Porro, estava difícil...

O Sporting está de volta aos triunfos. Depois de dois empates consecutivos para o Campeonato, a que acresce a pesada derrota na Liga dos Campeões a meio da semana, frente ao Ajax (1x5), os leões voltaram a saborear uma vitória, e logo na visita ao surpreendente Estoril-Praia (0x1), que entrou para a 6.ª jornada na segunda posição da tabela classificativa, com quatro triunfos e apenas um empate.

Dani no melhor...

O momento dos leões não era propriamente muito positivo em termos de resultados e o desafio no António Coimbra da Mota perspetiva-se muito exigente para os campeões nacionais. Perante um adversário ainda invicto, Amorim adensou a dúvida em conferência de imprensa pré-jogo relativamente ao sistema, poucos dias depois de manifestar-se intransigente em relação ao modelo, e a verdade é que o técnico do Sporting continuou fiel ao 5x2x3, com destaque para a primeira titularidade de Pablo Sarabía. No lado contrário, Bruno Pinheiro juntou Rosier a Gamboa como peças mais fixas no miolo, dando liberdade a André Franco para fazer a ligação com os três homens da frente estorilista.

Do ponto de vista estratégico, o Estoril conseguiu criar a sensação de superioridade no miolo, muito por culpa de uma pressão alta e constante ao portador da bola, não dando muito espaço de criação a Matheus Nunes, algo que, em vários momentos, deixou no ar a necessidade de um elemento com outras características, entenda-se alguém capaz de segurar e interpretar aquilo que o jogo pedia a cada instante. Sem esse jogador, o Sporting verticalizou muito o seu jogo, ao procurar lances rápidos de ataque, mas sem relativo sucesso.

Ainda assim, sempre que conseguia descortinar algum erro posicional do adversário, lá criava algum perigo junto à baliza do Estoril. Mérito para a qualidade individual (e coletiva) dos leões. Contudo, primeiro foi a equipa da casa a ameaçar o golo, aos 15 minutos, quando Patrick William, um dos pilares da defesa, a cabecear a bola para boa defesa de Adán, que ainda reagiu a tempo de evitar a recarga de Gamboa. Momento incrível do guarda-redes espanhol.

Na resposta, seguiu-se dupla oportunidade para Paulinho, que continua algo desencontrado com o golo, pelo menos no Campeonato, ambas com o mesmo destino: Dani Figueira! O jovem guarda-redes segurou o nulo na primeira parte, com um par de boas intervenções, mas o pior estava para vir...

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... e no pior

Se na primeira parte, houve um maior equilíbrio, nomeadamente no que diz respeito a oportunidade flagrantes de golo, no segundo tempo o Sporting conseguiu distanciar-se nesse capítulo, embora durante os 90 minutos os canarinhos tenham dado uma boa réplica, através do seu futebol positivo. No fundo, um Estoril igual a si próprio. Mas também bem anulado pelos verdes e brancos.

Logo aos três minutos do segundo tempo, Paulinho tirou tinta ao poste, naquele que foi um sério aviso, e pouco depois mais um momento de grande aflição junto à área da equipa da casa, com Neto a cheirar o 0x1. E com tanta aproximação, lá apareceu o golo e de uma forma muito ingrata para uma das figuras da 1.ª parte.

Num lance aparentemente controlado, Dani Figueira falhou a bola e acertou em cheio em Paulinho. Resultado? Penálti incontestável para o Sporting e golo de Pedro Porro, homem escolhido para assumir a marcação do castigo máximo. Em suma, o guarda-redes do Estoril esteve no melhor e no pior, literalmente.

Contas feitas, termina assim a fase imaculada do Estoril-Praia no Campeonato, por culpa de um Sporting que volta a mostrar as garras na luta por um lugar ao sol.