Cumpriu-se ontem um ano que pela última vez publiquei uma crónica no zerozero, naquele dia de final da Taça da Liga, que deu o título à minha crónica “Taça CTT: A Final (in)desejada”, numa alusão a uma final sem grandes, disputada num longínquo Algarve por dois clubes minhotos. O texto que se segue é um resumo daquele dia até hoje...
29 de janeiro de 2017, final da Taça da Liga, apuramento do campeão de inverno: o Braga perdeu, e bem, o Moreirense, ganhou, e muito bem. Depois do jogo fiquei “doente”, recuperei. O treinador do Braga falou, como costumava falar. Continuou a falar como costumava falar. Deixaram-no falar, como costumava falar. E o Braga foi perdendo, como não costumava perder. O Braga ficou atrás do Guimarães, como não costumava ficar e, quando nada mais havia a fazer, despachou o treinador, que há muito tempo deveria ter despachado, e fez o que não necessitava ter sido feito se não tivesse feito o erro que fez, contratar Jorge Simão. É que isto do futebol é como a justiça, “não basta saber, é preciso provar”, e o então treinador do Braga, que se suspeitava saber muito, não provou que sabia o que se julgava saber. Pegar numa equipa em terceiro, terminar em quinto lugar, atrás do vizinho Guimarães, e falhar a entrada direta na fase de grupos da Liga Europa não é, de todo, prova abonatória que não legitime a pena capital de ser “despejado” da pedreira.
A verdade é que o SC Braga revelou-se um touro demasiado musculado para tão franzino forcado de cara. Justificar tamanha deceção de deixar fugir o quarto lugar no campeonato com o facto de o Guimarães 2016/2017 praticar um futebol atraente e eficaz, ter um bom treinador e ter bons executantes de futebol, seria sonegar a realidade qualitativa que o SC Braga, de há uns anos a esta parte, oferece aos treinadores que orientam a equipa principal.
O Senhor que se seguiu, e segue, é Abel Ferreira. Sóbrio, cordial, sério, direto, sem laivos de vedeta e sem apresentar sinais de bipolaridade vai levando a água ao moinho por ele dirigido.
Do meu Poente B2, vejo um Braga que, sem me deslumbrar, continua a cumprir, mantendo um seguro quarto lugar, à espera de uma brecha para assaltar o pódio e a acalentar a esperança de uma épica campanha europeia, idêntica à de 2011... “VÃO TER DE CONTAR CONNOSCO!”
Quanto aos outros...
O Benfica foi tetra e fez o bis. Na zona da foz do Douro dizem que foi dos e-mails e dos bruxos, mas foram os benfiquistas que encheram o Marquês. Já nesta época, o Benfica ressente-se, vendeu muito, diz-se que vendeu bem, mas não compra nada de especial, e o Rui Vitória arrisca-se a ficar sem o sobrenome e o banco da Luz.
O Porto voltou a não ganhar nada. Nuno Espírito Santo, que se destacou essencialmente como desenhador, foi “dispensado” e para o seu lugar entrou Sérgio Conceição, um treinador à Porto, queira lá isso dizer o que quer que seja.
Por Alvalade, Bruno de Carvalho continua a ser o Bruno de Carvalho, o justiceiro da verdade desportiva, e já conquista Taças da Liga e celebra-as como de “Champions League” se tratasse. O que não vale a taça ter deixado de ser patrocinada por uma marca de cerveja para passar a ter “selo de qualidade”.
O nosso arquirrival, Vitória de Guimarães, que nos conquistou o quarto lugar, foi à final da taça de Portugal e fez parte de uma bonita festa. Entrou diretamente na fase de grupos da Liga Europa e, por esta altura, já está fora da competição. No campeonato, está a meio da tabela a... 14 pontos(!!!!) do Braga.
O vídeo árbitro (VAR) é uma realidade em Portugal, algo impensável há uns anos, estamos na vanguarda! Alguma coisa mudou!?... Nada! Os três “grandes” continuam a ser “roubados” pela arbitragens, a culpa nunca morre solteira e é sempre dos mesmo, os árbitros. Esses, por seu turno, ameaçam com greves. Ameaçam, ameaçam, ameaçam, voltam a ameaçar e, no próximo fim de semana, continuam a arbitrar!
Os “pequenos”, finalmente, abriram os olhos e “ajuntaram-se” em cimeira, formam o G15. “Jaquinzinhos” chamar-lhe-ão os grandes. O certo é que já fazem urticária aos três do costume e, se se mantiverem unidos e não sucumbirem à pequenez que assalta diariamente o futebol, poderão mudar a realidade institucionalizada do futebol nacional. Haja vontade e perseverança.
No entretanto, por esse mundo fora, Ronaldo, que continua a ser o melhor do mundo, já tem 4 filhos, 5 bolas de ouro e o fisco espanhol à perna. O João Mário, que não jogava no Inter de Milão, vai agora para o histórico West Ham... para jogar; Renato Sanches, que estava “tapado” em Munique, só ficou “destapado”, no Swansea, com a chegada de Carlos Carvalhal; André Silva não joga no Milão e quando joga não marca, se for associado ao Manchester United talvez o consigamos ver a jogar num Besiktas, Valência ou Mónaco. Adrien Silva... só agora começou a jogar.
Em junho e... julho, valha-nos São Éder, o Czar da Rússia!