Tudo igual no topo da Liga. Depois do Benfica alargar vantagem na abertura da 19.ª jornada, eis a resposta dos dragões ao triunfo das águias. O conjunto de Sérgio Conceição ultrapassou sem grandes dificuldades o Vitória sadino (0x4) e está novamente a sete pontos do primeiro lugar, isto na semana que antecede o Clássico.
Jesús Corona, numa posição mais central, atrás de Tiquinho Soares, que jogou desta vez sozinho na frente de ataque portista, com Moussa Marega relegado para o banco de suplentes, abriu o ativo no Bonfim e Alex Telles, Tiquinho e Luis Díaz confirmaram a clara superioridade dos azuis e brancos, perante um Vitória muito pouco capaz do ponto de vista ofensivo.
Sérgio Conceição surpreendeu ao adaptar o sistema de jogo portista a um futebol mais de posse, menos vertical, com pouco risco na profundidade, e para isso colocou mais um homem no meio, deixando a frente de ataque somente para Tiquinho.
Melhores registos de um defesa do FC Porto numa época na 🇵🇹Liga:
12 Geraldão (90/91)🔝
11 Demol (89/90)
8 Carlos Manuel (64/65), João Pinto (91/92), Zé Carlos (194/95)
7 Paulo Pereira (90/91)
6 Bernardo da Velha (66/67), Celso (87/88), Danilo (2014/15), ALEX TELLES (2019/20)⬆ pic.twitter.com/Nt9bxoJvVF
— playmakerstats (@playmaker_PT) February 1, 2020
Corona, Luis Diaz e Otávio, com Uribe e Sérgio Oliveira como guarda-costas, tiveram espaço para soltar toda a sua criatividade em campo e foram os principais responsáveis pelo forte fluxo ofensivo dos dragões durante a primeira parte.
O brasileiro teve mesmo as primeiras oportunidades para abrir o ativo, mas a linha defensiva sadina manteve-se coesa, pelo menos enquanto teve oxigénio para suster o ímpeto azul e branco, formando um bloco e impedindo de forma sucessiva que o camisola 25 traduzisse em golo a forte entrada do FC Porto no jogo.
Pelo meio de todo o domínio portista, o Vitória apareceu em jogo através de Carlinhos, numa arrancada fantástica o médio pelo miolo, a servir Mansilla para a melhor oportunidade de todo o encontro para o conjunto da casa. O argentino não acertou na baliza, mas, mesmo que acertasse, estava em posição irregular no momento da receção do passe.
Depois deste pequeno susto, se ainda se pode descrever este lance, o FC Porto voltou a assumir todas as despesas do jogo e os golos apareceram com relativa facilidade e revelaram momentos de maior fraqueza defensiva da equipa de Julio Velázquez. Primeiro, Corona aproveitou uma segunda bola para o 0x1 e pouco depois foi a vez Alex Telles aproveitar a displicência dos sadinos para romper pelo corredor e ampliar a vantagem azul e branca.
O FC Porto saiu para o intervalo com dois golos de vantagem, curiosamente apontados por dois dos três jogadores que estavam em risco para o Clássico do próximo fim de semana, faltando apenas Tiquinho para completar o lote. E não é que o avançado também marcou.
11.º ⚽golo de Luis Diaz, o 2.º melhor marcador do FC Porto esta época
⚠4.º golo de Luis Diaz na Liga: metade foram apontados frente ao V. Setúbal (tinha marcado na 1.ª volta) pic.twitter.com/DwdcnKZUtM
— playmakerstats (@playmaker_PT) February 1, 2020
Sem dar qualquer espaço e tempo para uma eventual tentativa de reação por parte dos setubalenses, os azuis e brancos chegaram ao terceiro num lance fantástico, de ligação entre setores, muito rápido, e que terminou com Manafá a cruzar para a finalização de Soares.
O avançado brasileiro beneficiou da falha de comunicação entre Makaridze e Artur Jorge, ambos muito mal na fotografia, e só teve de segurar a bola, contornar o guardião georgiano e acertar na baliza. Tudo muito simples para o FC Porto.
Após o 0x3, já numa altura muito confortável para os azuis, Sérgio Conceição começou (naturalmente) a pensar no Clássico e substituiu todos os jogadores que estavam à bica - começou em Corona, passou por Tiquinho e terminou em Alex Telles. Uma gestão só conseguida pela apatia sadina, que não mostrou qualquer capacidade para impedir o triunfo azul e branco. E ainda deu para chegar ao quarto, através de Luis Díaz!
Em suma, uma vitória justíssima para o FC Porto no Bonfim e uma descida à terra de um Vitória que chegou a esta partida moralizado com dois triunfos consecutivos na Liga.
Agora é mais fácil atribuir os louros a Sérgio Conceição pela forma como planeou a estratégia para este encontro, em virtude de uma vitória completamente folgada, mas é preciso dar mérito ao técnico portista. Ajustou o esquema habitual e a equipa produziu inúmeras situações de golo. Vitória justíssima.
Percebe-se que Julio Velázquez tenha saído visivelmente frustrado do terreno de jogo no final do encontro. Afinal, a equipa sadina esteve longe de ser aquela equipa que incomoda os denominados grandes. Muito pelo contrário. Uma apatia incaracterística do novo Vitória.