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    Carlos Duarte: O Dragão Angolano

    Texto por António Ferreira Dias
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    Em 1952 vinha no Barco de Angola para Portugal e ouvia ecos da metrópole que o FC Porto (clube que o esperava) perdia na inauguração do Estádio das Antas por 2-8 com o Benfica. «Para onde vou eu...» pensava preocupado Carlos Duarte. Depois? Dois campeonatos nacionais, internacionalizações, sucesso... muito sucesso.

    Disse um dia o célebre jornalista Tavares da Silva:

    «Em Portugal, Carlos Duarte, do FC Porto, e David Julius, do Sporting, são os únicos jogadores que driblam em linha recta.»
     
    A velocidade de Carlos Duarte e o drible curto que fazia, ora em combinações «bola a ti, bola a mim», com o não menos famoso Hernâni, ou sozinho, em linha recta a caminho da baliza adversária, encantavam os portistas, deslumbravam os amantes do futebol.
     
    Um dia, num Porto-Setúbal (9-4), após a marcação de um livre de canto contra o FC Porto, Carlos Duarte apanha a bola à saída da sua área e, numa corrida estonteante, ultrapassa todos os adversários, guarda-redes incluído e.... golo do Porto. Foi dos raids em velocidade e em linha recta.
     
    A 7 de Maio de 1958 Portugal jogou pela primeira vez no Estádio de Wembley. A Selecção Nacional, perdendo por 2-1, fizera um brilharete. Carlos Duarte foi o autor do golo.
     
    Um jornalista inglês espantado com a exibição de Carlos Duarte e Hernâni, considerou-os melhores que Finney que era nesses tempos, a estrela maior do futebol britânico.
     
    Pouco tempo depois, a 11 de Agosto de 1958, o AC Milan oferece 600 contos por Carlos Duarte para um contrato de 3 anos. O FC Porto recusou a oferta.
     
    Campeão Nacional, em Março de 1959, a 3 de Setembro desse mesmo ano é gravemente ferido num dos joelhos num Espanyol vs FC Porto.
    Operado pelo famoso médico Dr. Ricardo Calot, lá mesmo em Barcelona, Carlos Duarte voltou aos relvados, mas em 1962 pôs termo à sua carreira, a carreira de um dos mais elegantes extremos direitos do Futebol a nível nacional ou mundial.
     
    Em 2003, o FC Porto distinguiu-o com o «Dragão de Ouro», como a «Recordação do Ano».
     
    Foi no sector industrial que soube preparar a reforma desafogada, rodeado pelo carinho de dois filhos e dos netos. Faleceu aos 89 anos, deixando um belíssimo legado azul e branco.
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    Carlos Duarte

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