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José Mourinho e Louis van Gaal perseguiam a possibilidade de conquistarem a Champions pela segunda vez nas suas carreiras. O holandês vencera a prova com o Ajax em 1995, enquanto o sadino celebrara a vitória em 2004 ao serviço do FC Porto.
Na final de Madrid haveria, por certo, um novo herói a juntar-se à restrita categoria dos bicampeões europeus com clubes diferentes, de onde só faziam parte o austríaco Ernst Happel (Feyenoord em 1970 e Hamburger SV em 1983) e o alemão Ottmar Hitzfeld (Borussia Dortmund em 1997 e o rival Bayern de Munique em 2001).
Curiosamente, ambas as equipas podiam conquistar o triplete (Liga dos Campeões-Liga-Taça), um feito nunca antes conseguido por equipas italianas e alemães. O Inter já havia conquistado duas Champions (1964 e 1965) e o Bayern quatro (1974, 1975, 1976 e 2001).
Bernabéu, um palco privilegiado
Era a quarta vez que a casa do Real Madrid recebia o grande jogo. As edições anteriores haviam sido ganhas por merengues (1957), AC Milan (1969) e Nottingham Forest (1980). O palco estava montado para a festa ser de arromba na grande Casa Blanca. Na capital espanhola, todos queriam ver o Special One que a imprensa já dava como certo no clube na próxima época.
73.170 espetadores presenciaram o apito inicial do inglês Howard Webb. De um lado uma equipa italiana com quatro argentinos em campo e sem nenhum jogador italiano no onze - Materazzi entraria aos 90+2 para erguer a taça -, do outro uma equipa alemã com cinco internacionais alemães no onze - acabaria a jogar com sete com as entradas na segunda parte de Klose e Gomez (1).
Mourinho deu a iniciativa de jogo ao rival, deixando que os bávaros tivessem a posse de bola sem conseguirem quebrar a muralha transalpina. O tento inaugural foi apontado pelo argentino Diego Milito aos 35 minutos quando Júlio César, num pontapé longo, colocou a bola no meio campo contrário. O avançado sul-americano ganhou de cabeça para Sneijder que de primeira devolveu ao argentino para uma finalização de classe na cara de Butt.
O bis de Milito
No segundo tempo, o Bayern entrou mais forte. Nem vinte segundos tinham passado e Muller, com uma oportunidade de ouro para empatar a partida, apareceu isolado à frente de Júlio César, mas o guarda-redes brasileiro levou a melhor.
Aos 65 minutos, o holandês Arjen Robben também teve o golo nos pés, rematando em arco com o pé esquerdo ao canto superior direito da baliza do Inter. Novamente, Júlio César parou a trajetória da bola.
O Inter parecia permanecer indiferente ao domínio alemão. Mas Mourinho só ficou descansado quando Diego Milito aumentou a vantagem do Inter ao minuto 70. Não havia mais nada a fazer, o jogo estava decidido. 45 anos depois, o Inter «matou o borrego» e conquistou o troféu.
Para a história ficou o abraço trocado, já depois do jogo, por Materazzi e Mourinho. As lágrimas do duro capitão interista e de Mourinho confirmavam o adeus de Il Speciale ao Giuseppe Meazza. Mourinho partia à procura da terceira Champions com um clube diferente...