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    10 jogos para recordar

    Histórias do campeonato: 2200 jogos de Benfica, FC Porto e Sporting

    2013/08/22 09:33

    Dois mil e 200 jogos. É esta extraordinária marca que os três grandes do futebol português estão prestes a alcançar no campeonato nacional. Benfica, FC Porto e Sporting são as únicas equipas lusas que não falharam uma única edição da primeira divisão desde 1934/1935 e por isso, na segunda jornada da Liga Zon Sagres, comemoram este feito ao mesmo tempo.

    Ao longo da infindável lista de milhares jogos que disputaram, águias, dragões e leões construíram páginas e páginas de história. História essa que é vivida com intensidade pelos seus adeptos e que é constantemente lembrada na hora de esgrimir argumentos para justificar o porquê de acharem que o seu clube é o melhor do que os outros.

    O zerozero.pt mergulhou nos momentos marcantes dos três grandes do futebol português e destacou uma lista de jogos de Benfica, FC Porto e Sporting para oferecer aos leitores uma viagem pela história e percurso dos três clubes mais titulados no nosso país. Contudo, naturalmente com a ressalva de que muitas outras partidas poderiam ser lembradas.

    Benfica

    O Benfica é o clube com mais campeonatos conquistados em Portugal. Em 79 participações, as mesmas que FC Porto e Sporting, os encarnados levantaram o troféu por 32 ocasiões e a primeira vez que tal aconteceu foi na temporada 1935/1936, na segunda edição da prova mais importante do futebol português.

    Primeiro jogo para o campeonato

    Antes do primeiro título de campeão, o primeiro jogo para o campeonato foi a 20 de janeiro de 1935, na primeira jornada da época 1934/1935. No Campo das Amoreiras, os encarnados tiveram como primeiro adversário o Vitória de Setúbal e ganharam por 3x1. Alfredo Valadas, autor de um bis, foi o marcador do primeiro golo das águias no campeonato, tendo o outro sido da autoria de Carlos Torres.

    Uma equipa de sonho do Benfica nos anos 60 com nomes como Costa Pereira, Germano, José Augusto, Eusébio, Torres, Coluna e Simões
    Escalado por Vítor Gonçalves, o primeiro treinador do Benfica na competição, o 11 dos da casa foi composto por: Manuel Serzedelo, João Correia, Francisco Gatinho, Gustavo Teixeira, Jacinto Esperança, Francisco Costa, Rogério de Sousa, Luís Xavier, Carlos Torres, Alfredo Valadas e Carlos Graça.

    Conquista do primeiro campeonato

    Uma temporada depois o Benfica conquistou pela primeira vez o título de campeão nacional, naquele que foi o início do primeiro tri da história dos encarnados. Orientadas pelo húngaro Lipo Herzka, as águias terminaram o campeonato com 21 pontos (oito vitórias, cinco empates e uma derrota), mais um do que o FC Porto, tendo marcado 44 golos e sofrido 23.

    O título ficou praticamente garantido na penúltima jornada, com a vitória do Benfica sobre o Sporting por 3x1, mas a festa foi confirmada na cidade do Porto, no campo do Lima, com um empate a dois golos com o Boavista a 3 de maio de 1936.

    Carlos Torres e Luís Xavier foram os autores dos golos dos forasteiros, que alinharam com o seguinte 11: Cândido Tavares, Gustavo Teixeira, Gaspar Pinto, Francisco Gatinho, Domingos Lopes, Francisco Albino, Luís Xavier, Alfredo Valadas, Rogério de Sousa, Carlos Torres e Vítor Silva.

    O 12x2 ao FC Porto

    Com 179 jogos, Otto Glória é o treinador com mais partidas pelo Benfica no campeonato
    Em 1942/1943 aconteceu um jogo inesquecível no percurso do campeonato nacional, com o Benfica, treinado pelo húngaro János Biri, a receber e a golear o FC Porto por 12x2. A 7 de fevereiro de 1943, no Campo Grande, os encarnados, campeões em título, defrontaram o FC Porto, orientado por Lipo Hertzka, o mesmo que tinha levado o Benfica à conquista do seu primeiro título, e cilindraram o rival de forma clara e inequívoca.

    Julinho, autor de cinco golos, Manuel da Costa, com um bis, Alfredo Valadas, também com dois golos, Francisco Ferreira, Semilhas e Alfredo Pais, na própria baliza, foram os marcadores de serviço da equipa que no final da época se sagraria bicampeã. O 11 em campo foi o seguinte: António Martins, Gaspar Pinto, Francisco Ferreira, Jordão, César Ferreira, Albino, Semilhas, Nelo Barros, Manuel da Costa, Julinho e Alfredo Valadas.

    A maior goleada alcançada na primeira divisão

    Quatro temporadas após a goleada ao FC Porto, o Benfica, ainda orientado por János Biri, conseguiu o seu resultado mais desnivelado até hoje no campeonato nacional. A vítima foi a Sanjoanense, que a 27 de abril de 1947 foi esmagada por 13x1 no Campo Grande.

    Julinho, com seis golos, foi a figura da tarde, mas Arsénio Duarte, com um hat-trick, Batista e Rogério Carvalho, ambos com um bis, também fizeram o gosto ao pé pela equipa que viria a perder o campeonato para o Sporting. János Biri fez alinhar António Martins, Jacinto Ramos, Joaquim Fernandes, Horácio, Francisco Moreira, Rogério Carvalho, Francisco Barreira, Batista, Arsénio Duarte, Espírito Santo e Julinho.

    A estreia de Eusébio frente ao Belenenses

    Em 1960/1961 o Benfica conquistou a sua primeira Taça das Campeões Europeus, vencendo na final disputada em Berna o Barcelona por 3x2, mas foi também nessa época que começou a nascer um ídolo que viria a ser de todos os tempos no Estádio da Luz: Eusébio. Aos 19 anos deixou o Sporting de Lourenço Marques, em Moçambique, e mudou-se para Lisboa para representar o Benfica, apesar das inúmeras tentativas do Sporting em desviá-lo para Alvalade. As águias levaram a melhor e o futuro veio mostrar que valeu o esforço na sua contratação.

    Ao serviço do Benfica, Eusébio marcou 317 golos no campeonato e ainda ninguém o superou na Luz
    O «pantera negra» é o melhor marcador de sempre do Benfica na primeira divisão e o primeiro jogo em que vestiu a camisola dos encarnados foi num amigável frente ao Atlético, disputado a 23 de maio de 1961 e no qual apontou três dos quatro golos da sua equipa. Dias depois, impedido de participar na final da Taça dos Campeões Europeus contra o Barcelona por causa do atraso na assinatura do contrato, viu a equipa partir para Berna para se sagrar campeã europeia enquanto ele ficava em solo português.

    A estreia oficial no campeonato viria a acontecer a 8 de junho de 1961 na última jornada frente ao Belenenses, com Béla Guttmann a lançar Eusébio de início na partida que as águias, já campeãs, venceram por 4x0 com golos do próprio Eusébio, José Augusto, Joaquim Santana e Domiciano Cavém. Além destes, o treinado húngaro fez alinhar Barroca, Manuel Pinto, Fernando Cruz, Ângelo, Mário João, Mário Coluna e José Neto.

    A estreia de Jorge Gomes, o primeiro estrangeiro a jogar pelo Benfica

    Dos três crónicos candidatos ao título, o Benfica foi o clube que mais tarde cedeu à necessidade de contratar jogadores estrangeiros. Até ao final da temporada de 1978/1979, os encarnados tiveram no plantel jogadores exclusivamente de nacionalidade portuguesa, sendo que alguns deles tinham nascido nas colónias em África, pelo que eram considerados futebolistas lusos. A abertura do Benfica a jogadores de nacionalidade estrangeira não foi pacífica entre os sócios, tendo ficado decidida a 1 de julho de 1978, numa assembleia geral que durou mais de oito horas.

    Após uma votação que contou com 472 votos a favor da entrada de jogadores estrangeiros no Benfica e apenas 62 votos contra, as águias, na altura presididas por Ferreira Queimado, acertaram a contratação de Jorge Gomes, que representava o Boavista. O brasileiro estreou-se a 29 de agosto de 1979, frente ao Vitória de Setúbal, tendo sido lançado por Mário Wilson aos 72 minutos para o lugar de Fernando Chalana. Os encarnados golearam por 5x1 e o jogo ficou na história por um jogador estrangeiro ter entrado em campo pela primeira vez com a camisola do Benfica.

    A estreia como titular no campeonato, naquela que foi a primeira vez que um 11 da turma da Luz não foi 100 por cento português nas provas nacionais, aconteceu apenas à sétima jornada, num triunfo do Benfica sobre o Estoril por 4x1, tendo Jorge Gomes sido um dos marcadores de serviço. No entanto, antes do encontro com os canarinhos, o avançado brasileiro já tinha sido titular contra o Aris, da Grécia, para a Taça UEFA, tendo também apontado um golo.

    A carreira de Jorge Gomes no Benfica durou três temporadas, tendo deixado os encarnados para ingressar no SC Braga. Na Luz conquistou um campeonato e duas Taças de Portugal, tendo disputado um total de 59 jogos e marcado 13 golos.

    O pesadelo dos 7x1 em Alvalade

    Na temporada de 1986/1987, mais precisamente a 14 de dezembro de 1986, o Benfica teve uma das tardes mais infelizes da sua história, tendo sofrido no Estádio de Alvalade a derrota mais pesada do seu percurso na primeira divisão: 7x1.

    Orientados por John Mortimore, os encarnados tiveram uma tarde para esquecer frente ao rival lisboeta, sendo vergados a uma goleada por 7x1 num jogo em que Wando, aos 59 minutos, foi o autor do único golo do Benfica, numa altura em que o resultado estava ainda em 2x1. Nesse dérbi, o treinador inglês fez alinhar o seguinte 11: Silvino, Dito, Álvaro Magalhães, António Veloso, Oliveira, Carlos Manuel, Diamantino, Shéu, Rui Águas, Chiquinho Carlos e Wando.

    Nené é o jogador com jogos disputados pelo Benfica no campeonato: 421
    Apesar da goleada, é de salientar que o Benfica nessa época de 1986/1987, temporada na qual o FC Porto se sagrou pela primeira vez campeão europeu, conquistou o campeonato, conseguindo mais dois pontos que os azuis e brancos e mais dez do que o Sporting. Além disso venceu também a Taça de Portugal diante dos leões, que meses antes tinham humilhado as águias. Foi, de resto, a última vez que os encarnados conquistaram a dobradinha.

    O bis de César Brito nas Antas

    A 28 de abril de 1991, o Benfica foi ao Estádio das Antas vencer o FC Porto por 2x0 e colocar um ponto final numa série de 13 jogos consecutivos sem vencer para o campeonato em casa dos azuis e brancos. A última vez que o triunfo tinha sorrido aos encarnados tinha sido em 1976/1977, graças a um golo solitário apontado por Chalana. Desde então foram 13 jogos, nove vitórias para os dragões e quatro empates.

    À entrada para o embate da 34ª jornada da época 1990/1991, o Benfica era líder com 60 pontos, mais um do que o FC Porto, pelo que o triunfo conseguido nas Antas serviu para isolar ainda mais os encarnados na tabela classificativa, numa altura em que cada vitória valia dois pontos. Graças a dois golos apontados por César Brito, que foi lançado por Sven-Goran Eriksson aos 80 minutos para o lugar de António Pacheco e bisou ao minuto 81 e 85, os encarnados deixaram as Antas com mais três pontos que o rival, quando faltavam disputar apenas quatro jornadas.

    O título viria mesmo a ser conquistado pelo Benfica e o triunfo conseguido no Estádio das Antas frente ao FC Porto de Artur Jorge revelou-se fundamental para o sucesso encarnado. Nesse encontro, Eriksson utilizou o seguinte 11: Neno, António Veloso, Ricardo Gomes, William, Paulo Madeira, Paulo Sousa, Vítor Paneira, Valdo, Jonas Thern, António Pacheco e Rui Águas.

    O génio de João Pinto à solta em Alvalade

    Foi no Estádio de Alvalade que o Benfica sofreu a maior humilhação na primeira divisão, ao ser goleado pelo Sporting por 7x1 em 1986/1987, mas foi também no terreno do rival Sporting que os adeptos encarnados viveram uma tarde de verdadeiro sonho em 1993/1994, com o triunfo por 6x3 em casa dos leões.

    O Benfica, treinado por Toni, sagrou-se campeão nacional nessa época e o encontro com o Sporting foi essencial na conquista do título, sendo que João Vieira Pinto provavelmente realizou a melhor exibição da sua carreira, assinando um hat-trick e destruindo por completo o adversário. Os leões, orientados por Carlos Queiroz, ainda estiveram duas vezes na frente do resultado, com golos de Cadete e Luís Figo, mas João Vieira Pinto restabeleceu sempre o empate e antes do intervalo colocou as águias a ganhar por 2x3. Na segunda parte, Isaías, com um bis, e Hélder apontaram os restantes golos dos forasteiros, de nada valendo o tento conseguido por Krassimir Balakov, que estabeleceu o resultado final de 3x6.

    Nesse jogo histórico, Toni causou surpresa ao deixar Rui Costa no banco de suplentes e apresentou o seguinte 11: Neno, Hélder, Kenedy, Mozer, Abel Xavier, António Veloso, Vítor Paneira, Stefan Schwarz, João Pinto, Ailton e Isaías.

    Fim do jejum de 11 anos no Bessa

    Após conquistar o título em 1993/1994, o Benfica esteve 11 anos sem conquistar o campeonato, naquele que foi o maior período de seca do conjunto encarnado até aos dias de hoje. O fim do longo período de espera dos adeptos encarnados aconteceu na última jornada da temporada 2004/2005.

    O Benfica nunca tinha estado tanto tempo sem vencer um campeonato. Em 2004/2005 pôs fim a um jejum de 11 anos consecutivos sem conquistar o título
    À entrada para a derradeira ronda, o Benfica, que na penúltima jornada tinha saltado para a frente da classificação após vencer o Sporting no Estádio da Luz, lutava pelo título com o FC Porto, mas um empate no Estádio do Bessa, diante do Boavista, era suficiente para os encarnados vencerem a corrida.

    Orientado por Giovanni Trapattoni, o Benfica quebrou o jejum de 11 anos precisamente ao empatar a uma bola com o Boavista, tendo Simão Sabrosa, através da conversão de uma grande penalidade, marcado o golo das águias no jogo do título, de nada valendo o tento da igualdade de Éder.

    Nesse jogo histórico e que colocou milhões de adeptos benfiquistas em euforia, Trapattoni escalou um 11 composto por: Quim, Luisão, Manuel dos Santos, Miguel, Ricardo Rocha, Petit, Geovanni, Nuno Assis, Manuel Fernandes, Simão Sabrosa e Nuno Gomes.

    FC Porto

    Atual tricampeão nacional, o FC Porto tem tido a hegemonia do campeonato português nas últimas décadas, sendo o segundo clube com mais campeonatos em Portugal. No entanto, os azuis e brancos ficarão para sempre ligados à história do campeonato nacional por ter sido o vencedor da primeira edição, em 1934/1935.

    Primeiro jogo para o campeonato

    Apesar de se ter sagrado campeão nacional na primeira edição do campeonato, o FC Porto estreou-se na prova com um empate a uma bola frente ao Belenenses, no Campo das Salésias. A 20 de janeiro de 1935, os dragões estiveram a perder por 1x0, mas Carlos Nunes restabeleceu o empate e apontou o primeiro golo de sempre do FC Porto na competição.

    Orientado pelo húngaro Joseph Szabo, o primeiro 11 do FC Porto no campeonato foi composto por: Soares dos Reis, Jerónimo Pereira, Avelino Martins, João Nova, Acácio Mesquita, Carlos Pereira, Valdemar Mota, Carlos Nunes, Álvaro, Lopes Carneiro e Pinga.

    A primeira vitória viria a surgir na segunda jornada, com uma goleada de 7x1 sobre a Académica no Campo da Constituição. Lopes Carneiro, Artur Alves, com um hat-trick, Pinga e Carlos Nunes, com um bis, foram os marcadores de serviço.

    Conquista do primeiro campeonato

    Com 22 pontos em 14 jogos, fruto de dez vitórias, dois empates e duas derrotas, o FC Porto comemorou a conquista do primeiro campeonato nacional a 12 de maio de 1935, com um empate a dois golos diante do Sporting.

    João Pinto entrou em campo com a camisola do FC Porto em 407 jogos no campeonato e lidera a lista de jogadores com mais partidas disputadas
    Dragões e leões partiram para a última jornada com dois pontos de diferença e a igualdade registada no Campo do Lumiar foi favorável aos visitantes, que assim festejaram o título em casa do rival após o apito final do árbitro Luiz da Camara.

    O Sporting, orientado por Filipe dos Santos, ainda esteve em vantagem, graças a um golo de Ferdinando, mas Carlos Nunes e Lopes Carneiro operaram a reviravolta a favor do FC Porto. Perante a cambalhota no marcador, o melhor que os leões conseguiram foi restabelecer o empate por intermédio de Manuel Soeiro.

    Nesse encontro histórico, Joseph Szabo fez alinhar o seguinte 11: Soares dos Reis, Jerónimo Pereira, Avelino Martins, Carlos Pereira, Valdemar Mota, João Nova, Lopes Carneiro, Carlos Mesquita, Álvaro, Santos e Carlos Nunes.

    Os 10x1 ao Sporting

    Em 1935/1936, a temporada na qual teve que defender o título de campeão nacional, o FC Porto goleou o Sporting por 10x1, naquele que é o resultado mais dilatado de sempre dos azuis e brancos frente a um rival pela conquista do primeiro lugar.

    Os leões até tinham vencido o FC Porto logo na abertura do campeonato por 3x2, mas no começo da segunda volta foram brindados com uma autêntica goleada no Campo do Ameal. Orientados pelo húngaro Magyar Ferenc, os azuis e brancos marcaram por intermédio de Pinga, autor de um hat-trick, Carlos Nunes, que assinou um póquer, Valdemar Mota, Santos e Carlos Pereira. Por sua vez, Wilhelm Possak, treinador-jogador do Sporting, apontou o golo de honra dos leões.

    Nesse encontro, o FC Porto alinhou com Soares dos Reis, Carlos Alves, Avelino Martins, Valdemar Mota, João Nova, Carlos Pereira, Poças, Lopes Carneiro, Santos, Carlos Nunes e Pinga.

    A maior goleada de sempre frente ao Académico do Porto: até o guarda-redes adversário foi embora ao intervalo

    O Académico do Porto está na história do FC Porto como a primeira equipa a sofrer a mais pesada derrota que os azuis e brancos aplicaram no campeonato nacional. 1x12 foi por quanto os dragões golearam o clube da mesma cidade, numa partida disputada no Estádio do Lima, a contar para a época 1938/1939.

    Com 288 golos marcados, Fernando Gomes é o melhor marcador de sempre do FC Porto no campeonato
    Orientado pelo húngaro Mihaly Siska, o FC Porto marcou por intermédio de Carlos Nunes, que fez um póquer, Costuras, que assinou cinco golos, Santos, que bisou, e Reboredo. O Académico do Porto foi demasiado frágil mas a verdade é que jogou apenas com dez elementos durante toda a segunda parte. Dias, guarda-redes do Académico, foi-se embora ao intervalo e Ricardo, defesa da equipa, ocupou o lugar na baliza.

    Na goleada mais robusta do FC Porto no campeonato, Mihaly Siska apresentou um 11 composto por Soares dos Reis, Sacadura, Guilhar, Poças, Carlos Pereira, Reboredo, Lopes Carneiro, Santos, Costuras, Pinga e Carlos Nunes.

    Três temporadas depois, em 1941/1942, o FC Porto alcançou o mesmo resultado diante do Carcavelinhos no Campo da Constituição. Novamente sob o comando de Siska, os dragões marcaram por intermédio de Pratas (2), Gomes da Costa (3), Santos (2), António Nunes, Correia Dias (3) e Carlos Nunes.

    Alés destes dois, o FC Porto alcançou outros dois resultados por 11 golos de diferença no campeonato nacional. Em 1939/1940 goleou o Vitória de Setúbal por 11x0, obtendo o mesmo resultado frente ao Atlético em 1945/1946.

    A goleada de 12x2 sofrida no Campo Grande

    A goleada de 12x2 que o FC Porto sofreu no Campo Grande frente ao Benfica em 1943 é a mais pesada da história dos dragões em todo o seu percurso no campeonato nacional. Frente aos encarnados, que eram campeões nacionais e que no final dessa época iriam conquistar o bicampeonato, os comandados de Lipo Hertzka tiveram uma tarde para esquecer, uma das piores da história do clube.

    De resto, o momento que os dragões atravessavam também não era o melhor, pois a goleada frente ao grande rival aconteceu num período em que estiveram sem vencer o campeonato durante 15 anos consecutivos, entre 1940/1941 e 1954/1955.

    Nessa tarde de futebol no Campo Grande, Póvoas e Araújo foram os marcadores dos golos do FC Porto, que alinhou com o seguinte 11: Lino Mota, Guilhar, Alfredo Pais, Batista, Póvoas, António Nunes, Poças, Pinga, Correia Dias, Araújo e Gomes da Costa.

    Fim do jejum de 19 anos sem conquistar o título

    A temporada de 1977/1978 foi histórica para o FC Porto. Comandados por José Maria Pedroto, os azuis e brancos colocaram um ponto final na série de 19 anos consecutivos sem conquistar um título. Foi um período de seca longo, o maior da sua história, e dominado na totalidade pelos rivais Benfica e Sporting.

    Jorge Nuno Pinto da Costa, enquanto diretor do FC Porto, foi o responsável pelo regresso de José Maria Pedroto às Antas, ele que por lá já tinha passado entre as épocas de 1966/1967 e 1968/1969, e a aposta não poderia ter sido mais certeira. Pedroto voltou em 1976 para tentar acabar com a hegemonia dos clubes da capital e precisou apenas de uma época para voltar a colocar os dragões no trilho dos êxitos.

    José Maria Pedroto teve três passagens pelo FC Porto e com 236 partidas é o treinador com mais jogos disputados pelos azuis e brancos no campeonato
    Em 1977/1978, o FC Porto sagrou-se campeão nacional pela sexta vez na sua história e acabou com um jejum de 19 anos sem conquistar o título. O campeonato foi disputadíssimo e decidido apenas à última jornada, com os azuis e brancos a confirmarem a festa ao golearem o SC Braga por 4x0 na derradeira ronda. António Oliveira, Octávio Machado e Fernando Gomes, com um bis, foram os marcadores de serviço frente aos arsenalistas, sendo que o trio fez parte de um 11 que também contou com João Fonseca, Freitas, Simões, Alfredo Murça, Ademir, Rodolfo Reis, Seninho e Duda.

    FC Porto e Benfica, que na última jornada venceu o Riopele por 1x4 e não sofreu qualquer derrota no campeonato, terminaram empatados com 51 pontos, mas os dragões venceram no fator de desempate, o «goal-average»: 81 golos marcados e 21 sofridos dos azuis e brancos, contra 56 marcados e 11 sofridos dos encarnados.

    O primeiro jogo do FC Porto com Pinto da Costa na presidência

    Pinto da Costa entrou para a história do FC Porto logo como diretor, tendo visto José Maria Pedroto, treinador que contratou ao Boavista, acabar com um ciclo negativo de 19 anos sem vencer o campeonato em 1978. Mas os dois, em rota de colisão com Américo de Sá, então presidente dos dragões, acabaram por deixar o clube no chamado verão quente de 1980, no qual vários jogadores decidiram treinar à parte por não concordarem com o afastamento, opondo-se a Américo de Sá, presidente que não gostava dos discursos de Pedroto e Pinto da Costa contra os rivais da capital. Mas ambos viriam a encontrar-se novamente nas Antas na época de 1982/1983, depois de Pinto da Costa se tornar presidente, para juntos lançarem as bases de um FC Porto que estava prestes a dominar o futebol português como nunca antes tinha conseguido.

    O atual presidente portista foi eleito para o primeiro mandato a 23 de abril de 1982 e um dia depois o FC Porto deslocou-se à Amoreira para empatar a uma bola com o Estoril. Foi esse o primeiro jogo dos dragões com Pinto da Costa na presidência, sendo que Lima Pereira foi o autor do primeiro golo da era do presidente mais importante da história do clube.

    Orientado pelo austríaco Hermann Stessl, uma vez que Pedroto apenas no final dessa época deixaria o Vitória de Guimarães para regressar ao FC Porto, os dragões apresentaram-se frente ao Estoril com um 11 formado por João Fonseca, Lima Pereira, Gabriel, Teixeirinha, Frasco, Costa, Jaime Pacheco, Sousa, Adelino Teixeira, Jacques e Júlio.

    O jogo do pentacampeonato – feito histórico no futebol português

    Em 1997/1998, o FC Porto, treinado por António Oliveira, igualou a proeza do Sporting ao conseguir conquistar o tetracampeonato. No entanto, os dragões não se ficaram pelo tetra e na temporada seguinte alcançaram o quinto título consecutivo e o respetivo pentacampeonato, um feito que ainda hoje não foi batido no futebol português.

    Treinados por Fernando Santos, treinador contratado ao Estrela da Amadora e que ficou conhecido nas Antas como o «Engenheiro do Penta», o FC Porto conquistou em 1998/1999 o quinto título seguido. A época também ficou marcada pela humilhação ao perder em casa com o Torreense para a Taça de Portugal, mas o desaire foi perdoado.

    Peixe, Vítor Baía, Jorge Costa, Capucho, Mário Jardel, Aloísio, Esquerdinha, Secretário, Deco, Zahovic e Drulovic comemoram o pentacampeonato conquistado sob orientação de Fernando Santos em 1998/1999
    Após um começo equilibrado do campeonato, os dragões isolaram-se no comando da classificação à 14ª jornada e jamais largaram o posto, sendo que a partir da 19ª ronda a segurança regressou de vez à baliza do FC Porto, com Vítor Baía a voltar às Antas por empréstimo do Barcelona. O jogo decisivo e da conquista matemática do título foi em Alvalade, onde os comandados de Fernando Santos empataram a uma bola.

    Com um 11 formado por Vítor Baía, Jorge Costa, Aloísio, Carlos Secretário, Esquerdinha, Peixe, Zlatko Zahovic, Deco, Ljubinko Drulovic, Mário Jardel e Capucho, o FC Porto empatou a uma bola com a equipa verde e branca, orientada por Mirko Jozic, sendo que Zahovic foi o autor do golo dos dragões, já depois de Pedro Barbosa ter colocado o Sporting em vantagem

    Com o empate, o FC Porto sagrou-se campeão nacional pela quinta vez consecutiva, ficando com oito pontos de vantagem sobre o Boavista, 14 sobre o Benfica e 16 sobre o Sporting. A festa da consagração foi feita nas Antas com um triunfo por 2x0 sobre o Estrela da Amadora.

    Os 5x0 ao Benfica no Dragão

    A temporada 2010/2011 foi de sonho para o FC Porto. Sob o comando do jovem André Villas-Boas, os azuis e brancos conquistaram a Supertaça Cândido de Oliveira, um campeonato sem derrotas e que foi garantido matematicamente na Luz, a Taça de Portugal e a Liga Europa. Apenas a Taça da Liga escapou aos dragões numa época em que um dos resultados mais marcantes, se não o mais marcante, da época foi a goleada aplicada ao Benfica, então campeão nacional, de 5x0.

    A 7 de novembro de 2010, os milhares de adeptos que preencheram as bancadas do Estádio do Dragão assistiram a um espetáculo de gala por parte do FC Porto, que antes dos 30 minutos já vencia o grande rival por 3x0, com golos de Varela e Radamel Falcao. Na segunda parte, Hulk também bisou e estabeleceu o resultado final de 5x0. Apesar dos números, o marcador final foi justo para o futebol que se viu em campo, ao ponto de ninguém do lado do Benfica ter contestado qualquer injustiça no resultado.

    Nessa noite, André Villas-Boas escalou um 11 composto por Helton, Maicon, Álvaro Pereira, Rolando, Sapunaru, Fredy Guarín, Fernando Belluschi, João Moutinho, Falcao, Hulk e Varela.

    O minuto 92 de Kelvin

    Aconteceu há poucos meses mas o último clássico entre o FC Porto e o Benfica, que terminou com o triunfo dos dragões por 2x1, entrou para a história como um dos jogos mais importantes dos azuis e brancos no futebol português. Os azuis e brancos estiveram a perder no Dragão com o Benfica, deram a volta com um golo no último minuto e isolaram-se na frente da classificação, partindo para a conquista do tricampeonato.

    Este remate de Kelvin no clássico com o Benfica valeu o tricampeonato ao FC Porto em 2012/2013 ©Catarina Morais
    Foi, sem margem para dúvida, o jogo do ano. À penúltima jornada, o FC Porto recebeu o Benfica com dois pontos de atraso sobre o rival da Luz. No entanto, a motivação estava em alta do lado dos dragões, uma vez que na ronda anterior, numa altura em que os adeptos portistas já davam o título como perdido para os encarnados, os homens de Jorge Jesus tinham empatado em casa com o Estoril e permitido ao FC Porto voltar a depender apenas de si para ser campeão.

    Para tal ser possível, os dragões, orientados por Vítor Pereira, tinham obrigatoriamente que vencer o rival. O empate deixava o campeonato matematicamente em aberto mas com o título praticamente certo para os homens Luz, enquanto a vitória do Benfica permitiria às águias festejarem o título em pleno Estádio do Dragão.

    O jogo começou bem para o Benfica, que aos 19 minutos viu Lima a adiantar os encarnados no marcador. Contudo, o golo do empate do FC Porto surgiu ao minuto 26, com Maxi Pereira a colocar a bola dentro da sua baliza. Nem sempre a jogar bem, o FC Porto jogava com a pressão de ver o tempo a passar e de estar obrigado a marcar. A tarefa parecia impossível e o cenário do empate e de ver o título praticamente perdido já estava na mente dos adeptos azuis brancos. Mas tudo mudou aos 92 minutos. Kelvin, assistido por Liedson, rematou à entrada da área, bateu Artur Moraes e lançou uma autêntica explosão de alegria no Estádio do Dragão.

    Vítor Pereira, consciente de que aquele golo lhe valia a conquista do campeonato, corria que nem um louco pelo relvado. Ao mesmo tempo, Jorge Jesus se ajoelhava no Dragão a tentar perceber como é que o título lhe tinha acabado de fugir por entre as mãos.

    Nesse encontro, o FC Porto alinhou com Helton, Danilo, Eliaquim Mangala, Alex Sandro, Nicolás Otamendi, Lucho González, João Moutinho, Fernando, Jackson Martínez, James Rodríguez e Silvestre Varela.

    Sporting

    Vencedor do campeonato nacional por 18 ocasiões, o Sporting não conquista o título desde a temporada 2001/2002, estando atualmente longe dos anos dourados das décadas de 40 e 50.

    Académica como primeiro adversário

    O Sporting estreou-se no campeonato nacional a 20 de janeiro de 1935 e logo com uma goleada sobre a Académica por 0x6. No Campo de Santa Cruz, os leões, orientados por Filipe dos Santos, venceram o primeiro jogo disputado na prova com golos de Manuel Soeiro, autor de um hat-trick, Adolfo Mourão, António Faustino e Ferdinando.

    Na partida da primeira jornada do campeonato nacional de 1934/1935, o Sporting apresentou-se em Coimbra com o seguinte 11: Artur Dyson, João Jurado, Joaquim Serrano, António Faustino, Rui Araújo, Rui Carneiro, Pacheco, Abelhinha, Adolfo Mourão, Manuel Soeiro e Ferdinando.

    Maior derrota da história sofrida frente ao FC Porto

    Na história do Sporting no campeonato nacional, a derrota mais pesada sofrida pelos leões aconteceu no Campo do Ameal, na cidade do Porto, frente ao FC Porto, que goleou por 10x1. A 22 de março de 1936 os leões foram humilhados na cidade invicta e de nada valeu o golo apontado pelo treinador-jogador Wilhelm Possak, que quando marcou aos 15 minutos já o resultado estava em 2x0.

    Fernando Peyroteo é o jogador com mais golos pelo Sporting no campeonato, prova na qual é o máximo goleador com 330 golos, todos apontados ao serviço dos leões
    Para a história, embora não pela positiva, ficou o 11 escalado pelo treinador romeno na maior goleada sofrida pelo Sporting no campeonato. A saber: Artur Dyson, Vianinha, Mário Galvão, João Jurado, Rui Araújo, Francisco Lopes, Rui Carneiro, Wilhelm Possak, Pedro Pireza, Adolfo Mourão e Abelhinha.

    A resposta à humilhação no Campo do Ameal

    Uma época depois de ter sido humilhado pelo FC Porto no norte do país, o Sporting recebeu os azuis e brancos no Campo Grande e aplicou uma goleada de 9x1.

    Já sob o comando de Joseph Szabo, treinador que se instalou em Portugal durante a primeira Guerra Mundial, o Sporting vergou os dragões a uma derrota pesada, com um hat-trick de João Cruz, um póquer de Manuel Soeiro e um bis de Pedro Pireza, sendo que o golo apontado por Pinga foi muito pouco para tanta fartura leonina.

    João Azevedo, João Jurado, Mário Galvão, Aníbal Paciência, Rui Araújo, Manecas, Pedro Pireza, Adolfo Mourão, João Cruz, Manuel Soeiro e Heitor Nogueira foi 11 escalado por Szabo para golear o FC Porto, orientado pelo austríaco François Gutkas.

    Conquista do primeiro título

    Na temporada de 1940/1941, o Sporting conquistou pela primeira vez o campeonato nacional, que até então apenas tinha sido propriedade do FC Porto e do Benfica. Os leões terminaram a prova no primeiro lugar com 23 pontos, mais três do que os azuis e brancos, que ficaram no segundo posto.

    A festa do primeiro título, obra do treinador húngaro Joseph Szabo, foi feita no Campo do Rossio, no Barreiro, onde o Sporting venceu o Barreirense por 3x0, com golos de Fernando Peyroteo, João Cruz e Manuel Soeiro.

    Na partida da consagração, o 11 apresentado pelo Sporting foi o seguinte: João Dores, Álvaro Cardoso, Octávio Barrosa, Gregório dos Santos, Aníbal Paciência, Manecas, Armando Pereira, João Cruz, Fernando Peyroteo, Manuel Soeiro e Ruy Silva.

    A maior goleada alcançada na primeira divisão

    Foi na condição de campeão nacional que o Sporting alcançou a maior goleada de sempre no principal escalão do futebol português. Na época 1941/1942, os leões, treinados por Joseph Szabo, receberam no Campo do Lumiar o Leça e golearam por 14x0.

    A tarde de 22 de fevereiro de 1942 foi infindável a nível de golos, sendo que estes foram da autoria de Fernando Peyroteo, que só à sua conta marcou nove, Manuel Soeiro, que bisou, Álvaro Cardoso, Carlos Canário e Daniel Silva.

    Titulares nessa partida foram João Azevedo, Álvaro Cardoso, Aníbal Paciência, Rui Araújo, Manecas, Carlos Canário, Manuel Soeiro, Fernando Peyroteo, Adolfo Mourão, João Cruz e Daniel Silva.

    Famalicão acolhe primeiro jogo dos cinco violinos

    Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano ficaram conhecidos na história do Sporting como os cinco violinos, uma expressão aplicada por Tavares da Silva, jornalista e advogado que mais tarde se tornaria treinador leonino e que viria conquistar o tetracampeonato, numa das crónicas que assinou no jornal Diário de Lisboa e que eram lidas e emitidas via Emissora Nacional.

    Os cinco violinos Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano fizeram do Sporting a melhor equipa portuguesa nos anos 40 e 50
    Nos anos 40 e 50, a equipa dos violinos conquistou vários campeonatos ao serviço dos leões, tendo conquistado um tricampeonato sob o comando de Cândido de Oliveira em 1948/1949, proeza inédita na altura no futebol português e que foi batida poucos anos depois por ela mesma, quando em 1953/1954 assegurou o tetracampeonato.

    De resto, o domínio do Sporting por esta altura era tão grande que foi por um triz que os leões não conseguiram conquistar oito campeonatos consecutivos, sendo travados entre o tricampeonato e o tetracampeonato pelo Benfica, que em 1949/1950 ganhou o título sob o comando do inglês Ted Smith.

    Muitos foram os jogos em que os cinco violinos deslumbraram as bancadas que enchiam para os ver jogar mas a vitória sobre o Famalicão por 5x9, na primeira jornada do campeonato de 1946/1947, foi histórica por ter sido a primeira partida em que Jesus Correia, que também era guarda-redes de hóquei em patins do Paço D'Arcos, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano jogaram juntos pela primeira vez.

    Orientados pelo inglês Robert Kelly, o Sporting apresentou um 11 composto por Valentim, Álvaro Cardoso, Manecas, Carlos Canário, Octávio Barrosa, Veríssimo, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano. Os marcadores de serviço foram Peyroteo, que apontou cinco golos, Vasques, que bisou, Travassos e Albano.

    O triunfo que deu origem ao «campeonato do pirolito»

    A 25 de abril de 1948, os cinco violinos provavelmente demonstraram em casa do rival Benfica a força que fazia com que o Sporting fosse a melhor equipa portuguesa no final da década de 40 e início de 50.

    Joseph Szabo, com 198 jogos, é o treinador com mais encontros pelo Sporting no campeonato
    No Campo Grande, à 22ª jornada, o Sporting estava obrigado a vencer o grande rival por três ou mais golos de diferença para não perder a possibilidade de conquistar o título, pois na primeira volta do campeonato as águias tinham ido ao Campo do Lumiar vencer por 3x1, com golos de Melão, Corona e Espírito Santo.

    A verdade é que o Sporting conseguiu uma vitória brilhante no Campo Grande, vencendo por 4x1 graças a quatro golos apontados por Fernando Peyroteo. O resultado chegou mesmo a ser de 4x0, mas Espírito Santo estabeleceu o placard final de 4x1. Orientados por Cândido Oliveira, os forasteiros alinharam com João Azevedo, Álvaro Cardoso, Juvenal, Luís Moreira, Veríssimo, Carlos Canário, Albano, José Travassos, Jesus Correia, Vasques e Fernando Peyroteo.

    Apesar de ainda faltarem algumas jornadas para o final, o Sporting viria a conquistar o título em igualdade pontual com o Benfica e para tal contribuiu o golo a mais que marcou na deslocação ao Campo Grande, aquando do dérbi.

    Por esse motivo, o campeonato ficou conhecido como o «campeonato do pirolito», sendo que pirolito era uma bebida gasosa cuja tampa não era uma carica mas sim um berlinde. Uma pequena bola que serviu para dar o nome a um campeonato conquistado pelo Sporting, visto que foi graças ao facto dos leões terem colocado mais uma bola que as águias dentro da baliza nos confrontos entre si que valeu o título de campeão nacional.

    A primeira vitória no Estádio da Luz

    Após ter conquistado o campeonato em 1961/1962 sob o comando de Juca, que substituiu no cargo Otto Glória, o Sporting esteve três temporadas consecutivas em lugares modestos, conseguindo um terceiro posto em 1962/1963 e 1963/1964 e uma quinta posição em 1964/1965.

    Vítor Damas defendeu a baliza do Sporting por 332 ocasiões no campeonato e é o jogador com mais partidas disputadas pelo clube de Alvalade na prova
    No entanto, em 1965/1966 regressou aos títulos e para isso muito contribuiu o triunfo no Estádio da Luz, o primeiro no estádio do Benfica desde que o recinto foi inaugurado em 1954. A 17 de outubro de 1965, 11 anos depois da inauguração da Luz, os leões venceram pela primeira por 2x4 em casa do rival, orientado nessa época por Béla Guttmann, com Lourenço a ser o autor dos quatro golos dos visitantes.

    Treinado por Otto Glória, o Sporting apresentou-se na Luz com Carvalho, José Carlos, Alexandre Baptista, Hilário, Fernando Peres, João Morais, Dani Silva, Fernando Ferreira Pinto, Oliveira Duarte, Lourenço e Figueiredo.

    A tarde de Manuel Fernandes frente ao Benfica

    A temporada de 1986/1987 esteve longe de ser perfeita para o Sporting, que ficou em quarto lugar no campeonato atrás de Benfica, FC Porto e Vitória de Guimarães. No entanto, a receção ao Benfica nessa época jamais será esquecida pelos adeptos leoninos, que viram a sua equipa golear o rival por 7x1.

    A tarde chuvosa de 14 de dezembro de 1986 foi uma das mais felizes da carreira de Manuel Fernandes, avançado que marcou quatro dos sete golos com que o Sporting, treinado por Manuel José, bateu o Benfica de John Mortimore.

    Mário Jorge, Manuel Fernandes e Ralph Meade celebram um dos sete golos com que o Sporting goleou o Benfica em 1986/1987
    Além de Manuel Fernandes, o Sporting marcou por intermédio de Mário Jorge, que bisou, e Ralph Meade, sendo que o 11 escalado por Manuel José foi o seguinte: Vítor Damas, Virgílio Lopes, Gabriel, Fernando Mendes, Pedro Venâncio, Litos, Oceano, Mário Jorge, Zinho, Ralph Meade e Manuel Fernandes.

    Fim de 18 anos de jejum

    O Sporting esteve perto de igualar o FC Porto, que esteve 19 anos consecutivos sem conquistar o campeonato nacional. No entanto, em 1999/2000 os leões colocaram um fim a um jejum de 18 anos ao conquistarem o 17º título da sua história no já inexistente Estádio Vidal Pinheiro.

    Augusto Inácio entrou a meio da época para substituir o italiano Giuseppe Materazzi e um dos jogos mais importantes da carreira da equipa nessa temporada foi o triunfo sobre o FC Porto por 2x0, no Estádio de Alvalade. À 26ª jornada, os leões ganharam aos pentacampeões nacionais com golos de André Cruz e Beto Acosta e saltaram para a frente da classificação, de onde nunca mais saíram.

    A festa do título foi feita na cidade do Porto, em Vidal Pinheiro, com uma goleada de 4x0 imposta ao Salgueiros. André Cruz, com um bis, Ayew e Aldo Dusher foram os marcadores de serviço dos leões, que mais tarde, já de madrugada, foram recebidos em apoteose em Alvalade.

    No encontro decisivo frente ao Salgueiros, o Sporting utilizou um 11 composto por Peter Schmeichel, Facundo Quiroga, Abdelilah Saber, Rui Jorge, André Cruz, Aldo Duscher, Pedro Barbosa, Luís Vidigal, De Franceschi, Beto Acosta e Ayew.

    Comentários

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    motivo:
    ID
    nesta jornada vai ser mais uma goleada
    2013-08-28 03h20m por IDanielGarrido
    7-0! FORÇA PORTUGAL, EM MARCHA A BELGRADO
    RS
    mais 2 grandes goleadas
    2013-08-27 23h21m por rsg4
    porto 8-0 ao benfica. . . e os 5-0 na luz para a supertaça
    ArmindoSuares
    2013-08-24 14h01m por freitas_SD
    'o sporting foi o primeiro clube português a vencer uma competição europeia, Taça dos Vencedores das Taças, em 1964'

    isso e clubismo. O Benfica ganhou 2 taças dos campeoes eurpoeus antes disso, ou nao se lembra?

    Apesar de tudo, censo no que se escreve.
    NA
    retificação
    2013-08-23 08h41m por nandocas
    O Sporting não esteve 18 anos sem ganhar o campeonato mas, apenas 17 porque ao 18º ganhou-o.
    Na épca de 1981/82 ganhou q 16% e na de 1999/200 o 17º.
    Se contar pelos dedos vrificará k nesse intervalo só houve 17 campões nacionais.
    Essa estória dos camp de Portugal e da liga é uma farsa que não deve ser mantida
    Do que li do texto parece-me que há uma certa tendência em favorecer uma certa equipa e não é dificil verificar qual é.
    PL
    Este artigo está errado!
    2013-08-23 00h20m por Play2Win
    Onde está o "grande" SCB?
    ZZ
    2013-08-22 16h14m por mikescm
    Grande Reportagem. Isto sim é um grande artigo. Parabens.
    Incompleto
    2013-08-22 15h53m por joaotorres
    Quero apenas fazer o reparo para a falta de informação do campeonato 2001/2002 em que o Sporting foi campeão com um super Mário Jardel e o mágico JVP, entre outros! Estava a gostar do artigo e como sportinguista, fiquei desiludido com essa falha! Considero importante esse título merecer destaque, pois desde essa data o Sporting não voltou a conquistar o maior título nacional.
    Stromp1906
    2013-08-22 15h19m por Sportinguista1976
    pois, essa edição exprimental não é mais do que um Campeonato de Reservas por isso não conta pra atribuir o titulo de Campeão, pelo que fica assim:

    Benfica 29 Campeonatos atuais + 3 Campeonatos de Portugal

    Porto 26 Campeonatos atuais + 4 Campeonatos de Portugal

    Sporting 18 Campeonatos atuais + 4 Campeonatos de Portugal
    Abaiang
    2013-08-22 14h18m por CapodeiCapi
    Nao percebi. . . . Nao vao ser transmitidos os encontros do Benfica entre SCP Porto e Braga na Benfica tv nem na na sportv ?
    Stromp1906
    2013-08-22 14h01m por Sportinguista1976
    então explica-me como é possível existirem 2 campeões nacionais diferentes na mesma epoca desportiva??
    . . .
    2013-08-22 13h57m por ActPT
    Acho piada como, vai-se lá saber porquê, os benfiquistas gostam de comparar os 5-0 aos 12-1 e afins. Acho piada porque é como ouvir a minha avó a falar de futebol. . . pois para os menos entendidos o futebol evoluiu muito e fruto da cultura tática que há muito se pratica, marcar 5 golos hoje (no futebol português(entre grandes)) é o mesmo que marcar 20 há 30 anos atrás por exemplo, e não digo isto por ser portista, digo isto por ser verdade.
    A verdade.
    2013-08-22 13h43m por Sportinguista1976
    Benfica 29
    Porto 26
    Sporting 18
    Belenenses 1
    Boavista 1

    O Campeonato arrancou em 1938/39 junto com a Taça de Portugal, antes disso o Título de Campeão era atribuido ao vencedo do "velhinho" Campeonato de Portugal, disputado desde a epoca 1921/22 até á epoca 1937/38.

    WA
    Só para terminar
    2013-08-22 13h32m por Wader
    Nos anos 20, 30 e 40, o Benfica era uma equipa com poucos recursos e numa das 3 vezes que ganhou o Campeonato de Portugal, conseguiu-o furando com o seu clube gémeo desde sempre (o Casa Pia) o boicote oficial da AF Lisboa em 1930-31 aproveitando que Sporting e Belenenses não iam participar, tendo caminho aberto até à final com o Porto. Nos anos 60, o Benfica começa a confundir-se com as instituições e como tal tira e põe campeonatos do passado aos outros e rescreve a história do futebol em Portugal à sua maneira, caso único na Europa.
    WA
    Mais
    2013-08-22 13h12m por Wader
    Só em 1938 a FPF elege o Campeonato da Liga como prova principal, extinguindo o Campeonato de Portugal. Existem até cópias desse comunicado onde consta a decisão. O rescrever da História dá-se algumas décadas mais tarde quando um jornalista do Benfica chamado Ricardo Ornelas decide escrever em artigos inflamados que o Benfica era já o clube com mais títulos nacionais, contabilizando as 4 ligas experimentais e desvalorizando os Campeonatos de Portugal (que se disputaram numa altura em que as equipas mais fortes eram Sporting e Porto).
    WA
    As primeiras 4 ligas
    2013-08-22 12h58m por Wader
    As primeiras 4 ligas não definiram campeão nenhum. Aliás, até estavam subordinadas ao Campeonato de Portugal para o qual serviram simplesmente como torneio de apuramento nesses 4 anos. No primeiro ano nem medalhas de participação houveram, os troféus foram entregues a título decorativo anos mais tarde sem qualquer homologação de campeonato. Só o Benfica e as equipas da 2ª Liga colocaram em campo as equipas principais. Custa muito consultar os arquivos da FPF e a imprensa da época?
    façam um sobre a supertaça zerozero
    2013-08-22 12h34m por mesquita96
    Para falarem dos 5 a seco na Luz ! Somos Porto !
    PI
    ArmindoSuares
    2013-08-22 12h11m por Pirisca
    "Não percebo porque é que, estando a falar em recordes e goleadas, não falaram do record de maior goleada nas competições europeias"

    Talvez pq este artigo é sobre a história do campeonatio nacional de futebol e n sobre outras competições. . . . LOL
    AR
    Já que falamos de goleadas e de records
    2013-08-22 12h09m por ArmindoSuares
    Não percebo porque é que, estando a falar em recordes e goleadas, não falaram do record de maior goleada nas competições europeias, que pertence ao Sporting, depois de bater o Apoel Nicosia, a 13 de novembro de 1963, por 16-1, na célebre compitião: Taça das Taças; no record de melhores marcadores na liga portuguesa de Yazalde, Sporting, com 46 golos em 30 jogos, em 1974; no primeiro encontro em que defrontou o fc porto, o Sporting venceu por 11-1, em 1919; que o Sporting alcançou o p...ler comentário completo »
    PO
    lol
    2013-08-22 11h47m por porto_wild via mobile
    E os 5 a 0 teve direito a repetiçao. . . lol . . . . mas os 12 a 1 loooool atè o guarda redes foi embora ao intervalo loool
    Pirisca
    2013-08-22 11h46m por UnitedRepublix
    ah ok não sabia, peço desculpa então :)
    PI
    UnitedRepublix
    2013-08-22 11h43m por Pirisca
    N se está a referir a esse 2-0, mas aos 2-0 no inicio dos anos 90 em que esse jogo deu praticamente o titulo ao SLB nas antas. . .
    PI
    pedro16922
    2013-08-22 11h42m por Pirisca
    Mas qual é a lógica de meters aí jogos em que o SLB ganhou por 4-0 ou 4-1?. . . . LOL

    Desses deve haver uns 50 exemplos iguais
    pedro16922
    2013-08-22 11h40m por UnitedRepublix
    não sei se é o que estou a pensar, mas o 2-0 pra taça de portugal em nossa casa é muito engraçado não é? mais engraçado é a nossa vitória também na taça de portugal em vossa casa, por 3-1
    zerozero
    2013-08-22 09h51m por UnitedRepublix
    continuem assim, podiam fazer um bom livro com tudo o que têm escrito sobre a historia do futebol português. parabéns!
    benfica e porto
    2013-08-22 09h48m por UnitedRepublix
    benfica - o maior clube portugues
    porto - o melhor clube portugues da atualidade
    12
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