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      2016/17: O Inédito Tetra

      Texto por Luís Rocha Rodrigues
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      Nunca o Benfica o tinha conseguido. Pela sexta vez na sua história, o clube da Luz tinha sido tricampeão e esta era mais uma tentativa de conseguir o tão ambicionado tetra. Pela continuidade de várias das principais peças (saíram Renato Sanches e Gaitán) e pela cultura de vitória que a equipa vinha construindo, para além das contratações atempadas de Carrillo, Cervi ou Horta, não era descabido dizer-se que o Benfica era o favorito.

      Ao Sporting chegaram Petrovic, Spalvis, Beto, André ou Alan Ruiz, aparecendo Campbell e Markovic na reta final, a quem se juntaram Elias e Bas Dost à última hora, para as saídas de Slimani e de João Mário. Duas saídas que aconteceram após três primeiras jornadas que terminaram com o leão sozinho na frente.

      O triunfo contra o FC Porto em Alvalade extasiou os adeptos e deixou a equipa do novo Nuno Espírito Santo mais frágil mentalmente, isto depois de se ter apurado para a fase de grupos da Liga dos Campeões, o que permitiu as chegadas de Boly, Diogo Jota e Óliver, enriquecendo um grupo que já tinha recebido Alex Telles, Felipe e o desconhecido Depoitre.

      Só que o mês de outubro foi péssimo para o Sporting (três empates) e o de novembro foi assombrado para o FC Porto (ausência de golos). À quinta ronda, depois da derrota leonina em Vila do Conde, numa grande exibição de Gil Dias, o Benfica assumiria uma liderança que não voltaria a perder.

      O polémico dérbi

      Num campeonato onde o Nacional sempre andou pela zona de despromoção e no qual o Tondela fez quase o mesmo que na época anterior (recuperação miraculosa no fim), o Marítimo foi o primeiro de 13 clubes (alguns mais que uma vez) a trocar de treinador e a ver os efeitos positivos, começando a recuperar na classificação com Daniel Ramos.

      O mesmo aconteceu com o Rio Ave, após a entrada de Luís Castro, com o Boavista de Miguel Leal e com o Feirense, que ainda foi a tempo de bater todos os recordes primodivisionários do clube e também de se poder considerar uma das revelações da prova.

      Ainda assim, nem todos mudaram para melhorar. O Nacional só piorou e o Braga, que não estava bem na Europa, também piorou na troca de Peseiro por Jorge Simão - deitou por terra o bom trabalho em Chaves. Para esse insucesso também contribuiu o momento de transição: Peseiro saiu a meio da semana, Abel assumiu de forma interina em Alvalade, ganharia e passaria para o terceiro lugar, voltando depois à equipa B.

      Essa vitória em Alvalade praticamente sentenciou as aspirações do Sporting em ser campeão. Uma semana antes, foi à Luz a apenas dois pontos (o líder perdera nos Barreiros) e a poder passar para a frente. Acabou por perder, queixando-se da arbitragem, e por ficar a cinco (que depois se tornaram oito) pontos da liderança. E o FC Porto não estava muito melhor, ainda que tivesse reduzido de sete para quatro os pontos de atraso.

      Luta a dois

      O Benfica chegava ao Natal confortável na frente, só que janeiro foi penalizador. Um empate (polémico) em casa com o Boavista e uma derrota no Bonfim depois da surpreendente eliminação da Taça CTT fizeram soar os alarmes na Luz e ativar a esperança do FC Porto, que ficou só a um ponto.

      Assim andaram, quase lado a lado, em todo o fevereiro e março. Neste último, e em vésperas de clássico na Luz, o Benfica punha tudo em causa ao empatar em Paços de Ferreira. No dia seguinte, porém, o FC Porto perdeu soberana oportunidade para ir para a frente. A abrir abril, empate entre os dois na Luz e a ideia de que ia ser taco a taco até ao fim.

      Só que o FC Porto começou a fraquejar e os encarnados conseguiram o sucesso e os festejos no final de um campeonato que teve um enorme Vitória de Guimarães, de regresso ao top-4, um aliviado Estoril com a entrada de Pedro Emanuel e um desastrado Arouca, a descer de forma impensável e apenas por um golo.

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