Guarda Redes do Sporting, e da Selecção Nacional durante 10 anos (1937-47), foi, no seu tempo, considerado o melhor guarda redes português «de todos os tempos».
Disse-o o grande jornalista Ricardo Ornelas na festa de homenagem a Azevedo, em Dezembro de 1950, diziam-no todos quantos se interessavam pelo futebol, fossem sportinguistas ou não.
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Benfica -
Sporting, defendeu a baliza «com um braço ao peito», a partir dos 22 minutos da segunda parte
Em Novembro de 1946, num sempre lembrado
Benfica -
Sporting, defendeu a baliza «com um braço ao peito», a partir dos 22 minutos da segunda parte. Durante anos, isto era contado e recontado por orgulhosos sportinguistas. «E notem bem, diziam, e ganhámos por 3-1!»
Não era lenda, Azevedo, ferido gravemente na clavícula saíra do campo, ainda na primeira parte. Foi-lhe imobilizado o braço esquerdo, bem ligado ao peito. Jesus Correia, e depois Veríssimo, forma para a baliza.
Com o resultado 1 a 1, aos 22 minutos da segunda parte, Azevedo não se conteve: O
Sporting tem de atacar mais, ele iria ocupar o lugar que lhe pertencia. Fossem para o ataque que da defesa tratava ele. E tratou. O
Sporting meteu mais dois golos e venceu por 3-1.
Era destemido este João Azevedo. Terminou a carreira no Oriental.
Em Coimbra, num Académica-Oriental encaixou uma bola e, quando se preparava para a pontapear um academista tentou dificultar-lhe o pontapé. Azevedo, determinado, pega na bola com as duas mãos, dá-a a cheirar ao opositor uma, duas vezes, põe a bola no chão, driblou-o, tentou driblá-lo segunda vez, perde a bola, não se intimida, torna a recuperá-la e chuta forte bem lá para a frente.
Tendo deixado de jogar, foi taxista no Barreiro por conta própria. O negócio não prosperava, diziam, porque a uns tantos não cobrava nada.
Foi para
Londres, empregou-se como motorista de um colégio, e quando regressou a
Portugal, em 1982, trouxe consigo uma reforma que lhe permitiu viver sem sobressaltos. Faleceu a 3 de Janeiro de 1991.
Azevedo, sempre de boné, a defender a soco era resoluto e veloz. Aos pés dos avançados atirava-se, autoritário e sem medo. Azevedo, uma saudade!
Para muitos o dito de Ricardo Ornelas em 1950, ainda hoje é verdadeiro: Azevedo, o maior guarda redes português de todos os tempos.