Fundação
A Associação Desportiva Feirense nasceu no dia 19 de março de 1918, entre os seus fundadores contavam-se Luís Amorim, Artur Bastos, Luís Cadilon e Artur Lima, sendo os primeiros grandes impulsionadores do clube, responsáveis também pela aquisição do terreno para o primeiro campo de jogos, no lugar de Picalhos, Santa Maria da Feira, conhecido como o “Campo da Mata”, corria o ano de 1924.
Os primeiros jogos começaram a ser disputados informalmente em 1920. Mas a não filiação do clube na associação local, não permitia ao
Feirense defrontar clubes vizinhos do distrito de Aveiro como a Oliveirense, a Ovarense, a Sanjoanense...
Nesses primeiros anos, fundamentais para a identificação dos adeptos com a agremiação, o
Feirense, era um clube bem diferente do que hoje conhecemos. Além do total amadorismo, apresentava um equipamento que hoje nos pareceria estranho, com uma camisola listada verticalmente a preto e vermelho.
O passo fundamental para a mudança do clube foi dado a 30 de dezembro de 1925, data em que decorreu uma Assembleia Geral do clube, em que ficou decidido mudar o nome da instituição, abandonando a nomenclatura de A.D.
Feirense, para o clube passar a ostentar o nome que ainda perdura: Clube Desportivo
Feirense.
Oficialização
O
Feirense disputou o primeiro campeonato na época 1930/31 - no chamado Campeonato de Promoção de Aveiro -, perdendo na estreia por 2x1 em Cortegaça. Ainda na mesma época desportiva, a 2 de março de 1931, era inaugurado o Campo do Montinho, mais perto do centro da Vila da Feira, com um jogo entre a seleção regional de Aveiro e o
FC Porto e foi também nessa época que o
Feirense passou a usar as camisolas azuis que ainda hoje orgulhosamente enverga.
Na época 45/46 chegou o primeiro troféu da sua história. O CD
Feirense sagrou-se campeão do Campeonato de Promoção de Aveiro, quebrando o longo monopólio dos rivais do distrito. Dez anos mais tarde da conquista, o clube ascendia aos campeonatos nacionais, estreando-se na 3ª divisão com uma derrota por 4x0 em Avintes.
Apesar de ser novo no modelo competitivo, o clube cresce, rapidamente tornando-se num dos mais fortes contendedores da sua divisão. Em 1960/61 chega a tão ambicionada subida à 2ª Divisão zona norte, onde conseguiria a manutenção apenas na última jornada com uma miraculosa vitória em Peniche, festejada por adeptos que acompanharam a equipa e que com ela regressaram a casa em contínua celebração.
No ano seguinte e contra todas as expectativas, o
Feirense superiorizava-se a rivais como
Boavista e
Sporting de Braga para vencer a zona norte da 2ª Divisão, conseguindo uma histórica primeira promoção à 1ª Divisão.
Entre os grandes
A estreia dos «azuis» na divisão maior do futebol nacional decorreu num dos mais emblemáticos palcos do nosso futebol, com o
Feirense a começar o seu tirocínio entre os grandes, no Estádio das
Antas, perdendo por 3x1 com o
FC Porto.
Ainda nessa mesma época, a 16 de Setembro de 1962, foi inaugurado o Estádio Marcolino de Castro, aquela que se tornava a nova «fortaleza» da Feira. Contudo, não obstante as promessas dos primeiros jogos, a grande época de estreia no convívio com os grandes revelou-se um triste acumular de frustrações para os adeptos feirenses, com a equipa a apenas conseguir vencer 3 jogos (todos em casa), empatando mais um no Barreiro. Acabando apenas com 7 pontos, a uns impressionantes 10 pontos de distância do penúltimo classificado.
Os «azuis» da Feira tiveram que esperar algum tempo até verem a sua equipa voltar a defrontar os grandes do futebol português no seu estádio.
Seria na época de 1976/77, que após vencer a zona centro da 2ª Divisão, o
Feirense conseguiu a segunda ascensão à primeira divisão.
Mas novamente o
Feirense mostrou-se muito “verde” para estas andanças, voltando a cair ao fim da época, repetindo o último lugar, somente com 12 pontos.
Doze épocas depois, em 1989/90, o
Feirense voltou a ganhar a zona centro da 2ª Divisão, recuperando o direito de disputar à 1ª Divisão, e apesar de ter conseguido quase o dobro dos pontos que na última presença, e de ter obrigado um grande a perder pontos no Marcolino de Castro – empate com o
Benfica 1x1 – o
Feirense voltou a ficar em último, sem conseguir novamente vencer um jogo fora de casa.
Anos de segunda
Em 1990/91 o
Feirense chegou às meias-finais da Taça de
Portugal depois de deixar pelo caminho os primodivisionários Tirsense e Vitória de Guimarães. Nas meias-finais empataram 1x1 em casa com o
FC Porto, obrigando os dragões a um jogo de desempate nas
Antas, onde os portuenses, fizeram valer a sua força e experiência, vencendo por 2x0, qualificando-se assim para grande final no Jamor onde venceriam o Beira-Mar.
Após uma má época na então recentemente formada Divisão de Honra o
Feirense desce à «profundeza» da II Divisão B, de onde só se «libertou» na época 1993/94. Em 1998/99 voltava a descer de divisão, onde se manteve até atingir nova promoção em 2002/03.
A «estadia» na Segunda Liga correu sem grandes sobressaltos, mas não estando isenta de sustos, como em 2008, ano em que o
Feirense só conseguiu a manutenção na reta final, ficando no 14º lugar.
Novo regresso
O «susto» alertou as consciências e o
Feirense reforçou-se para atingir um 5º lugar na edição seguinte. Seguindo a mesma política o
Feirense conseguiu o 3º lugar em 2009/10 e a promoção com um 2º lugar com os mesmos pontos que o 1º classificado na época seguinte, regressando novamente ao convívio dos grandes, pela mão de Quim Machado.
No ano de mais um regresso, o
Feirense começou a liga conquistando diversos empates e uma vitória em Olhão, a primeira vitória fora de sempre no primeiro escalão. Na quinta jornada, travaram o
FC Porto, com um nulo. Os primeiros meses eram complicados, com o
Feirense a ver-se obrigado a jogar em casa emprestada (Aveiro), enquanto decorriam obras no Marcolino de Castro. À quinta jornada o
Feirense andava perto dos lugares europeus, mas com o passar das jornadas foi caindo lentamente na tabela.
Na nona jornada chegou a primeira derrota em casa (0x2 com o
Sporting) e a queda para lugares muito próximos da despromoção, confirmada com a derrota na jornada seguinte frente ao Beira-Mar, que deixou o
Feirense no último lugar.
Apesar de mais duas vitórias perto do fim da primeira volta, o
Feirense entrou numa sequência de 13 jogos seguidos sem vencer, que lhe vaticinaram o futuro, acabando o campeonato em penúltimo lugar, um fraco consolo para quem tinha tão legítimas aspirações.
Desde aí, o
Feirense tem estado no segundo escalão do futebol português, em busca de regressar à Primeira Liga, e esteve perto de o conseguir em duas ocasiões. Em 2015/16 e 2019/20 a formação da Feira terminou em 3º lugar o campeonato e falhou o acesso à Liga NOS por um triz. No último caso, a Segunda Liga terminou mesmo mais cedo devido à pandemia de covid-19, com o Nacional e o Farense, na altura os dois primeiros classificados de forma isolada, a serem escolhido para subirem.