Demorou a engatar, mas a seleção portuguesa de sub-21 foi a tempo de golear a congénere das Ilhas Faroé por 4-0 no Estádio de São Luís, em Faro.
O triunfo gordo permitiu chegar aos 15 pontos em 18 possíveis nesta fase de qualificação para o Campeonato da Europa da categoria. Isso vale a continuidade na liderança do Grupo G.
Já com duas vitórias e um empate nos primeiros cinco jogos, a seleção das Ilhas Faroé apresentava-se como um adversário de um nível superior ao que normalmente apresenta neste tipo de competições. Ainda assim, o favoritismo luso era inegável, de maneira que a ausência de golos na primeira parte foi encarada com estranheza.
A seleção das Ilhas Faroé mostrou-se pela primeira vez a nível ofensivo no último lance da primeira parte e repetiu a proeza no arranque da segunda parte, quando obrigou João Carvalho a um par de defesas, mas foi também por essa altura que Portugal conseguiu abrir o marcador: passe de Mateus Fernandes a colocar TT em boa posição para servir Fábio Silva, que finalizou entre as pernas de Peterson. 1-0, por fim!
A partir do primeiro golo, a diferença de qualidade entre as duas seleções ficou muito mais evidente. Quando o cansaço se começou a sentir do lado visitante, Portugal apoiou-se no banco para construir um marcador avultado, que até ao período de descontos parecia muito improvável.
Já além dos 90 chegou um golo semelhante, construído entre dois jogadores que tinham começado no banco. Gustavo Sá fez o passe rasteiro em profundidade e Chermiti finalizou o terceiro junto ao poste mais distante. O mesmo Chermiti ameaçou o bis aos 90+7, mas a bola bateu na face do guarda-redes adversário e caiu no caminho de Mateus Fernandes. O médio emprestado pelo Sporting ao Estoril fez o 4-0 e cimentou o seu estatuto de melhor em campo.
Se o futebol coletivo deixou a desejar, pela forma como uma equipa das Ilhas Faroé, mesmo errática, conseguiu anular Portugal, então a qualidade individual e o banco português foi fazendo a diferença à medida que o jogo avançou. Ter talentos como Carlos Forbs e Chermiti a explorar a profundidade após começar no banco é um luxo para o qual esta seleção nórdica simplesmente não soube responder.
Ao entrar em campo sem extremos, com um quarteto de médios atrás de uma dupla de pontas de lança, seria de esperar que Portugal tivesse capacidade para explorar o corredor central e criar perigo a partir do mesmo. Em vez disso, foram os médios que caíram para os corredores (Paulo Bernardo e Mateus Fernandes) e os laterais que criaram todas as chances até à renovação ofensiva.
Nada a assinalar na exibição do árbitro estónio Joonas Jaanovits.