No Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, o FC Arouca dizimou as aspirações do GD Chaves (1-5), apesar de um precoce susto. O emblema que atuou de amarelo mostrou todas as suas valências nos ataques rápidos, adquirindo mais três preciosos pontos para a respetiva caminhada.
Ao contrário de Daniel Sousa, que não promoveu qualquer alteração face ao triunfo diante do FC Famalicão (3-2), Moreno foi obrigado a mexer devido a contrariedades. Entre lesões e castigos, foram quatro as mudanças: Steven Vitória, Sandro Cruz, Guima e Héctor Hernández saíram do onze em detrimento de Vasco Fernandes, Leandro Sanca, Kelechi Nwakali e Benny.
Contudo, na antevisão para o embate, o técnico de 42 anos deixou um aviso, realçando a sua confiança nas restantes opções: «Vai surgir a oportunidade para outros colegas e sinto-os bastante motivados. Aqui não há coitadinhos, há homens que querem arranjar soluções e ajudar o GD Chaves.»
A verdade é que nos minutos inaugurais, os valentes transmontanos mostraram um maior atrevimento e, como tal, foram recompensados com um golo... e que golo! Na sequência de um canto, o desvio da defensiva arouquense acabou por ficar na entrada da área, para contentamento de Raphael Guzzo. O médio encheu o pé e, num belíssimo volley, abriu o marcador. Um momento de pura inspiração do camisola '80'.
Porém, os lobos de Arouca não estavam conformados com o resultado e, desta forma, foram atrás do prejuízo. A ligação de David Simão e Pedro Santos com os homens mais adiantados começou, gradualmente, a ser mais efetiva, obrigando a turma da casa a ter cuidados redobrados. O maior entendimento ofensivo acabou por ser decisivo para a cambalhota no rumo dos acontecimentos.
O tento da igualdade acabaria por ser uma espécie de fotocópia da finalização que abriu as hostilidades: após a cobrança de um canto, Hugo Souza socou a bola de forma incompleta, com a mesma a sobrar para Cristo González. O avançado, que vive um excelente momento, quis copiar o colega de profissão e, com um remate de primeira, deu a melhor trajetória à bola que seguia pelo ar.
Aos 41', Tiago Esgaio vestiu a pele de Kevin de Bruyne e, com um passe milimétrico, operou a revolução na contagem. O lateral encontrou Mujica nas costas da defesa, que, com uma finalização precisa, não deu qualquer hipótese ao guardião contrário. Seria o segundo capítulo de um verdadeiro pesadelo.
Após o descanso, o desequilíbrio exibicional foi aumentando. A formação da casa mostrava uma total desorientação e continuou a ser punida por isso. Primeiramente, por intermédio de Jason Remeseiro, que aproveitou as incongruências defensivas para aparecer solto de marcação. No um-para-um com o guarda-redes, contando com uma leve dose de sorte à mistura, ampliou a vantagem.
O desagrado proveniente das bancadas era cada vez mais notório. O estado de espírito ficou ainda mais evidente com um novo momento de inspiração de Mujica, que voltou a fazer o gosto ao pé, dando a melhor resposta a nova transição rápida. Desta vez, foi Javi Monteiro quem conduziu eficazmente a bandeja. Tal como indica o tema de Carlão, o «assobia para o lado» foi substituído pelo 'adeus' dos adeptos presentes no estádio.
Morlaye Sylla foi o autor da machadada final, utilizando a mítica chave de ouro. Um disparo de belo efeito, onde a bola só descansou onde dorme a coruja. Quem preveria tal desfecho no primeiro quarto de hora? O futebol é feito de surpresas. A este FC Arouca só falta mesmo o lacinho...
A turma de Daniel Sousa entrou mal no encontro, mas rapidamente se compôs. O futebol rápido incisivo do FC Arouca continua a causar mossa, sendo muito difícil criar um antídoto para parar esta filosofia. Soma e segue!
Ao contrário dos visitantes, o GD Chaves entrou na partida cheio de confiança, chegando rapidamente ao tento inaugural. Contudo, de um momento para o outro, a equipa perdeu o controlo das rédeas, mostrando pouca iluminação para contornar a situação.
Exibição exemplar de Iancu Vasilica e restante equipa de arbitragem. O critério imposto no encontro foi bastante regular, tanto na admoestação dos atletas como na marcação de faltas. Prestação muito interessante, apesar de terem sido escassas as decisões mais complicadas.