Em equipa que ganha não se mexe. Carlos Carvalhal fez exatamente isso e o desfecho foi o mesmo do que o da jornada passada: uma vitória. O SC Braga voltou a somar os três pontos, desta vez frente ao Nacional (2x1), depois de um início atribulado no campeonato, e com a mesma qualidade que já tinha demonstrado em Tondela.
Num jogo onde desperdiçou muito, valeram os golaços de Fransérgio e Iuri Medeiros, de bicicleta, que derrubaram um Nacional demasiado previsível e que ficou aquém das exibições a abrir a presente edição da Liga NOS. Nuno Borges foi o responsável pelo golo de honra.
Carvalhal voltou a apostar nos onze que responderam da melhor forma à adversidade e golearam o Tondela (0x4). Com as rotinas bem afinadas, os bracarenses começaram a desenhar desde o apito inicial aquele que seria o filme do jogo. Os laterais bem envolvidos no processo ofensivo, com os movimentos interiores de Iuri Medeiros, que libertavam Ricardo Esgaio. Do outro lado era Galeno o desequilibrador, em noite inspirada, que dava os problemas.
O Nacional, sempre fiel às suas ideias, tentava sair com critério e em passes curtos desde o seu meio campo, o que, devido à pressão alta dos minhotos, causava muitos calafrios à defesa insular. As boas indicações que tinham ficado das três primeiras jornadas não parecem ter beneficiado com a paragem e um golo caseiro parecia inevitável, tanto era a insistência ofensiva.
Já depois de várias ameaças, Fransérgio decidiu acabar com o nulo do marcador. Se na área, o SC Braga não estava a conseguir ser eficaz, o médio decidiu tentar a sorte de bem longe. O resultado foi um verdadeiro golaço de pé esquerdo, com a bola a fazer um arco indefensável para Daniel Guimarães.
A resposta insular apareceu pouco tempo depois, na única vez que ameaçou a baliza de Matheus na primeira parte. Riascos ainda rematou para o golo, mas o colombiano (o mais inconformado) estava em posição irregular no início do lance.
Não contou de um lado, aproveitou o SC Braga que, em mais uma vezes em que Galeno trocou as voltas a Rúben Freitas, viu Iuri Medeiros fazer o segundo com uma espécie de bicicleta na área. Dois golos de belo efeito e uma vantagem justificada, perante um Nacional irreconhecível.
O efeito da palestra de balneário de Luís Freire funcionou, visto que os insulares entraram para o segundo tempo com outra face. Mais velocidades na saída e menos passes falhados permitiu à equipa fazer algo que só por uma vez tinha conseguido nos primeiros 45 minutos: chegar com critério à área de Matheus.
Ainda assim, eram os Gverreiros que criavam as melhores oportunidades. Galeno aproveitava, constantemente, o espaço nas costas do lateral Rúben Freitas, que ajudava várias vezes no processo ofensivo. Rapidamente, voltou a toada da primeira parte, com a pressão minhota a condicionar a saída insular.
As primeiras alterações de Luís Freire não tizeram efeito e só Daniel Guimarães impedia que a diferença no marcador fosse de apenas dois golos. Para o resumo do jogo fica o registo da perdida incrível de Esgaio, que atirou para as nuvens quando apenas tinha o guarda-redes adversário pela frente.
Nos últimos cinco minutos, o Nacional ainda reduziu com um golo de Nuno Borges, que aqueceu os instantes finais, mas não foi a tempo de um segundo, que resgataria um ponto. A ineficácia, desta vez, não custou a vitória aos homens de Carvalhal, que somam a segunda vitória consecutiva no campeonato.
Um início complicado e uma mudança de sistema que tem resultado. Carvalhal apostou nos mesmos e colheu os frutos. Os minhotos mostraram boas dinâmicas e criaram muito perigo, mostrando uma evolução positiva.
Depois de três exibições positivas a abrir a campanha da Liga NOS, o Nacional teve um teste complicado frente a um SC Braga de outras andanças. Ainda assim, pede-se mais da equipa de Luís Freire, que já mostrou que é capaz de bem melhor.
Artur Soares Dias teve uma exibição tranquila, com um jogo controlado e sem situações de registar