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Premier League 2011/2012
Grandes jogos

Man. United x Arsenal: Que estrondo!

Texto por Jorge Ferreira Fernandes
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Manchester United e Arsenal. Dois gigantes do futebol inglês, dois clubes que protagonizaram grandes batalhas e que possibilitaram o crescimento e a explosão de uma das rivalidades de referência da Premier League: Alex Ferguson x Arsène Wenger. Lendas, autênticos senadores que ainda hoje são recordados pelo papel revolucionário e de transformação que tiveram por terras de Sua Majestade.  

Se o técnico histórico do Manchester United notabilizou-se em Old Trafford como um dos grandes vencedores da história do jogo, o francês que mudou o Arsenal teve como ponto alto a conquista do título invencível em 2004. Duas personalidades completamente distintas que protagonizaram num dos seus últimos duelos particulares um clássico absolutamente histórico. Pelos números, pela superioridade que chegou a ser impressionante, pelos momentos de magia protagonizadas no Teatro dos Sonhos, para uns, Teatro dos pesadelos, para outros. 

Um massacre como poucos

Na sua penúltima temporada a comandar os red devils, Alex Ferguson já não contava com a maior parte daqueles que consigo fizeram história e transformaram a equipa de Manchester numa máquina vencedora. Vidic e Ferdinand pouco rendiam, Giggs ainda mantinha a classe, mas já não conseguia oferecer a mesma quantidade e consistência, Van der Saar tinha acabado de dizer adeus, Scholes, aos 37, tentava ainda ser útil. Uma autêntica constelação de estrelas que acabou por abandonar o barco ainda antes do mestre dizer adeus. 

Entre aqueles que ainda ofereciam rendimento e jovens que começavam a dar os primeiros passos, como De Gea, Chicharito ou Welbeck, reinava um Wayne Rooney, pau para toda a obra, elemento de utilidade única, a toda a largura do ataque e não só, craque que, naquela tarde mítica de agosto de 2011, ajudou a levantar para cima nomes como Phil Jones, Anderson, Cleverley e, principalmente, Ashley Young, que hoje não recordamos como referências. Já não era o United das estrelas planetárias, mas quando o coletivo está ao mais alto nível até os menos capazes se superam. 

Poucos eram aqueles que conseguiam parar Rooney @Getty /

Foi precisamente isso que aconteceu em Old Trafford, diante de um Arsenal que também já estava muito longe dos tempos de glória. Em termos individuais, este jogo marcou mesmo uma diferença muito grande face aos confrontos do início do século, onde nomes como Vieira, Keane, Henry, Pires, Bergkamp ou Van Nistelroy faziam as delícias de todos os fãs do desporto-rei. Nestes gunners brilhava um Van Persie instrumental, não faltava talento, mas as fragilidades já eram muitas e evidentes, especialmente se tivermos em conta o patamar de exigência criado naqueles anos dourados. 

Quanto ao jogo propriamente dito, apareceu numa fase em que o Manchester United já revelava um entendimento e uma força atacante acima da média. As poucas alterações de uma época para a outra revelaram-se uma estratégia importante para que as rotinas se mantivessem e para que o 4x4x2 continuasse a carburar. Os intérpretes eram diferentes, mas tinham uma base importante que os fazia entrar com naturalidade. E havia casos como o de Ashley Young, que nem precisavam de qualquer tipo de período de adaptação. 

E é mesmo impossível falar deste clássico, um dos últimos entre Ferguson e Wenger, sem destacar o rendimento e o contributo do internacional britânico. O extremo, que brilhou com a camisola do Aston Villa, fez uma exibição instrumental, marcou dois grandes golos, ajudou a equipa a construir uma série de problemas e oportunidades e foi o melhor amigo e companheiro que Rooney precisava para uma exibição cheia de classe, condizente com o estatuto e a aura de lenda que já detinha. 

Na goleada, também Nani deu um ar de sua graça. O sucessor natural de Cristiano Ronaldo nunca atingiu os patamares de excelência do compatriota, mas o chapéu perante Szczesny ajuda a explicar todo o talento que Ferguson nunca pensou em desperdiçar totalmente. E, depois, Anderson e Cleverley até demonstraram que poderiam ser soluções interessantes para a sucessão de referências como Keane, Scholes ou o menos espetacular e lendário Carrick. Não havia, do meio-campo para a frente, uma palavra negativa para apontar, pura e simplesmente. 

E assim se passou mais uma tarde de sonho em Old Trafford. Foram muitos os dias em que o Manchester United de Ferguson deu espetáculo, mas tardes como esta entram para a história. Não se voltou a ver, desde então, qualquer coisa parecida neste autêntico templo do desporto-rei. 

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jogos históricos
U Domingo, 28 Agosto 2011 - 16:00
Old Trafford
Howard Webb
8-2
Danny Welbeck 22'
Ashley Young 28' 90'
Wayne Rooney 41' 64' 82' (g.p.)
Nani 67'
Park Ji-sung 70'
Theo Walcott 45'
Robin van Persie 74'
Estádio
Old Trafford
Old Trafford
Inglaterra
Manchester
Lotação75643
Medidas105x68m
Inauguração1910