Fernando Peyroteo foi o maior marcador de sempre do futebol nacional. “Era uma máquina de fazer golos”, como um dia disse Cândido de Oliveira. Em 12 anos de carreira, marcou 529 golos em 327 jogos e o número de golos sobe para a inacreditável soma de 700 remates certeiros se incluirmos amigáveis e torneios disputados.
qEra uma máquina de fazer golos
Cândido de Oliveira
Peyroteo, vindo da então colónia portuguesa de Angola, estreou-se pelos leões logo num
Sporting x
Benfica (5x3), a 12 de setembro de 1937, com dois golos. Tinha apenas 19 anos.
No começo da sua carreira, na época de 1937/38, havia somente 12 equipas na Primeira Divisão. Eram já 14 em 1948/49, quando
Peyroteo abandonou o futebol. Apesar do campeonato ser disputado por poucas equipas,
Peyroteo marcou golos como mais nenhum jogador na história do futebol português.
O maior dos goleadores do futebol nacional terá sido o último dos heróis românticos de uma outra era do futebol, onde se jogava por amor à camisola e se respeitava sempre o adversário. Em 1949, terminou a sua curta carreira, numa vitória de 8x0 sobre o Oriental – três golos foram seus.
Peyroteo, o homem-golo dos «cinco violinos», sabia procurar a melhor colocação no terreno à espera dos centros da direita ou da esquerda, metendo muitos e bonitos golos sem deixar que a bola chegasse ao chão.
Após inúmeros golos e exibições memoráveis, a fama de
Peyroteo chegou a França. No Natal de 1945, emissários de Bordéus quiseram falar-lhe. Não os recebeu. O casamento com o
Sporting era indissolúvel e o seu amor ao leão rampante maior do que os francos que os Girondins lhes prometiam...
A sua postura de correção valeu-lhe ter vencido em abril de 1939 o concurso de «o mais popular desportista português», concurso organizado pelo jornal «O Século». Isso não impediu que, em 1945, num
Benfica-Sporting, respondesse a soco a um insulto de Gaspar Pinto à sua mãe. O fair-play era importante, mas a honra da família sobrepunha-se a tudo mais. «Não podia deixar que falasse assim da Senhora minha mãe!», justificou um dia.
Golos e mais golos
Nalgumas goleadas do
Sporting sobressaíram os golos de
Peyroteo:
Sporting 12x1
Boavista (oito golos de
Peyroteo),
Sporting 14x0 Leça (nove golos),
Sporting 11x0 Famalicão (seis golos). Era a máquina goleadora que qualquer treinador sonhava para a sua equipa e Cândido de Oliveira sabia bem disso, criando uma linha avançada para poder tirar partido da capacidade goleadora do angolano.
qNinguém acreditava. Acreditou
Peyroteo. 4-1 e os quatro golos foram da autoria do melhor avançado-centro português de todos os tempos
No entanto, trouxe-lhe maior prestígio o
Benfica 1x4
Sporting, em 25 de abril de 1948, com quatro golos de
Peyroteo a decidir o campeonato. O
Benfica tinha vencido o
Sporting por 3x1. Ficariam igualados na pontuação se o
Sporting vencesse. O
Sporting só seria campeão se ganhasse por uma diferença de golos superior ao jogo da 1ª volta.
Ninguém acreditava. Acreditou
Peyroteo. 4-1 e os quatro golos da autoria do melhor avançado-centro português de todos os tempos deitaram por terra o sonho benfiquista.
Fim de carreira e morte prematura
Se motivos faltassem,
Peyroteo ainda ficaria na história do futebol nacional ao apadrinhar – enquanto selecionador nacional – a estreia de Eusébio com a camisola das quinas. Os deuses do futebol encontraram nessa primeira convocatória do
Pantera Negra uma passagem de testemunho entre o maior avançado português de todos os tempos, e aquele que viria a ser unanimemente reconhecido como o melhor jogador português da história.
A vida, contudo, não seria justa para Fernando
Peyroteo, que faleceu em 1978 vítima de um ataque cardíaco, culminar de uma doença do sistema circulatório que já lhe tinha custado a amputação de uma perna...
Para sempre ficou a memória de um grande atleta e homem que nos bons tempos da sua carreira, quando havia no
Benfica o avançado Guilherme Espírito Santo, e a rivalidade
Benfica-Sporting era enorme, brincava-se então: que o verdadeiro sportinguista ao benzer-se devia dizer sempre «Em nome do pai, e do filho e do
Peyroteo, que o Espírito Santo é do
Benfica!»
Fernando
Peyroteo, foi o maior marcador de sempre do futebol nacional.
“Era uma máquina de fazer golos”, como um dia disse Cândido de Oliveira. Em 12 anos de carreira, marcou 529 golos em 327 jogos, e o número de golos sobe para 700 se incluirmos amigáveis e torneios disputados.
Peyroteo, vindo da então colónia portuguesa de Angola, estreou-se num
Sporting 5x3
Benfica em 12 de Setembro de 1937, com dois. Tinha 19 anos.
No começo da sua carreira, 37-38, havia somente 12 equipas na Primeira Divisão. Eram 14 em 1948-49, quando
Peyroteo abandonou o futebol.
Peyroteo terá sido o último dos heróis românticos, de uma outra era do futebol nacional.
Em 1949, quando terminou a carreira, com apenas 31 anos numa vitória de 8-0 sobre o Oriental – três golos foram seus.
Peyroteo, o homem-golo dos 5 violinos, sabia procurar a melhor colocação no terreno à espera dos centros da direita ou da esquerda, metendo muitos e bonitos golos sem deixar que a bola chegasse ao chão.
Após inúmeros golos e exibições memoráveis a fama de
Peyroteo chegou a França. No Natal de 1945 emissários de Bordéus quiseram falar-lhe. Não os recebeu. O casamento com o
Sporting era indissolúvel.
A sua postura de correcção valeu-lhe ter vencido em Abril de 1939 o concurso de «o mais popular desportista português», concurso organizado pelo jornal «O Século». Isso não impediu que, em 1945, num
Benfica-Sporting, respondesse a soco a um insulto de Gaspar Pinto à sua mãe.
No entanto trouxe-lhe maior prestígio o
Benfica 1x4
Sporting, em 25 de Abril de 1948, com 4 golos de
Peyroteo a decidir o campeonato. O
Benfica tinha vencido o
Sporting por 3-1. Ficariam igualados na pontuação se o
Sporting vencesse. O
Sporting só seria campeão se ganhasse por uma diferença de golos superior ao jogo da 1ª volta. Ninguém acreditava. Acreditou
Peyroteo. 4-1 e os 4 golos do melhor avançado-centro português de todos os tempos deitaram por terra o sonho benfiquista.
Peyroteo ficaria ainda na história do futebol nacional ao apadrinhar – enquanto seleccionador nacional – a estreia de Eusébio com a camisola das quinas.
Os deuses do futebol encontraram nessa primeira convocatória do Pantera Negra, uma passagem de testemunho entre o até então maior avançado português de todos os tempos, para aquele que viria a ser unanimamente reconhecido como o melhor jogador português da história.
A vida contudo não seria justa para Fernando
Peyroteo, que faleceu em 1978 vítima de um ataque cardíaco, culminar de uma doença do sistema circulatório que já lhe tinha custado a amputação de uma perna...
Para sempre ficou a memória de um grande atleta e homem que nos bons tempos da sua carreira, quando havia no
Benfica o avançado Guilherme Espírito Santo, e a rivalidade
Benfica-Sporting era enorme, brincava-se então: que o verdadeiro sportinguista ao benzer-se devia dizer sempre «Em nome do pai, e do filho e do
Peyroteo, que o Espírito Santo é do
Benfica!»