Começou a ser construído a 21 de maio de 2022 e poderá ser inaugurado daqui a uma semana, na segunda mão do play-off. À semelhança do Marão, há um túnel a abrir em Trás-os-Montes que pode voltar a colocar o Chaves no primeiro escalão do futebol português.
A equipa transmontana venceu o Moreirense por 2-0 para levar uma vantagem confortável para o jogo decisivo no próximo fim de semana. João Teixeira e João Correia fizeram os golos em lances de inspiração individual e premiaram uma exibição competente frente a uma equipa apática.
Depois de épocas bem distintas no que a resultados diz respeito, a última jornada para cada uma das equipas foi antagónica em relação a toda o percurso até àquele momento. Se em Moreira de Cónegos houve alegria e festejos, em Vila do Conde, onde o Chaves viu escapar a possibilidade de subir de forma direta, o clima era de desilusão. Por isso mesmo, o aspeto mental era um fator a ter em conta para esta primeira mão.
Os cónegos entraram a tentar justificar a diferença de escalão, mas perceberam desde muito cedo que seria preciso mais do que apenas vontade.
Ainda antes de qualquer uma das equipas ter criado uma verdadeira oportunidade de perigo, João Teixeira abriu a contagem com um livre direto executado na perfeição e criou uma insegurança ao Moreirense, que só à meia hora conseguiu responder através de Sori Mané. A reação foi curta e o Chaves, confortável com o resultado, também não forçou.
O discurso ao intervalo motivou uma entrada bem melhor por parte dos cónegos, que pareciam encaminhados para o empate. Sori Mané, outra vez, e Gonçalo Franco ficaram perto e, no geral, a equipa estava mais próxima da baliza de Paulo Vítor. Só que o que faltou de inspiração do lado minhoto apareceu (e de que maneira!) do outro lado.
A reação do banco cónego foi imediata, mas, tal como na primeira parte, o golpe sofrido deixou mossa e assim foi até ao fim. Sem inspiração, coletiva ou individual, o Moreirense foi até ao final sem capacidade para reduzir e levar uma desvantagem menos pesada para a segunda mão.
Que há qualidade, não há dúvidas, mas frente a um adversário da I Liga, surgiram algumas questões acerca da capacidade da equipa em manter a identidade. Com alguns ajustes naturais, o Chaves entrou em campo com vontade de dar uma resposta altura. Não só conseguiu como aproximou-se do regresso ao primeiro escalão.
São os fantasmas de toda a temporada. O Moreirense até nem entrou mal, mas sofreu cedo e foi incapaz de reagir. Quando o conseguiu fazer, faltou eficácia e voltou a sofrer. A montanha era demasiado alta para escalar e a desvantagem ficou em dois. Se a segunda mão for semelhante, o desfecho será fatal em Moreira de Cónegos.
Partida de emoções altas que Hugo Miguel foi gerindo de forma aceitável. Sem lances de grande dúvidas, a equipa de arbitragem teve uma exibição competente.