São os «reis» da Europa, não há contestação aos factos. O Real Madrid tem mais uma Liga dos Campeões, num total de 12, mais do que qualquer outro emblema no «velho continente». Este sábado, em Cardiff, os merengues souberam sofrer quando a Juventus ameaçou cair-lhes em cima com tudo e responderam à altura do momento, também porque em Cristiano Ronaldo está o homem acima de todos os outros.
O internacional português, melhor jogador do mundo - será que a 5.ª Bola de Ouro já está a caminho? -, voltou a provar que se alimenta destes momentos, uns atrás dos outros. Dois golos - a abrir e o terceiro - não só sublinharam a reta final de temporada extraterrestre, como serviram para reforçar o estatuto intocável de goleador máximo na história da competição, com 105 golos. Soberbo, Cris.
Na história da Liga dos Campeões, só dois jogadores marcaram em 3 finais:
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🇦🇷Di Stéfano
🇵🇹CRISTIANO RONALDO pic.twitter.com/Likw0GeunU
Mas o caminho para a revalidação do título europeu foi tudo menos fácil para o Real Madrid, sobretudo porque a Juventus entrou impetuosa e forte no encontro. Aos sete minutos já tinha ameaçado três vezes, com destaque para um remate forte de Pjanic que mereceu uma defesa espantosa de Keylor Navas a evitar o golo da Vecchia Signora.
Zidane teve de intervir, reajustando o meio-campo para estancar a forma como Khedira e Pjanic criavam desequilíbrios. À passagem do quarto de hora a «poeira» tinha assentado e pouco depois entrou em cena Ronaldo. Tabela com Carvajal e remate em zona frontal; a bola desvia ligeiramente em Bonucci e acaba na baliza de Buffon. O português tinha «aberto o livro.»
A vantagem merengue refletia a capacidade dos espanhóis para reequilibrar o jogo mas castigava em demasia uma Juventus superior. A recompensa chegou aos 27 minutos em forma de obra de arte. Alex Sandro, Higuaín e Mandzukic fizeram tudo com a bola no ar; o croata, de costas para Navas, rematou de forma acrobática para um dos melhores golos do ano.
O empate caía bem ao jogo, sobretudo à primeira meia hora, disputada de forma intensa, vertiginosa e com qualidade técnica, atributos que esmoreceram no último quarto de hora da primeira parte. Os lances tornaram-se mais ríspidos, as entradas mais duras e o jogo menos fluído; a intensidade, essa, manteve-se intacta.
🇪🇸Real Madrid faz história: no formato Champions, é a 1.ª equipa a vencer a prova em duas épocas consecutivas 🏆🏆👏 pic.twitter.com/reW36IqMBk
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A Juventus nunca mais conseguiu ser a equipa dos primeiros 30 minutos. O Real Madrid soube travar as saídas de Khedira e Pjanic e anulou por completo Dybala, o «diabo» à solta do ataque bianconero. E foi entre o calculismo e a paciência que o agora bicampeão europeu resolveu mais um título, com um duplo golpe em três minutos (61' e 64').
Casemiro, que tinha sido um dos responsáveis pela «seca» do meio-campo italiana, encheu-se de fé e num remate de ressaca encontrou a sorte, porque Khedira desviou de forma decisiva para transformar o remate do brasileiro numa missão impossível para Buffon.
O Real voltava à vantagem e embalado pelo momento acabou por fechar as contas pouco depois, com Cristiano Ronaldo novamente no epicentro do momento. O português apareceu rápido a desviar ao primeiro poste um cruzamento de Modric e bateu outra vez Buffon. O 3x1 era o ponto final na... final, porque depois disso a Juventus «perdeu a cabeça» - Cuadrado foi expulso aos 84' - e Asensio fez o quarto, já em período de compensação.