ave com um lance rápido e um surgimento de Tarantini no flanco (muito boas as constantes ruturas de Barreto para o meio) que deu no golo de Guedes.
A primeira parte, que teve mais sumo pelo lado tático do que pelo futebol fluido, aqueceu em momentos em que os bracarenses se queixaram da arbitragem, primeiro por uma saída de Cássio a derrubar Esgaio, depois por um golo anulado a Dyego Sousa, a seguir por uma bola que esteve praticamente dentro da baliza vilacondense.
Momentos que geraram revolta na bancada e no banco, mas que não se traduziram numa afirmação total dentro de campo.
Pelo contrário, até foi o Rio Ave a voltar melhor depois do intervalo. João Novais, a funcionar algumas vezes como segundo ponta de lança, teve nos pés o golo do conforto, que não apareceu.
Mexeu Abel na equipa, se bem que sem inovar. O trio a meio mantinha-se, faltava virtuosismo e quem conseguisse pegar na batuta para assumir o jogo. Nas bolas paradas, os minhotos ainda conseguiam assustar, mas no resto era o Rio Ave a dominar.
Ainda mais passou a ser depois de entrar o encantador Francisco Geraldes. Que música nos pés tem este rapaz... Um perfume de fino recorte nos pés, contagiante e, mais do que isso, capaz de confortar cada vez mais a equipa com bola nos pés.
Quanto mais minutos passavam, mais o Rio Ave dominava e mais o Braga desesperava. Só no chuveirinho final voltou a haver alguma expressão ofensiva minhota, mas sem resultados. Guedes ainda foi expulso por espelhar algum anti-jogo vilacondense, mas a passagem foi do Rio Ave.
1-0 | ||
Hélder Guedes 36' |
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