Pela primeira vez com Julen Lopetegui como treinador, o FC Porto conseguiu vencer um jogo com reviravolta no marcador. Os azuis e brancos foram surpreendidos pelo Paços de Ferreira nos instantes iniciais do jogo e viram-se em desvantagem a partir dos oito minutos, quando Bruno Moreira bateu Iker Casillas, após alguma cerimónia dos jogadores da casa em afastar a bola da sua área, após um canto pacense.
A equipa orientada por Jorge Simão sabia claramente ao que ia e deu que fazer ao setor recuado dos dragões na primeira parte. A jogar com os flancos muito abertos, onde Diogo Jota e Edson Farias faziam uso da velocidade para surpreender os marcadores diretos, os castores procuravam fazer uso do contra-ataque na tentativa de surpreender ainda mais o FC Porto no seu próprio reduto.
No entanto, como lhe competia, o FC Porto procurou começar a mandar no jogo, embora nem sempre da melhor mania. Os azuis e brancos mantinham-se lentos e enquanto assim foi o Paços de Ferreira foi conseguido manter-se longe da sua área. Todavia, foi uma questão de tempo até aos dragões aumentarem o ritmo e quando isso aconteceu o jogo teve apenas um sentido, provocando por diversas vezes o erro do adversário.
O golo do empate aconteceu, por isso, num período em que o conjunto de Lopetegui já estava por cima do encontro. Um toque de classe de Jesús Corona por cima de Marafona, após o passe de Brahimi, foi a forma encontrada pelo FC Porto para chegar à igualdade. O 1x1 lançou definitivamente os dragões no encontro, pois até então apenas por duas vezes – ambas em cabeceamentos de Maicon após lances de bola parada - tinham obrigado o guarda-redes pacenses a intervir. Martins Indi, novamente Corona e Herrera – principalmente o médio mexicano – tiveram a possibilidade de confirmar a cambalhota no resultado, mas a igualdade manteve-se.
Na segunda parte, ao contrário do que havia acontecido na primeira, o FC Porto entrou melhor que o Paços de Ferreira e Iker Casillas não foi alvo de qualquer incómodo. Na etapa complementar, os portistas chegaram a ter mais de 70 por cento de posse de bola, mas nem sempre jogaram bem, pois sentiram dificuldades para chegarem com perigo à baliza adversária.
O golo da vantagem, porém, acabou por surgir de grande penalidade, num lance oferecido pelo defesa pacense, Marco Baixinho. Um passe atrasado mal medido para Marafona permitiu a pressão de Herrera e o mexicano acabou por ser derrubado em falta pelo defesa que já havia errado anteriormente. Foi o primeiro penálti de que o FC Porto dispôs esta temporada e Miguel Layún, apesar do guarda-redes ter adivinhado o lado, não desperdiçou a possibilidade de oferecer o triunfo que permite manter a pressão sobre o Sporting, líder à entrada para esta jornada.
O FC Porto venceu por 2x1, mas pelas claras ocasiões que desperdiçou podia ter alcançado um resultado mais volumoso. Depois de Herrera ter falhado escandalosamente no término da primeira parte, no segundo tempo foi Aboubakar, por duas vezes, e Cristian Tello quem desperdiçaram a possibilidade de inscrever o nome na lista de marcadores de forma inacreditável. E numa equipa com as ambições do FC Porto, não convém haver tanto desperdício.
O lateral mexicano é um dos valores seguros na equipa do FC Porto. Contra o Paços de Ferreira teve a frieza necessária para converter a grande penalidade e nos lances de bola parada em que os azuis e brancos criaram perigo - dois de Maicon e um de Martins Indi - o esférico partiu sempre dos seus pés.