Soares escreveu dois versos, Corona outro e Manafá mais um. Assim, qual poema, o FC Porto ganhou com tranquilidade ao Aves e manteve os dois pontos de distância para o Benfica. Numa noite tranquila e de festa, a equipa de Sérgio Conceição foi sempre capaz de dominar os acontecimentos.
Um Dragão bem preenchido (não há espaço para desistências, apesar de estar cada vez mais difícil o bi) viu uma equipa a querer demonstrar que ia haver imagem renovada. A semana foi dura, não só pela questão de Casillas, mas muito por causa do empate em Vila do Conde, que ampliou a margem do Benfica, mas Sérgio Conceição fez questão de puxar dos galões na conferência e, se há coisa que os adeptos se devem recordar, é que a equipa é muito mais intensa e agressiva sob o seu comando. Assim foi, para nova comunhão.
A equipa portista, nisso, foi bem melhor. Não precisou de uma entrada fulminante para marcar, pois Telles teve a precisão necessária para colocar a bola na cabeça de Corona. E logo aí a tarefa ficou mais facilitada para os dragões, que pouco depois viram Hugo Miguel ir ao VAR ver uma mão na área avense, depois de lance outra vez com Corona. Soares marcou e o 2x0 era representativo das intenções da equipa portista para com os seus adeptos. As pazes estavam feitas, não?
Talvez não na totalidade, até porque na retina estavam ainda os dois golos de vantagem desperdiçados no jogo anterior. Era, nesse caso, preciso que duas coisas fossem feitas: que se corrigissem erros (Conceição já tinha trabalhado isso ao fazer Militão regressar ao centro da defesa) e que se matasse o jogo.
Só que houve um claro distanciamento com a baliza de Beunardeau e, sem que a vantagem estivesse verdadeiramente em risco, havia sempre alguma dúvida que um golo sofrido pudesse trazer.
Não foi, ainda assim, preciso sofrer. Com mais posse e capacidade de controlar as investidas corajosas, mas curtas, do Aves, a equipa portista aguardou pela metade da segunda parte para, de uma assentada, fazer mais dois e passar dos serviços mínimos para os tons de goleada.
A ovação da noite foi para o camaronês, que rendeu Marega e que se colou a Tiquinho numa dupla que há muito já não se encontrava no relvado e que pouco tempo teve para brindar.