Muitas caras, poucas coroas no arranque da águia

O Benfica empatou a zero contra o Vitória de Setúbal (empatando também nas grandes penalidades), no primeiro jogo possível de observar por parte dos adeptos. Alguns pontos interessantes para Rui Vitória registar, em relação aos vários reforços, diante de um conjunto sadino que demonstrou boa solidez entre jogadores que já se conhecem e com os quais José Couceiro tem vindo a trabalhar.

Ver André Carrillo de encarnado foi a principal atração da primeira parte. Quer para os encarnados, quer para outros adeptos que assistiam ao jogo e que estavam habituados a ver o peruano de verde e branco. Todos estavam curiosos para perceber como era esse primeiro comportamento do agora número 15: bom toque de bola e inteligência nos movimentos, mas ainda muito distante do poder de explosão que o caracterizou em Alvalade - o que é normal, tantos que foram os meses sem atividade ao mais alto nível.

Isto numa primeira parte onde o Benfica teve algumas oportunidades (a melhor por Gonçalo Guedes, num remate ao ferro), mas onde mostrou falta de poder ofensivo: Jonas, Mitroglou e Jiménez ainda não estão aptos e Jovic e Gonçalo Guedes foram ágeis, mas pouco astutos em fase de finalização.

Por parte dos setubalenses diga-se que a estratégia de José Couceiro resultou melhor no primeiro que no segundo tempo. Organizados, capacitados de congelar o ritmo e de imprimir velocidade nas transições, os sadinos aproveitaram o espaço dado pelas constantes subidas dos laterais benfiquistas, só que foram igualmente incapazes de bater um Paulo Lopes que foi mostrando segurança - o que é relevante, atendendo às lesões de Ederson e Júlio César.

Bem melhor foi a segunda parte das águias. Com muitas mudanças e várias caras novas, Rui Vitória pôde ficar agradado com André Horta, Cervi e sobretudo Benítez, a mais agradável surpresa entre os que surgiram nesse período.

E, mesmo com as alterações a verificarem-se também no setor defensivo, não foi por aí que a segurança foi menor, até porque os sadinos caíram um pouco mais de produção.

Bruno Varela, que nem sempre apareceu com implacável segurança, teve muito mais trabalho e a equipa encarnada muito mais próxima do último terço.

Ainda deu para ver Celis no meio e o desconhecido Reinildo na esquerda da defesa (e entusiasmou a bancada), tal como o avançado Rui Fonte, a justificar a oportunidade com muito trabalho.

Só faltou ver Zivkovic e... golos. Talvez para uma próxima oportunidade, numa pré-época que ainda terá muito para melhorar e a qual, deixou este jogo a certeza, será rasgadinha para determinadas vagas no plantel. Rui Vitória agradece.