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    A história da edição

    Champions 01/02: Zidane, o mais Galáctico

    Texto por Vasco Sousa
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    Depois de ter perdido o título de campeão europeu em 2001 para o Bayern, o Real Madrid tinha como grande objetivo para a temporada recuperar a hegemonia na Champions e Florentino Pérez continuou a sua saga: depois da contratação de Figo no ano anterior, desta vez os merengues contrataram Zidane, que rivalizava com o português pelo título de melhor jogador do mundo. Os Galácticos ganhavam cada vez mais forma, e a contratação do francês – campeão do Mundo e da Europa – seria coroada de êxito, com um inesquecível golo na final da prova nessa temporada.

    A edição da Champions 2001/02 fica desde logo marcada pela data do seu arranque: a 11 de Setembro de 2001 deu-se o pontapé de saída da prova, precisamente o dia do ataque terrorista no Estados Unidos. Houve, ainda assim, futebol – os jogos marcados para dia 12 seriam adiados – e o Real Madrid foi um dos protagonistas do dia, vencendo em casa da campeã italiana Roma por 1x2, num jogo em que não pôde contar com Zidane. Os merengues venceriam tranquilamente o grupo, acompanhados na qualificação pelos romanos.

    Também a 11 de Setembro, o Boavista, campeão nacional, arrancava a sua participação na Champions, com um surpreendente empate em Anfield, frente a um Liverpool que ganhara a Taça UEFA na época anterior. Foi o início de uma excelente campanha europeia dos axadrezados, que se qualificaria, a par da equipa inglesa, para a segunda fase de grupos da prova.

    Tal como o Boavista, também o FC Porto seguiu em frente na fase de grupos da Champions, superiorizando-se ao Celtic (as duas equipas travariam novo duelo na época seguinte, na final da Taça UEFA) e ficando atrás da poderosa Juventus, que investiu o dinheiro recebido pela transferência de Zidane em craques como Buffon, Thuram ou Nedved.

    Para além do Boavista, o Sparta Praga foi a outra equipa surpresa da fase de grupos, enquanto o Barcelona foi a equipa com mais pontos (15).

    Na segunda fase de grupos, o campeão europeu Bayern seguiu em frente tranquilamente, assim como o Manchester United (curiosamente, ambas as equipas estavam no mesmo grupo, juntamente com Boavista e Nantes) e o Real Madrid. Os merengues foram, mesmo, a equipa com melhor aproveitamento nesta fase da prova (16 pontos em 18 possíveis), sendo acompanhados para os quartos de final pelos gregos do Panathinaikos, que contavam com nomes como Nikopolidis, Karagounis, Seitaridis ou Basinas, que seriam campeões europeus pela Grécia em 2004. No mesmo grupo estava o FC Porto, que só venceu um jogo, mas que permitia a estreia na Champions ao jovem treinador José Mourinho. O técnico português sentiu o gosto da competição, para a vencer dois anos depois.

    Nos restantes grupos, houve enorme equilíbrio e emoção, mas Barcelona, Liverpool, Bayer Leverkusen e Deportivo seguiam em frente, enquanto candidatos como o Arsenal ou a Juventus eram eliminados.

    Nos quartos de final, o Manchester United venceu os dois jogos frente ao Deportivo, o Barcelona virou a eliminatória frente ao Panathinaikos, o Bayer Leverkusen surpreendeu ao eliminar o Liverpool, após uma fantástica vitória por 4x2 em casa na segunda mão, e o Real Madrid eliminou o campeão europeu Bayern, vingando-se assim da eliminação na prova aos pés dos bávaros na época passada.

    Nas meias-finais, havia o clássico entre Barcelona e Real Madrid. Numa época em que os dois colossos espanhóis viram Valencia (campeão) e Deportivo (vencedor da Copa del Rey) dominarem as competições domésticas, havia uma aposta total na Champions. Na primeira-mão, no Camp Nou, o Real Madrid venceu de forma superior por 0x2, com direito a um golaço de Zidane. Seguiu-se um empate a uma bola em Madrid, e a confirmação da terceira final da Champions para o Real Madrid nas cinco últimas épocas.

    O Manchester United era o favorito frente ao Bayer Leverkusen, mas os alemães, que já tinham eliminado Arsenal e Liverpool, levaram a melhor, pela regra dos golos fora. Os farmacêuticos, com aquele que foi, provavelmente o melhor plantel da sua história (Ballack, Lúcio, Zé Roberto, Ramelow, Schneider, Berbatov, Butt, Kirsten…) estavam pela primeira vez na final da Champions.

    O histórico pontapé @Getty / Neal Simpson - EMPICS
    15 de maio de 2002. Em Glasgow, o Real Madrid era o favorito no jogo decisivo da Champions, mas o surpreendente Bayer Leverkusen já tinha demonstrado que podia vencer qualquer adversário. O Real Madrid inaugurou cedo o marcador, com um golo de Raúl, mas rapidamente os alemães empataram com um golo de Lúcio. O intervalo aproximava-se quando… surgiu Zidane. Roberto Carlos cruzou quase em desespero para a área, evitando que a bola saísse. Esta seguiu rápida e a meia altura. Não parecia dar para um cabeceamento ou para um normal remate. Mas Zidane não era um jogador normal, e com um magnífico pontapé a meia altura, fez o golo.

    Na segunda parte, o Bayer Leverkusen pressionou o Real Madrid à procura do empate, mas não conseguiu bater Casillas, guarda-redes que entrou para o lugar do lesionado César, e que fez uma série de defesas espectaculares na reta final do jogo. O jogo terminari, e o Real Madrid conquistava a Liga dos Campeões pela nona vez na sua história.

    Os Galácticos são uma das mais famosas equipas do futebol mundial e eternizaram-se em 2002. Para confirmar a teoria de Florentino Pérez de contratar os melhores jogadores do mundo a cada ano, nada melhor que a magia de Zizou para a “Orelhuda” voar, uma vez mais, para Madrid.

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    jogos históricos
    U Quarta, 15 Maio 2002 - 19:45
    Hampden Park
    Urs Meier
    1-2
    Lúcio 13'
    Raúl González 8'
    Zinedine Zidane 45'
    Estádio
    Hampden Park
    Lotação52103
    Medidas-
    Inauguração1903