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    2024/03/20
    E0
    Pedro Filipe Maia, Diretor de Contéudos Multimédia do zerozero, é apaixonado e praticante de desporto e também alguém atento às novas tendências do treino e do mundo da performance. Neste espaço, pode conhecer as últimas tendências deste universo, particularmente as que estão a ser aplicadas no futebol.

    O equipamento está para um jogador de futebol como as receitas para os cozinheiros: não podes alterar a base, mas podes acrescentar a tua criatividade.

    Não era preciso muito para ser extravagante noutros tempos. Bastava levantar a gola para homenagear Cantona, usar camisola presa à frente e solta atrás Beckham style ou, por respeito a Capucho, uma combinação entre meia pelo meio da canela e a - reduzida - proteção da mesma de tamanho a lembrar o mindinho.

    Isto já era quase considerado marginal, porque toda a caneleira que não fosse do tamanho da tíbia era uma excentricidade. Mas tudo isto era sinal de personalidade, era um Statement de jogadores que queriam sair da caixa. 

    No futebol moderno, as modas foram evoluindo, até ao IFAB incluir regras nas leis de jogo que obrigam muitos jogadores alterarem hábitos (se leram «manias» não me culpem).

    Um exemplo? A vulgarmente chamada tape, aquela fita branca usada, por exemplo, por Cristiano Ronaldo nos primórdios do Manchester United, que servia para aguentar a caneleira e que foi agora limitada. A usar, terá que ser da mesma cor da meia do equipamento.

    Convenhamos, tira todo o estilo. Pelo menos aquele tal impacto visual para marcar a diferença.

    O que decidiram inventar agora?

    A nova moda é cortar as meias. Começou apenas pelo corte da zona do pé, que permite que os atletas joguem sempre com a planta antiderrapante e evitem o escorregadio próprio de material novo. Sim, os grandes clubes estreiam um equipamento todos os jogos.  

    Agora, evoluiu para o corte da meia na zona do gémeo, na parte de trás da perna.

    Bellingham, Darwin, Gyökeres, são dezenas os craques que o fazem.

    Antigamente, a meia com “foguete” era para o suplente não utilizado, ou para o júnior acabado de chegar. Código de honra: jogador bom não joga com meia rasgada.

    Hoje em dia, inverteu-se a lógica: jogador bom rasga a meia. E serve para quê? A teoria de quem o faz é que isso permite que alivie a pressão na zona do gémeo e dá mais conforto aos atletas.

    Também há outras teorias (não, não estou a dizer que é a minha) que é só para ser diferente. Ou até por superstição.

    Seja qual for a razão, quem não deve ficar muito agradado são os patrocinadores de equipamentos dos clubes. Imagino a guerra que travam sobre o tema. «Mas como assim não são confortáveis? Está-me a dizer que eles precisam de estragar um equipamento topo de gama para não apertar a perna?».
    O argumento é fácil de desmontar: «Meu amigo, se ele render assim… meias há muitas».



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