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    Tomas Rosický: O Pequeno Mozart

    Texto por Ricardo Rebelo
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    Imaginemos uma batuta. Uma batuta manuseada com uma elegância, delicadeza e genialidade inconfundíveis. Por outra perspetiva, um perfume que nem mesmo um calvário de lesões destruiu. A fragrância do maestro de Praga - nascido a 4 de outubro de 1980 - perdurará nas páginas mais impactantes do futebol checo, do lado mais vermelho de Londres ou no majestoso Signal Iduna Park.

    O cheiro do Pequeno Mozart, com a tal batuta naquele subtil pé direito, juntou todos os aromas agradáveis e orquestrou momentos memoráveis por onde se pôde sentir o seu cheiro.

    A história de Tomas Rosický é isto mesmo. Um requintado playmaker que deixará sempre aquele dissabor presente... Não fosse a sua carreira amedrontada pelos malditos contratempos físicos. Mas o que dizer sobre os vários momentos benditos da autoria do checo? Pura genialidade.

    A veia, o jeito, a afirmação... aos 17 anos

    Numa família de futebolistas, Tomas Rosický cresceu com uma bola sempre no horizonte. O seu pai, Jiří Rosický, atuou pela seleção checoslovaca e no Sparta Praha. Já o irmão mais velho, com o mesmo nome do progenitor, chegou a estar ligado ao Atlético de Madrid, mas não teve uma carreira digna de registo.

    Um jovem a dar os primeiros passos @Sparta Praha
    Foi então Tomas que conseguiu engrandecer, definitivamente, o nome Rosický. Os primeiros passos deram-se, obviamente, no Sparta Praha e desde cedo fez-se notar o seu talento. Não demorou muito a diferenciar-se dos demais e a suscitar comparações a um prodígio que, não há muito tempo, havia representado o Sparta.

    Cabelos longos é verdade, mas, desta feita, não eram loiros. Existiam semelhanças evidentes, mas eram perceptíveis, acima de tudo, dentro das quatro linhas. Naquela altura a brilhar na Lazio, Pavel Nedved deixava saudades na Generali Arena. Mas o miúdo destinado a seguir as suas pisadas haveria de criar a sua própria marca.

    Ainda na sua formação, a prestação num torneio no País de Gales perante grandes equipas como o Manchester United entusiasmou os responsáveis do Sparta. Com grande nota artística, Rosický foi coroado como o melhor jogador do torneio. No entanto, sem euforias. O miúdo não se deixava levar pelo regozijo.

    De pés assentes na terra, Rosický não descurava os estudos. A sua aparente frieza fazia parecer que não sonhava alto, que não partilhava do sonho de muitos e que desvanecia à medida que a sua qualidade se amplificava. Ficava complicado para o jovem não acreditar num futuro com a bola nos pés.    

    Pela mão de Zdenek Scasny, a tão aguardada e inevitável estreia pela equipa principal chegaria em 1998. Apanhado de surpresa, o jovem com apenas 17 anos de idade, num tom meio apavorado, respondia ao líder da equipa que... tinha exame no dia seguinte.  

    Os feitiços que o levaram de Praga para Dortmund 

    O estudo para o exame pôde esperar. Franzininho, o descendente mais novo de Jiří estreou-se e conquistou gradualmente o seu espaço. Dotado de muita habilidade, entrou logo a vencer o campeonato checo embora não tenha mostrado muito dos truques que tinha na manga. Na segunda época, o seu imenso potencial, justificado por uma junção de caraterísticas técnicas e mentais fora do normal, levaram Rosický a tornar-se indiscutível.

    Antes de rumar a Dortmund @Sparta Praha
    A aposta continuada surtiu efeitos imediatos. Na Arena, havia novo Generali. O miúdo de apenas 19 anos destacava-se na conquista do hexacampeonato dos de Praga. Era considerado o talento do ano na Liga Checa e somava ainda diversos lances geniais. Os tubarões, sempre de olfato apurado, começavam a sentir o seu perfume.   

    E, por falar em tubarões, Rosický tinha a oportunidade de jogar a Liga dos Campeões. Foi neste momento, como mais tarde recordou, que percebeu que o futebol seria mesmo a sua vida. Dois golos, um frente ao Spartak de Moscovo e outro frente ao Willem II, no maior palco de todos, contribuíram para a sua emancipação.

    A cereja no topo do bolo foi colocada na terceira e última época. Os tamanhos já estavam invertidos. O campeonato daquele país era mesmo pequeno para o talento do menino que já se batia acima dos grandes. A sua mudança aconteceria, sim, mas não no tempo previsto, ou como havia sido planeada.

    Sempre com uma voz amiga em casa, Rosický sabia que haviam fatores a melhorar para se adaptar a uma liga de maior dificuldade. O seu pai era um defensor dessa ideia mas tudo mudou depois de uma partida diante do arquirrival, o Slavia Praha. 

    A compleição física era, acima de tudo, a valia a equilibrar para Rosický, talento já reconhecido pelo público checo e... pelos adversários. O maestro in making era, sistematicamente, alvo de faltas grosseiras. O habitat perfeito para crescer restringia-se e foi nessa altura, já com vários emblemas forasteiros à perna, que o patriarca da família Rosický recomendou ao seu filho para voar para outras paragens.

    Lenda no Signal Iduna Park @Borussia Dortmund
    A folia de um jogador dotado de uma habilidade imprevisível, com uma inteligência acima da média ou com um rasto de magia por onde passasse, levava-o a sofrer entradas à margem da lei. O medo de uma lesão gravíssima era geral, contudo, tentou continuar porque não sentia que era o momento certo.

    Com a mira cada vez mais apontada, a sua opinião colocar-se-ia a par da do seu pai em dezembro de 2000. Apesar do interesse de Arsenal ou Liverpool, a carreira do jogador sempre foi previamente planeada, muito também pela ação do seu agente, Pavel Paska. A ideia de ir para Inglaterra, apesar de atraente, tinha contras, relacionados com o físico e daí a decisão que se seguiu. No mês seguinte, Tomas Rosický foi apresentado como reforço de inverno do Borussia Dortmund. Nascia a lenda do Pequeno Mozart...

    De promessa a craque dentro da fortaleza amarela

    14,5 milhões de euros, o que ditava, à época, a maior transferência da história do clube. Rosický chegava, como confessou mais tarde, assustado ao novo clube. Não obstante a tenra idade, seria logo na temporada seguinte que se mostraria a grande nível, ridicularizando o clima de desconfiança dos próprios adeptos sobre a sua qualidade... Por ser tão frágil.

    A época 2001/02 traria o Dortmund novamente aos grandes palcos. Depois da era Ottmar Hitzfeld, onde a equipa amarela venceu a Bundesliga e a Liga dos Campeões, as glórias voltariam ao Westfalenstadion e com destaque para duas figuras checas e uma armada brasileira.

    @Getty / Christof-Koepsel
    A Rosický juntava-se o imponente Jan Koller, compatriota e matador que se havia revelado na Bélgica. Amoroso e Ewerthon completavam um lote de soluções ofensivas de respeito. Nessa mesma época, com Mathias Sammer no comando, o Dortmund arrecadou o terceiro dos seus cinco títulos de campeão alemão e chegou ainda à final da Taça UEFA perdida para o Feyenoord.

    E o que dizer do papel do Pequeno Mozart no meio disto tudo? Os seus medos, os que o deixavam ansioso por um passo em falso, ficaram completamente para trás. É caso para dizer que o número 10 pegou o touro à unha e o resultado foi abonatório. 49 jogos, seis golos e um papel fulcral na manobra ofensiva da equipa. O esplendor da sua qualidade coincidia com uma época como poucas até então para aquele clube germânico.

    Um golo extraordinário frente ao FC Hansa Rostock marcava o seu nome no caderninho dos especialistas. Um lance de insistência, uma correria desenfreada e uma finalização ortodoxa, mas eficaz, simbolizava o querer, a ambição e a naturalidade com que chegou ao patamar mais alto de uma das melhores ligas europeias

    Depois da época de revelação ou, para muitos, de confirmação, os anos seguintes trouxeram mais do mesmo... Mas só de Rosický. A grande temporada coletiva foi uma gota de água no deserto. O clube caiu numa grave crise financeira e, como consequência direta, viu o seu nível competitivo decrescer.

    Rosický diferenciava-se. Determinado a cumprir os cinco anos de contrato, o jogador foi opção regular numa equipa que entrava em declínio. O conjunto alemão via-se fora das grandes decisões, no entanto, os jogadores de valia considerável que por lá permaneciam evitavam males maiores.

    De cérebro da equipa, dos golos, das assistências até às... trivelas. Quem não se recorda dos seus passes com a parte exterior do pé? Tal ferramenta, trabalhada em Praga e consumada em Dortmund, surgia face ao seu maior ponto fraco: o pé esquerdo.

    O pináculo da técnica que desenvolveu revelou-se num dos golos mais geniais que alguma vez marcou. Em 2003, numa partida frente ao Wolfsburg, o Pequeno Mozart, depois de evitar um adversário, encontrou-se numa excelente posição para tentar o golo, apesar do pouco tempo para armar o remate e de se encontrar privado do seu pé preferencial. O que se seguiu? Uma trivela monumental que só parou no fundo das redes. 

    Aos 22 anos, o médio ofensivo brilhava. Depois de uma grande passagem pelo emblema alemão, o Arsenal haveria de aparecer no seu caminho, em 2006 e a troco de 10 milhões de euros, mas, antes disso, a Europa viria a conhecê-lo, em concreto... Portugal

    Mestre checo a dar aulas em solo luso

    Rebobinemos um pouco. Voltemos a Praga e para o prodígio que por lá despontava. A primeira de 105 internacionalizações acontecia a 23 de fevereiro de 2000 num jogo amigável frente à República da Irlanda. O menino que começava a fazer-se ouvir no campeonato nacional chegava à seleção. Tímido, medroso, pressionado - Rosický juntava-se a nomes consagrados como Nedved, Poborsky ou Šmicer - nos desafios de preparação para o Euro 2000.

    Figura da República Checa @Getty / Julian Finney
    Surpreendido, acabou mesmo convocado para a maior competição europeia de seleções. A prestação da República Checa, eliminada na fase de grupos, acabaria por não encher o olho a ninguém. Porém, o criativo do Sparta, entusiasmado, defrontava a Holanda, no primeiro jogo da seleção... E logo no 11 inicial. Com os nervos à flor da pele, a verdade é que deixou a timidez toda no balneário e jogou os noventa minutos, tendo realizado mais uma hora de jogo na segunda jornada frente à França.  

    Depois de uma campanha de qualificação para o Mundial 2002 frustrada, chegava o Euro 2004 e as expectativas em torno da seleção checa, inclusive, no talento que se mostrava em grande no Dortmund, eram muitas.

    A qualidade daquela seleção era digna de grandes voos. À cabeça, aquele meio-campo justificou uma prestação soberba, que só terminou nas meias-finais, frente à Grécia. Nedved, Poborsky, Šmicer, Galásek e Rosický suportavam um ataque que contava com Jan Koller e Milan Baroš. 

    Era uma autêntica geração de ouro. O Pequeno Mozart agigantou-se, participou em quatro partidas e encantou pela sua simplicidade, inteligência, rapidez de pensamento e execução. A sua campanha deixou água na boca. O mote para uma carreira de renome pela República Checa estava dado.

    Tomas Rosicky
    Chéquia
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    A magia do número 10 chegava, pela primeira vez, a um Mundial. Rosický mostrava-se aos quatro cantos do planeta no Alemanha 2006 e logo com nota máxima. Dois golos na vitória por 3x0 sobre os Estados Unidos - um deles do meio da rua - sublinhavam uma promessa antiga agora mais do que constatada.

    A crença no miúdo destinado a seguir os passos de Nedved traduzia-se na braçadeira deixada pela estrela de Lazio e Juventus. Rosický assumia-se como capitão daquela seleção logo após a campanha no Mundial, terminada na fase de grupos depois de derrotas com Itália e Gana.  

    No entanto, os primeiros tempos com a braçadeira foram polémicos. À margem da partida de qualificação para o Euro 2008, onde capitaneou a equipa frente à Alemanha, Rosický e mais cinco companheiros de equipa viram-se envolvidos num escândalo sexual. Uma festa organizada pelos próprios, com várias prostitutas, explodiu pela imprensa daquele país. O jogador desculpou-se, manteve a braçadeira, mas não se livrou de uma multa da Federação.

    O médio voltaria aos grandes palcos no Euro 2012, mas uma grave lesão no tendão, frente à Grécia, voltou a impedir uma projeção maior do jogador que acabou por viver um autêntico calvário, depois de também ter falhado o Euro 2008. O seu último grande torneio a nível de seleções foi o Euro 2016. Rosický abandonou a carreira internacional com 105 jogos, 23 golos e 10 anos de braçadeira para o jogador mais novo - 19 anos - e mais velho - 35 anos - a ter atuado pela República Checa (na altura em que se retirou). 

    O tendão que traiu um gunner predestinado

    «Ouça, mister Paska, eu atravessava o canal (da mancha) de barco para ir para lá». Rosický em resposta ao seu agente quando soube do interesse do Arsenal

    Depois do Mundial, depois da braçadeira e depois da passagem pelo Dortmund, o verão de 2006 foi com a ida para o clube londrino. Seduzido pelo estilo de jogo gunner, a proposta tornava-se irrecusável. Rosický chegava ao clube onde sempre quis jogar, como admitiu posteriormente, e impunha-se logo sem qualquer dificuldade.

    @João Figueiredo
    10 anos do lado vermelho da barricada em Londres. Uma década de vislumbres mágicos, de golos, de rótulo de playmaker estupendo, que ditava ritmos de jogo, que simplificava processos, que encontrava espaço através dos seus passes milimétricos. No fundo, que pensava o jogo do Arsenal de Arsene Wenger, uma das equipas que mais entusiasmavam pelo seu futebol e que tiveram no checo, em meados da primeira década de 2000, mais um representante artístico.

    Mas as lesões... Foram as lesões, as lacunas físicas que começaram a aparecer em abundância e que não deixaram o maestro controlar a orquestra por mais tempo. O tal dissabor estará sempre presente. Até onde poderia chegar Rosický se não fossem os sucessivos problemas de ordem física? O que é certo é que o próprio conseguiu deixar a sua assinatura enquanto lhe foi possível, singularizando o seu nome no Emirates Stadium e não deixando os adeptos indiferentes ao seu talento.

    37 jogos na primeira época, seis golos e um papel preponderante junto de Cesc Fàbregas, Flamini e Hleb no setor intermédio, contudo, as lutas recentes por títulos passavam a uma miragem. A equipa mantinha-se na batalha pelos lugares de acesso à Liga dos Campeões e até que ia conseguindo, sendo Rosický um dos autores, no entanto, as lesões começaram a interferir na sua caminhada.

    O capítulo físico, embora planeado e apesar de toda a atenção que teve, prejudicou, e de que maneira, a carreira do 10. Os comentários de que o jogador era feito de vidro começavam a surgir. Entre alguns problemas de menor magnitude nesse campo, a sua primeira grande lesão aconteceu em janeiro de 2008, quando rompeu completamente o tendão do joelho esquerdo. O azar aconteceu exatamente no momento em que se apresentava no melhor momento da sua carreira, como defendeu tristemente num documentário sobre si, levando-o a falhar o resto da temporada, o Euro 2008 e... ainda uma ausência de 434 dias. Mais de um ano...

    @João Figueiredo
    Obviamente, deixou marcas. Depois de uma recuperação lentíssima, o seu retorno verificou-se apenas na época de 2009/10. Contudo, sentia-se que o checo que estava pronto para explodir tinha perdido o comboio. O momento do Arsenal também não era o melhor. A escassez de títulos assombrava a turma de Wenger, no entanto, o tal futebol, equiparado ao do Barcelona de Pep Guardiola, florescia nos pés de Rosický, muitas vezes comparado a Iniesta por desempenhar uma função, em certos aspetos, idêntica.

    Em 2012, era a vez de um problema no tendão de aquiles, obrigando-o a uma paragem de quatro meses. E a situação prolongou-se, de lesão em lesão, até à época 2015/16, a sua última e onde esteve lesionado durante, praticamente, toda a temporada, efetuando... apenas um jogo.

    A sua vida pessoal, pelo contrário, conhecia momentos de felicidade. Rosický casou-se em 2014 depois de um relacionamento de 11 anos com Radka Rosická, mãe do seu filho, Dylan, nascido em 2013. O internacional checo, para além do futebol, apreciava música e foi nos momentos de longa recuperação que se dedicou a aprender a tocar guitarra, também pelo seu gosto pessoal em música... Rock. Um Mozart um pouco agressivo, não? 

    Ao mesmo tempo que via as lesões consumarem uma obstáculo impossível de escalar, o checo perseguia um troféu pelos gunners. A obsessão em quebrar a seca de títulos estava no seu horizonte. Sem conquistar nada desde 2005, o jejum foi saciado em 2014 com a conquista da Taça de Inglaterra para alívio de Rosický, que já havia admitido a sua fome por títulos. 

    @João Figueiredo
    A essa vitória sofrida contra o Hull City juntou-se a conquista, na época seguinte, da Supertaça - contra o Manchester City - e, novamente, da Taça de Inglaterra, frente ao Aston Villa. Foram três os títulos em Londres, sete no total se juntarmos as três ligas checas e a Bundesliga.

    As perguntas que ficam: Quanta Europa poderia Rosický ter conquistado se não fossem as lesões? Seria a melhor versão do Pequeno Mozart, aquela que fomos privados de ver regularmente, capaz de guiar o Arsenal a glórias maiores? 

    Mais do refletir sobre isto, importa testemunhar as respostas que foram dadas em campo. À parte de todos os problemas já conhecidos, Rosický somou várias exibições impressionantes. 28 golos, 246 jogos e uma série infindável de lances de golo criados com mestria. Rosický ostentava o número 10 como poucos. Neste futebol que presenciamos hoje, dito moderno, peças com as características, missões e desempenho de Rosický são cada vez mais raras.

    Ficam os momentos geniais nas primeiras aparições pelo clube londrino, desde o golaço ao Hamburgo, para a Champions, até à exibição categórica em Anfield Road, onde apontou dois belos golos ao Liverpool. Fica também o rasto de genialidade contra o Tottenham, o grande rival do norte de Londres, ou as jogadas coletivas que fazem recordar aquele Arsenal que dava gosto ver jogar.

    qSe amas futebol, amas o Tomas Rosický
    Arsène Wenger
    A carreira de Rosický, essa, não ficou por aqui. O checo voltou ao seu país após marcar um período da 'era Arséne Wenger', da qual Rosický espalhou o seu perfume, o tal perfume bem intenso enquanto lhe foi permitido espalhar pelos maiores palcos do futebol inglês. 

    «Se amas futebol, amas o Tomas Rosický», disse, um dia, o conceituado técnico francês sobre um dos melhores '7' da história gunner...

    As saudades da Generali Arena...  

    Em 2016, o Sparta Praha voltou a recolher o fruto que ofereceu à Europa do futebol. Com 35 anos, Rosický encontrava-se num período fatídico em termos físicos. Depois de se lesionar e perder toda a primeira época, o craque terminou a carreira em 2017/18, com mais duas temporadas em cima, mas onde só figurou por 13 ocasiões, somando um golo. «Já não consigo preparar o meu corpo para as exigências atuais», admitiu.

    O adeus de uma lenda checa @Sparta Praha
    O futebol tornou-se verdadeiramente cruel para o checo, que ainda assim, após se aposentar, continuou ligado ao clube, assumindo a pasta de diretor.

    É de enaltecer, é de imortalizar ou de manter no pensamento. E sim, a sensação amarga perdurará a par do nome de Tomas Rosický. A sua carreira, entendamos, durou enquanto a batuta se manteve de pé. Já o perfume, tal como o seu nome, será sempre diferenciado. Esta é a história de um dos maiores futebolistas checos de sempre, talento do Sparta, prodígio do Dortmund, lenda do Arsenal, e, certamente, fonte de inspiração para muitos números 10 que por aí tentam emergir.  

    Jogo da despedida @Sparta Praha

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    Tomas Rosicky (CZE)
    Tomas Rosický (CZE)

    Comentários

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    Pequeno reparo num excelente texto
    2020-04-09 10h51m por 101comosdalmatas
    Excelente texto. Apenas um pequeno reparo, mais de pormenor. Rosicky chegou ao Westfalenstadion e não ao Signal Iduna Park (o naming do estádio só foi cedido em 2005)
    Agradecimento
    hm por zerozero.pt
    Muito obrigado. A notícia foi alterada com base no comentário acima.