Pior registo da época ultrapassado: depois de nove jogos sem vencer, o Farense regressou às vitórias (2-0) e Ricardo Velho voltou a ser a salvação da equipa de José Mota que, apesar de 45 minutos excelentes, deixou-se adormecer a meia hora do fim e viu o guarda-redes português ser o grande herói.
Do outro lado, a pantera - desorientada até aos 65' e com as garras muito pouco afiadas -, deu uma boa resposta no segundo tempo, mas insuficiente. Com este resultado, o Farense chega aos 30 pontos da tranquilidade (10º lugar) e ultrapassa o Boavista (11º, com 29 pontos).
Em relação ao jogo, de forma surpreendente, tanto José Mota como Ricardo Paiva apresentaram novidades e um meio campo renovado. Do lado da casa, o emblema algarvio deixou Mattheus Oliveira, Cáseres (castigado) - dupla do meio campo na última partida -, Zé Luís e Fran Delgado fora do 11, enquanto os axadrezados deixaram Reisinho (castigado), Seba Pérez (no boletim clínico) - dupla no meio campo no último desafio -, Agra (castigado) e Makouta (suplente) de fora do 11.
Apenas e um só sentido: baliza de João Gonçalves. 45 minutos desesperantes para qualquer adepto do Boavista que viu uma equipa sem muitas soluções, pouco convicta a atacar e ainda pior a defender. Por outro lado, que resposta da equipa de José Mota! O Farense assumiu a responsabilidade do jogo desde o minuto um e rapidamente disse para o que vinha: marcar golos.
Aos 12' e aos 23' marcou de forma irregular - primeiro, num lance que começou numa bola na mão de Bruno Duarte e o segundo procedido de fora de jogo -, contudo, aos 28' e à terceira foi de vez. Num canto ao primeiro poste, Róbert Bozeník - de forma infeliz - desviou para a cabeça de Falcão que, solto de marcação, só teve de encostar.
Antes do intervalo, Chidozie ainda assustou Ricardo Velho, mas foi o Farense quem voltou a marcar (e com justiça, diga-se). Belloumi, endiabrado nos corredores, assistiu Bruno Duarte com precisão que, de forma pouco ortodoxa - de peito! - desviou de João Gonçalves. Bela jogada do Farense e 2-0: um resultado que espelha na perfeição o que aconteceu no primeiro tempo.
20 minutos na toada do primeiro tempo - Boavista sem resposta para o domínio algarvio - e 25 minutos diferentes (bem diferentes!) pela positiva do lado axadrezado.
O Farense, de forma expectável, manteve as mesmas peças, continuou por cima e Belloumi por pouco não aproveitou uma falha SURREAL de Abascal [o melhor é ver]. O argelino aproveitou uma desatenção do central, contudo, na cara de João Gonçalves - exibição apenas manchada pelo lance do primeiro golo, mas ainda assim, competente - permitiu uma defesa ao jovem luso.
A partir daqui, o Farense encolheu-se e o minuto 67 marcou, definitivamente, uma mudança de rumo na partida. Num excelente desenho ofensivo do Boavista, Bruno Lourenço surgiu com perigo, disparou forte e criou a primeira de nove (!) oportunidades até ao final do jogo: algumas defesas exímias de Ricardo Velho, alguns falhanços e, acima de tudo, muita ineficácia.
Uma exibição incrível de Velho - reflexos fantásticos - que apaga, em certa medida, 25 minutos - também importa sublinhar - de pouca produção do Farense.
2-0 | ||
Cláudio Falcão 28' Bruno Duarte 39' |
A urgir por um triunfo, o Farense entrou com tudo, fez uma primeira parte excelente e, exceptuando os últimos 25 minutos, esteve sempre no controlo das operações. Vitória fundamental para José Mota que ascende ao 10º lugar, de forma provisória.
Até aos 65 minutos, o Boavista praticamente não existiu. Poucas soluções ofensivas, criatividade a um nível desastroso e muitas desatenções defensivas. A resposta surgiu tarde, e quando surgiu, Ricardo Velho também deu o corpo às balas.
Iancu Vasilica com uma exibição tranquila e sem grandes casos a apontar. VAR interviu no único erro do árbitro e, após revisão, também esteve bem ao anular o primeiro golo do Farense.