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    Rivalidades
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    «El Superclásico»: Boca Juniors x River Plate

    Texto por João Pedro Silveira
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    O Boca x River é considerado um dos maiores, senão mesmo o maior dérbi do mundo. É uma paixão que divide uma cidade, um país, até mesmo um continente.

    A história da rivalidade entre os dois colossos argentinos, remonta à aurora do século XX, quando ambos os clubes foram fundados num dos mais carismáticos bairros da cidade de Buenos Aires: Boca.
     
    Boca, é um bairro ribeirinho, situado no sudeste na cidade, e que no fim do século XIX, primeiros anos do século XX era habitado maioritariamente por emigrantes italianos. Foi no bairro que nasceram o River e o Boca, respetivamente em 1901 e 1905. Contudo, o River, mudar-se-ia para norte, passando a localizar-se no bairro de Núñez.
     
    Desde os primeiros momentos da sua história que o Boca Juniors está associado a classe operária, com os seus adeptos provenientes da comunidade imigrante italiana, em particular da região de Génova e da Ligúria, o que vale ainda hoje aos adeptos do Boca, a alcunha de Xeneizes (1). Por sua vez o River Plate, é conhecido como Los Millonarios (Os Milionários), por culpa da sua mudança para Núñez e por muitos dos seus adeptos serem provenientes da classe alta e média-alta. Mas na verdade, a base de apoio de ambos os clubes extravaza por completo a classe social, havendo adeptos do clube em todas as classes, assim como todos os bairros da cidade, e por toda a Argentina.
     
    Primórdios
     
    O primeiro «Superclásico» do futebol argentino, historicamente documentado, foi disputado no dia 24 de agosto de 1913, quando as duas equipas se defrontaram pela primeira vez numa partida oficial, na «cancha» do Racing, com a vitória a sorrir aos Millonarios.
     
    Rapidamente a rivalidade cresceu, e nos anos vinte, com os clubes a disputarem ligas diferentes, a rivalidade, não obstante os clubes não se enfrentarem, foi crescendo exponencialmente. Em 1938, o River inaugurou o seu mítico Estádio Monumental, três anos depois, o Boca inaugurava o não menos histórico La Bombonera. 
     
    Se os anos 40 foram os anos de glória do River com a famosa «La Máquina», uma equipa de sonho composta com um quinteto ofensivo com Juan Carlos Muñoz, José Manuel "El Charro" Moreno, Adolfo Pedernera, Ángel Labruna e Félix Loustau, a que mais tarde se juntaria o jovem Di Stéfano; os anos 50 marcaram a transição de poder para o Boca, mas o xeneizes só dominariam efetivamente o futebol argentino nas décadas de 60 e 70. 
     
    Entretanto, o River atravessava a sua famosa Mala Racha (2), uma espera de 18 anos que desesperou a afición riverplatense, e que só foi interrompida em 1975. Seguiu-se uma nova era de domínio branco-vermelho, enquanto o Boca Juniors se internacionalizava e conquistava duas Taças Libertadores (1977 e 1978) e uma Intercontinental (1977).
     
    Boca e River conquistam a América e o Mundo
     
    Em 1981, chega ao Boca, proveniente do Argentino Juniors, Diego Armando Maradona, fundamental na conquista do título metropolitano, antes de se mudar para o Barcelona. Sem Maradona e nenhuma grande referência, o Boca ficaria sete anos sem conquistar nenhum troféu. Três anos depois da saída de Maradona, chegava o uruguaio Enzo Francescoli ao River Plate, fundamental na conquista da Taça Libertadores em 1986, e meses depois, em Tóquio, na conquista da Taça Intercontinental. A magia continuava nas canchas argentinas.
     
    Com Passarella como treinador os riverplatenses voltaram a dominar o futebol argentino, conquistando três Aperturas entre 1991 e 1994. Regressando primeiro Ramon Díaz e mais tarde Francescoli, as bancadas do Monumental vibravam com as exibições e resultados de uma equipa que ia lançando novas estrelas para o firmamento do futebol das pampas como Ortega, Gallego e mais tarde Hernán Crespo.
     
    Com Passarella como treinador os riverplatenses voltaram a dominar o futebol argentino, conquistando três Aperturas entre 1991 e 1994. Regressando primeiro Ramon Díaz e mais tarde Francescoli, as bancadas do Monumental vibravam com as exibições e resultados de uma equipa que ia lançando novas estrelas para o firmamento do futebol das pampas como Ortega, Gallego e mais tarde Hernán Crespo.
     
    Por sua vez o Boca ressurgia e conquistava os torneios de abertura (1992 e 1998) e de clausura (1999), antes do mágico ano de 2000 em que o Boca conquista a tripleta: Apertura, Taça Libertadores e Taça Intercontinental, numa equipa onde se destacavam Palermo e Riquelme, e que no ano seguinte volta a conquistar a Libertadores. 
     
    2003 consagra uma nova equipa que conquista uma segunda tripleta (Apertura, Libertadores e Intercontinental) com Tévez como principal figura. Um ano depois chega mais uma copa sul-americana, que antecipa a conquista de mais uma tripleta (Apertura, Recopa e Copa Sul-Americana) com a dupla Martín Palermo e Rodrigo Palacio a serem decisivos numa equipa brilhantemente liderada por Alfio Basile, que em 2006 conquistaria novamente a Clausura e a Recopa.
     
    O declíno do River
     
    Campeão do Torneio de Clausura de 2002, 2003, 2004, o River entrou num lento processo de declínio, apenas interrompido com conquista da Clausura em 2008. Contudo, essa vitória, à imagem da de Pirro, nada alterou no rumo que se adivinhava.
     
    Com Passarella a Presidente - eleito em 2009 - o clube de Nuñez esperava inverter a situação, mas a contínua sangria de estrelas para a Europa como o avançado colombiano Radamel Falcao e o fim da produção em grande número de craques nas escolas de formação, que durante anos e anos tinham alimentado a primeira equipa, transformaram o onze do clube, num onze mediano, a roçar o medíocre...
     
    Perto da falência, sem meios para inverter a história, os adeptos do River assistiram de «mãos atadas» à despromoção do clube a 26 de junho 2011, na data mais triste da centenária instituição, que descia após 110 anos entre os maiores do futebol argentino.
     
     
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    (1) - Xeneizes - corruptela em espanhol utilizida na argentina para denominar os imigrantes genoveses, e os seus descendentes.
    (2) - Mala Racha - em português significa «Série Negativa», refere-se a um jejum prolongado sem títulos conquistados.

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    2015-10-04 12h28m por poli01
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