Foi só um jogo, mas foi uma final. Foi só uma vitória nas grandes penalidades, mas foi contra a Juventus. Foi à tangente, mas viram-se sinais.
Não, não vou dizer que o Milan está de volta à elite do futebol italiano, muito menos do futebol europeu - porque aí nem sequer está presente. Falta um longo trajeto para revermos os rosoneri com estatuto de primeira linha no Velho Continente, só que já faltou mais.
Shevchenko, Inzaghi, Nesta, Costacurta, Maldini, Gattuso, Seedorf e ainda Kaká deram uma dimensão ao clube no início do século que condizia com o que já vinha de trás, dos tempos de Gullit, Van Basten, Baresi, Donadoni ou Boban (e não ando mais para trás porque não me lembro...).
Por essa altura (início dos anos 90), Donnarumma, Locatelli, Romagnoli ou Pasalic ainda nem sequer eram nascidos. Hoje, saberão que são tempos distantes, mas que revestem qualquer adepto do Milan e do futebol de saudosismo.
Foi bom ver o Milan ganhar a supertaça italiana e foi muito bom ver que existem equipas com estofo para discutir taco a taco um jogo contra a hegemónica Juventus.
Provavelmente, a Serie A desta época voltará a ser um passeio e acabará no hexa. Mas existem sinais de que há algo, também a norte, a (re)formar-se pela mão de Montella e que voltará à ribalta. Cá te esperamos, Milan.
Nota I: Ao contrário da maioria, não desgostei de ver a Supertaça italiana ser disputada no Qatar. É preferível aí, a meio da época, do que cá no começo, quando ainda está o mercado aberto. Mas isso são outras contas.
Nota II: Esta Juventus não é o bicho-papão de há dois anos nem do ano passado. Continua a faltar um Tévez (apesar de Dybala ser craque) e as ideias de Allegri já foram mais imprevisíveis. Não sabemos em que ponto estará em março, mas o FC Porto pode perfeitamente discutir a eliminatória.