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    Falcão: O Rei de Roma

    Texto por João Pedro Silveira
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    Paulo Roberto Falcão nasceu no município catarinense de Abelardo Luz, a 16 de outubro de 1953. Foi uma das figuras da mítica seleção brasileira que Telé Santana comandou em Espanha em 1982. Ao lado de Zico, Sócrates e companhia, Falcão, que então já jogava na Roma, brilhou intensamente, sendo recordado ainda hoje o fantástico golo que marcou à Itália, no jogo que marcou a infeliz eliminação da prova, por culpa do hattrick de Paolo Rossi.

    Pela sua carreira no escrete, que defendeu em 34 ocasiões, durante dez anos, pelos títulos ao serviço do Internacional de Porto Alegre e pela AS Roma, Falcão ganharia um lugar de destaque na história do futebol e mais tarde seria escolhido por Pelé para fazer parte da restrita lista dos 125 melhores jogadores do centenário da FIFA.  Com a canarinha, a camisola vermelha do «Colorado» ou a giallorossa, Falcão conquistou a admiração dos fãs e o respeito dos adversários, tornando-se de direito próprio um membro integrante da lista dos melhores jogadores brasileiros de sempre. 

    Viciado em títulos

    Pentacampeão Gaúcho em 1973, 1974, 1975, 1976 e 1978, tricampeão brasileiro 1975, 1976 e 1979, eis o cartão de apresentação de Falcão nos seus anos no «Colorado». Estreou-se na seleção em 1976, mas por problemas médicos, e polémicas com o selecionador, falhou a presença no mundial da Argentina (1978).

    Em 1980, mudou-se para a «cidade eterna», a troco de uma pequena fortuna. Na capital italiana, em pouco tempo, tornava-se num dos ídolos dos adeptos. Após o mundial de Espanha, regressou a Itália, disposto a conquistar a glória. 

    Numa época histórica do clube da cidade do Tibre, Falcão foi fundamental na conquista do Scudetto, glória que a Roma não conhecia desde os tempos de Benito Mussolini (1942). A cidade parou para celebrar o feito. Do Coliseu à Piazza Navona, a cidade pintou-se de amarelo e vermelho. Nas comemorações do título, na Piazza Del Popolo, o povo romanista coroou Falcão como o «Oitavo Rei de Roma»(1), o nome ficou.

    Um ano depois, levou a AS Roma até à final da Taça dos Campeões Europeus.  No trajeto para o grande jogo, os romanos eliminaram o IFK Gotembrugo, CSKA Sofia e Dynamo Berlim, antes de defrontarem os escoceses do Dundee United na meia-final. Falcão, lesionado, não jogou a primeira mão na Escócia, que os da casa venceram por 2x0. 

    O «divórcio romano»

    Recuperaria para jogar a segunda mão e ajudar a Roma a vencer por 3x0, com uma exibição decisiva no resultado final. Voltou a reincidir da lesão e saiu do campo. Regressaria a tempo de jogar a grande final, mas nessa noite, tal como o resto da equipa, Falcão estava apático, incapaz de dar à equipa o toque de diferença que ela necessitava. A derrota nas grandes penalidades provocou a onda de tristeza que passou das bancadas a toda a cidade.

    A desilusão provocada pelo trauma de se perder o grande jogo em casa, abalou de sobremaneira o clube. Falcão não escapou ileso da história, acusado a dedo por dirigentes, adeptos e até alguns colegas de, ao recusar marcar uma das grandes penalidades, não estar à altura dos pergaminhos de estrela-maior da constelação, que detinha no clube romano.

    Os tempos seguintes marcaram o divórcio entre o «Rei» e o seu povo. A lesão impediu que Falcão contribuísse na época seguinte, jogando apenas quatro jogos e marcando um golo. Fora do campo, contudo, a sua fama de playboy fazia furor na alta sociedade italiana e era capa de jornais e revistas.

    Os romanos viam a sua equipa afundar-se num impensável oitavo lugar na liga, enquanto a sua maior estrela passeava pela Fonte de Trevi ao lado da ex-bond girl Ursula Anders. A Juventus de Platini recuperava a hegemonia do futebol transalpino e os adeptos romanos ficavam de costas voltadas para a equipa.

    O divórcio estava quase consumado, mas só seria definitivo quando Falcão se deslocou a Nova Iorque para uma operação ao joelho, sem autorização dos médicos do clube. No regresso tinha a carta de desvinculação à espera e o adeus a cinco anos na Roma.

    Fim de carreira

    Voltou para o Brasil, e para  o São Paulo, onde jogou uma época antes do mundial de 1986. Em terras mexicanas, a geração de Zico, Falcão e Sócrates, voltou a falhar o encontro com a história, perdendo nos quartos final, no desempate por grandes penalidades, com a França de Platini

    No regresso a casa pendurou as botas, e pouco depois começou a carreira de treinador e mais tarde comentarista na televisão brasileira. 

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    (1) Na antiguidade clássica, depois da fundação de Roma por Rómulo (753 a.C.), a cidade terá sido governada por sete reis, até o último, Tarquínio, ter sido derrubado, para depois ser instaurada a república romana que durou até aos tempos de César Augusto, que se tornou o primeiro Imperador romano em 27 a.C..

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    Fotografias(11)

    Falcão (BRA)
    Falcão (BRA)

    Comentários

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    motivo:
    GRANDE FALCÃO
    2013-10-16 17h47m por Lalo_Sorondo
    maior idolo do meu internacional !

    idolo na Roma enquando o renato gaucho (suposto maior idolo do GreBio foi um fracasso em italia)

    idolo da seleção ( enquando o mesmo Renato jogou no maximo uns 10 jogos pela canarinha e ficou chorando por nao ter ido a um Mundial HAHAHAHAH)

    vamos inter , o maior do sul !
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