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    O sítio dos Gverreiros
    António Costa
    2024/03/24
    E1
    "O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

    A época desportiva do SC Braga tem tido altos e baixos, como é natural em qualquer equipa do mundo, ainda que, em alguns casos, isso se note menos do que noutros. Têm existido contextos de oscilação de rendimento, que ferem uma regularidade que, por certo, os responsáveis desejavam. 

    Até ao momento atual, foram atingidos alguns objetivos importantes, como a entrada na fase de grupos da Champions League, onde houve performances superiores à pontuação obtida e, no final, o apuramento para a Europa League, em terceiro lugar de um grupo complicado, foi uma realidade. Internamente, a conquista do título de Campeão de Inverno, depois de vencer a Taça da Liga na final four de Leiria, onde derrotou Sporting CP e GD Estoril Praia.

    Pela negativa, a temporada atual tem sido ilustrada pela pouca regularidade da equipa na Liga Portuguesa, onde a parca solidez defensiva revelada dificultou a obtenção de melhores resultados desportivos em alguns momentos. A saída precoce da Taça de Portugal, acontecida no recinto do Benfica, não ajudou nada a serenar o início difícil deste novo ano civil e a posterior eliminação na Liga Europa, que a priori não estaria nos horizontes braguistas, frente ao Qarabag (Azerbaijão) adensou as nuvens carregadas do céu bracarense e tornou ainda mais evidente o ambiente de crispação entre uma franja de adeptos e o trabalho do técnico Artur Jorge, com toda a sua equipa. É factual que, por vezes, somos dominados por uma memória seletiva que busca apenas o que interessa em determinado contexto e, assim, as coisas boas rapidamente passaram para segundo plano, quando as vitórias não surgiam ao ritmo esperado e a aproximação ao pódio se tornava uma tarefa cada vez mais complexa.

    A atual paragem das competições, para dar lugar aos trabalhos das diferentes seleções, acontece numa fase positiva da equipa, com a equipa a registar um empate em Vila do conde, determinado pela péssima e absurda decisão de Fábio Veríssimo de anular um golo legal a Banza, e cinco vitórias, nos últimos seis jogos realizados. Para esta boa etapa muito tem contribuído o desempenho coletivo, de onde tem sobressaído Simon Banza que tem marcado em todos, após o regresso da CAN, ainda que um dos golos lhe tenha sido subtraído indevidamente contra o Rio Ave.

    O último triunfo caseiro frente ao Gil Vicente surgiu da competência e eficácia dos dois avançados brácaros, Abel Ruiz e Banza, que finalizaram nas poucas chances que tiveram ao seu dispor, num jogo em que os Galos desperdiçaram algumas oportunidades claras de finalização, entre elas uma que foi oferecida pelo árbitro, Iancu Vasílica, que permitiu a continuação de uma jogada quando Matheus e Serdar tinham chocado violentamente, que valeu uma ida do jogador turco ao hospital e uma demorada recuperação do guarda-redes arsenalista. Creio que o juiz da partida não se apercebeu da gravidade do lance e o mesmo seria desperdiçado, para sossego dos corações braguistas e alívio moral do árbitro. Curiosamente, ou talvez não, a análise a este lance por parte de Jorge Coroado ultrapassou todos os limites do aceitável, quando defendeu a expulsão de Matheus, num jornal desportivo diário. Uma nota negativa para o mau comportamento dos adeptos gilistas, com insultos permanentes ao adversário, que foram sempre ignorados pelos braguistas, em boa hora, não se vislumbrando qualquer razão para esse comportamento desviante observado.

    A pausa das seleções poderia permitir o trabalho específico aquisitivo de algumas coisas que pedem correção. Contudo, a elevada qualidade do plantel colocou ao serviço das várias seleções Bruma, pela Seleção A de Portugal, onde marcou um golo frente à Suécia, Rodrigo Zalazar, pela seleção principal do Uruguai, Niakaté, pelo Mali, Borja, pela Colômbia de onde foi dispensado devido a lesão, e Álvaro Djaló, em representação do País Basco, onde marcou um golo na estreia, além das presenças nos Sub 21 de Lukas Horniceck (Chéquia), Joe Mendes (Suécia) e Cher Ndour (Itália), com registo de diversas presenças nas seleções mais jovens. A estes, juntaram-se as ausências nos trabalhos dos lesionados Marin, Paulo Oliveira, Ricardo Horta, Borja e Serdar, que foi dispensado pela seleção turca e trabalha em Braga sob observação. Portanto, o contexto torna a vida difícil a Artur Jorge, na preparação da reta final da temporada, ainda que as idas às seleções sejam sempre motivo de orgulho, para os jogadores e para o grupo de trabalho.

    Agora, é altura de lutar pela manutenção do quarto lugar, sem perder de vista os lugares acima, procurando terminar a época em bom plano e começar a preparação da próxima, onde as dúvidas são, por agora, superiores às certezas.

    Aproveito para desejar Boa Páscoa a todos, com especial ênfase para a Legião do Minho, à qual pertenço orgulhosamente.



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