Romário da Souza Faria, nasceu a 29 de Janeiro de 1966, em Jacarézinho, uma favela da cidade do Rio de Janeiro.
Com três anos mudou-se juntamente com a família para a Vila da Penha, onde aprendeu a jogar futebol no Estrelinha, um clube fundado pelo seu pai, para manter a «molecada».
A bola rolava expontaneamente pelas ruas da Vila da Penha, em campos improvisados ou nas «quadras» de futebol de sala. Cada porta era uma baliza, cada duas pedras marcavam o lugar de outra. Bolas improvisadas, joelhos rasgados, faltas na escola, a infância de Romário foi igual à de tantos rapazes brasileiros, que nasceram antes ou depois dele.
Assinou o primeiro contracto profissional em 1985 e pouco depois já era presença regular na equipa principal do Vasco, brilhando ao lado de Roberto Dinamite, formando uma dupla que fez história no ataque vascaíno.
Em 1993, um outro holandês, Johann
Cruijff, convence o brasileiro a mudar-se para
Barcelona, onde o «
baixinho» inicia o melhor momento de toda a carreira.
Juntando-se a Stoichkov, Ronald Koeman e Michael Laudrup, Romário marcou uma era do futebol blaugrana, que fora campeão europeu em 1992. A equipa de
Cruijff onde pontificavam também os espanhóis Guardiola e Zubizarreta, passou à História como d
ream team. Foi uma equipa que dominou o futebol espanhol e esmagou o rival de
Madrid com um histórico 5x0.
Na Europa chegou à final da Liga dos Campeões em Atenas, onde contra todo o favoritismo que lhe era apontado, o
dream team catalão caiu inapelavelmente aos pés do AC
Milan por 0x4.
O topo do mundo
qNa verdade, eu estou convencido de que o Brasil não ganharia o Mundial dos Estados Unidos se ele não tivesse jogado. Isso já é muito. Um ano depois, nos Estados Unidos, foi fundamental para a conquista do tetracampeonato mundial pelo Brasil, um título que escapava ao escrete há 24 anos…
Com golos decisivos, como o apontado (de cabeça!) na meia-final à Suécia, Romário conduziu o Brasil ao grande jogo contra a Itália, que seria decidido pelo desempate através de grandes penalidades.
Falando sobre essa época, Johann
Cruijff afirmou:
«Para mim, os 1990 foram anos que não tiveram um só rei, mas está claro que Romário foi, junto com outros dois ou três jogadores, o que de mais brilhante nos ofereceu essa década. Na verdade, eu estou convencido de que o Brasil não ganharia o Mundial dos Estados Unidos se ele não tivesse jogado. Isso já é muito.»
O mundial de 94 foi um mano-a-mano entre a velocidade vertiginosa de Romário e o futebol cerebral de Roberto Baggio. Duas equipas e dois modos de jogar distintos, mas duas equipas que só chegaram ao grande jogo graças aos seus «pequenos artistas».
Em Pasadena, no dia da grande final, nem um, nem outro, conseguiram marcar a diferença. Se é verdade que Romário levou a melhor e muitos concordam que merecia, já Baggio falhou o penalty decisivo, e todos, inclusive os seus adversários, reconhecem que foi um castigo demasiado para o homem que levou a Itália quase literalmente às costas até à grande decisão.
Regressado a
Espanha depois do mundial com a coroa de campeão do mundo e com uma fama planetária, Romário foi perdendo vontade de permanecer em
Barcelona. Os golos continuavam a surgir, mas a cabeça do «baixinho» estava na Cidade Maravilhosa, nas suas praias de areia fina, nas festas com os amigos. Após a pausa de Natal, Romário assinou com o Flamengo e acertaou o fim da ligação que o unia ao FC
Barcelona.
No Rio, a loucura entre os adeptos do Flamengo, leva multidões nunca vistas a todos os estádios onde o Fla jogava. Mas com a passagem do tempo a estrela de Romário parecia empalidecer, acabando por voltar a
Espanha, emprestado ao CF Valencia, mas sem grande sucesso.
Seria contudo em 2000 que Romário voltaria a brilhar como nos bons velhos tempos. Voltando a São Januário para jogar com a mítica camisola do Vasco.
O golo 1000
qO golo 1000 foi uma obsessão do baixinho, que incluiu na sua contagem, todos os golos apontados nos escalões de formação, em jogos de amigáveis e inclusive jogos particulares
Em 46 jogos apontou 41 golos, repetindo números ao nível dos seus tempos de Eindhoven (109 J - 98 G) e
Barcelona (46 J – 34 G).
Durante a primeira década do novo século, jogou com diversas camisolas dos principais clubes do Rio como o Fluminense, o Vasco e o América, intercalando com experiências fora do Brasil, no Qatar, nos E.U.A. e na Austrália. Jogou até aos 43 anos, apontando segundo os registos (reconhecidos pela FIFA), mais de 1000 golos.
O golo 1000 foi uma obsessão do «baixinho», que incluiu na sua contagem, todos os golos apontados nos escalões de formação, em jogos de amigáveis e inclusive jogos particulares, que muitos acusam de não passaram de jogos “mascarados”.
Romário vestiu ainda a canarinha por 70 vezes, com a qual apontou 55 golos, tendo uma média de golos no escrete superior a Pelé e a Ronaldo em jogos oficiais, os dois únicos jogadores que apontaram mais golos que o «baixinho» com a camisola da selecção brasileira.