O Troféu Cinco Violinos decidiu-se nos penáltis, depois de um empate (1-1) no tempo regulamentar que traduziu de forma perfeita o que se passou dentro de campo. O Sevilla foi superior na primeira parte e por isso saiu em vantagem. O Sporting cresceu bastante no segundo tempo e por isso conseguiu chegar ao empate. Nos penáltis, só Fatawu falhou e o troféu ficou em mãos espanholas.
Se num jogo amigável, o resultado conta pouco, para Rúben Amorim ficam vários pontos para analisar. Desde a pouca influência de Matheus Nunes, à melhoria com Morita, sem esquecer a qualidade que Pedro Gonçalves deu ao jogo do Sporting quando passou para o meio-campo. Os jogos a doer estão aí à porta, mas ainda há tempo para aprender.
Dificuldades para entrar no ritmo dos violinos
Ainda não foi o último teste de pré-época, mas é já tradição em Alvalade. A apresentação faz-se ao som de cinco Violinos (desta vez literalmente, como pode ver aqui), com o Sevilla a ser um exigente convidado para a festa da apresentação leonina.
Uma apresentação que começou ainda com as bancadas bastantes despidas, algo que foi corrigido em cima da hora de jogo, e que, como se esperava, não contou com a presença de Cristiano Ronaldo. Os sportinguistas sabem que será praticamente impossível contar com o capitão da seleção nacional, pelo menos esta época, mas há uma réstia de esperança que até faz com que os mais novos se apresentem com uma camisola com o nome do seu ídolo. Basta ver as nossas redes sociais.
Dentro das quatro linhas, não terá sido por não contar com Cristiano Ronaldo, até porque o problema foi sempre mais coletivo do que individual, mas deu para tirar algumas conclusões. Este Sporting ainda tem várias situações para afinar antes de começar a nova temporada, mas as pernas também já pedem uma pequena pausa antes do arranque oficial da temporada.
A carga sentiu-se e talvez por isso tenhamos visto um Sporting com tantas dificuldades para pressionar a equipa de Julen Lopetegui, que, para os mais distraídos, tem tido, e continua a ter, um plantel de um nível altíssimo praticamente em todas as posições.
A equipa espanhola sentia-se confortável, mesmo quando a linha de pressão da equipa de Rúben Amorim chegava à área de Bono. Uma pressão que foi falhando por demérito leonino, mas também pela qualidade técnica dos jogadores do Sevilla, que num ápice aproveitaram uma má reposição de Adán para que Corona, assobiado neste regresso a Portugal, conseguisse fazer o 0-1.
Uma espécie de Lopetegui masterclass. É assim que o Sevilla tem jogado nos últimos anos. Apesar de superior, a equipa espanhola não criou grandes ocasiões de golo. No entanto, a vantagem fez com que fosse ainda mais fácil controlar o jogo, até porque o Sporting também sentiu muitas dificuldades com bola - Matheus Nunes foi dos piores do lado leonino. A entrada de Morita trouxe melhorias visíveis ainda na primeira parte, mas mais evidentes no segundo tempo.
Crescimento até mostrar os dentes
Mudanças mais do que evidentes. Se o violino no arranque deixou a equipa de Rúben Amorim mais presa nas suas ações, ao intervalo os leões terão ouvido algo mais próximo do heavy metal para entrarem no ritmo da segunda parte.
O onze manteve-se. Aliás, para um jogo de pré-época, o onze manteve-se durante mais tempo do que o habitual, pelo menos do lado leonino. Enquanto Lopetegui foi fazendo várias alterações, Rúben Amorim manteve a fórmula, com pormenores diferentes. Viu-se muito mais Porro e Francisco Trincão, mas o homem da batuta continuou a ser Morita.
O japonês deu mais velocidade e objetividade ao jogo do Sporting e o crescimento foi evidente à medida que os minutos foram passando, embora também sem grandes ocasiões de golo. Faltavam apenas uns retoques.
Amorim sentiu isso mesmo e se a entrada de Edwards acabou por servir apenas por dar descanso a um esgotado Trincão, a saída de Matheus Nunes libertou o Sporting para uma reta final ainda mais dominante. Pedro Gonçalves juntou-se a Moritas e naqueles minutos deram a sensação que esta até pode ser a melhor dupla de médios dos leões. O resultado? Golo de Paulinho.
Pedro Gonçalves já tinha deixado Edwards na cara do golo, mas o inglês não teve pé direito para converter depois de passar por Dmitrovic. Minutos depois, o mesmo Pedro Gonçalves recuperou e entregou o golo a Paulinho, que até estava, aqui e ali, a ser assobiado pelos adeptos. Ao mostrar os dentes, o leão foi para cima do Sevilla e o som do empate, também ele renovado nas colunas de Alvalade, deu o colorido que a festa estava a pedir.
Faltavam os penáltis para decidir um vencedor e aí Fatawu foi com demasiada sede ao pote, atirou forte, mas à barra e o Sevilla levou para Espanha o Troféu Cinco Violinos.
1-1 | ||
Paulinho 81' | Jesús Corona 15' |