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    Liga Española 2002/03
    Grandes jogos

    Barcelona x Real Madrid: O dia em que Figo viveu um inferno

    Texto por Ricardo Lestre
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    A complexidade de um El Clásico é enorme. Nem todos o compreendem da mesma forma. As raízes políticas, desde o século XX, fomentaram a intensa rivalidade entre os dois ilustres, Barcelona e Real Madrid. Realeza vs. rebeldia. Centralismo vs. Independentismo. A história, longa e impressionante, dá muito pano para mangas.

    O futebol, como fenómeno de massas, desempenhou o seu papel desde bem cedo. Aí, a multiplicidade de acontecimentos que marcam a eternidade de um dos encontros mais fervorosos do planeta é impressionante. Todos são intervenientes e todos querem um pedacinho de protagonismo. Adeptos, jogadores, treinadores, presidentes, árbitros. Gera-se um clima único, próprio de um Barça x Real Madrid que faz parar o Mundo.

    Cartaz exibido por um adepto do Barcelona @Getty / Getty Images
    Falar em El Clásico é, também, falar de Alfredo Di Stéfano e Luís Figo. Dois ícones que, por motivos distintos, alimentaram bem mais a chama da rivalidade entre madrilenos e catalães. O primeiro por alegadamente ter sido desviado pelo governo de Franco e o segundo devido a uma famosa troca milionária apelidada de «bronca do século».

    Figo mudou-se de Barcelona para Madrid aliciado por um contrato astronómico e recheado de promessas. Desde aí, passou a persona non grata na Catalunha. «Pesetero!», entoou, com a corda toda, a revoltada massa adepta azul grená, que, no regresso do internacional português a Camp Nou, tratou de construir um pequeno inferno antes, durante e após o encontro. O Barça venceu por 2x0, com golos de Luis Enrique e Simão, mas Figo nunca mais esqueceu esse 21 de outubro: «Senti-me como um assassino».

    «O dérbi da vergonha»

    23 de novembro de 2002 é o dia. Figo, ausente do clássico na temporada anterior, voltou a solo catalão como inimigo (0x0) e o mau momento vivido por ambas as equipas apimentou ainda mais o ambiente. O «dérbi da vergonha», atirou a imprensa espanhola. Nessa noite, Figo passou por novos momentos constrangedores. Assobiado, apupado, insultado. Cartazes seus e camisolas suas queimadas em plena bancada. Assim que Míchel Salgado desistiu de cobrar os cantos da formação merengue, o camisola 10 encarregou-se da tarefa. Maldita a hora.

    Batiam os 72 minutos quando Luís Figo se dirigiu para a bandeirola e a reação calorosa fez-se sentir no imediato. Caiu de tudo, literalmente. Tudo o que havia. O objeto mais célere, se é assim que se pode considerar, foi… uma cabeça de leitão assada. A famosa cabeça de leitão atirada para o relvado pela louca hinchada culé com o objetivo de intimidar o «provocador» e «traidor» Luís Figo.

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