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    Abedi Pelé: O Mágico Ganês

    Texto por João Pedro Silveira
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    Jogou em oito países de três continentes, África, Ásia e Europa. Ao todo, durante a sua longa carreira profissional de mais de vinte anos, vestiu a camisola de doze clubes, com os quais fez 479 jogos oficiais, onde apontou 157 golos.

    Se a estes números juntarmos 33 golos em 73 internacionalizações, três eleições para o melhor jogador africano do ano, eleito para os 100 melhores jogadores de sempre da FIFA, eleito melhor jogador estrangeiro a atuar em Itália em 1995-96, além de ter conquistado uma CAN e uma Liga dos Campeões Europeus, não há dúvida que falamos de um dos mais consagrados jogadores que o continente negro viu nascer.

    Primeiros anos

    Abedi Ayew, mais conhecido no futebol como Abedi Pelé, nasceu em Acra, capital do Gana, a 5 de novembro de 1964. Abedi cresceu em Kyebi, perto de Dome, nos arredores da capital.

    A carreira daquele que é considerado o melhor jogador da história do Gana e um dos melhores jogadores africanos de todos os tempos, começou na década de setenta nos escalões jovens do Great Falcons, de onde saltaria mais tarde para assinar o primeiro contrato profissional no Real Tamale United.

    Trotamundos 

    Dois anos depois, iniciou pela primeira vez uma aventura no estrangeiro, assinando pelo Al Sadd, onde despertou o interesse dos suíços do FC Zürich, a sua primeira experiência, não muito bem sucedida, no futebol europeu. 

    Entre 1984 e 1987, passou pelo campeonato do Benim antes de saltar para o futebol francês e assinar pelo Chamois Niortais FC. Após uma época, foi contratado pelo Mulhouse, clube onde chamaria a atenção do todo poderoso Olympique de Marseille (L'OM).

    Marselha

    Chegado a Marselha, Abedi Pelé, efetuou apenas 13 jogos na época de estreia, sendo cedido ao Lille por duas épocas. Com a camisola dos Les Dogues brilhou a grande nível, encantando os adeptos, colegas e até mesmo os adversários, com a magia do seu futebol, repleto de técnica e explosões selvagens que deixavam os adversários colados ao chão. 

    Regressou a Marselha em 1990, para ser uma peça fundamental do grande Olympique que dominava o futebol francês e ameaçava estender esse esse domínio e conquistar a Europa. 

    O L'OM perdera o acesso à final da Taça dos Campeões nesse ano, perdendo na meia-final com o Benfica, eliminado com uma inglória bola com a mão. O presidente Bernard Tapie, jurou no fim do jogo em Lisboa, vingança e prometeu que o L'OM voltaria para jogar o acesso à grande final.

    Na edição de 1991, Abedi Pelé foi fundamental na brilhante caminhada marselhesa, eliminando o Milan - campeão em título - nos quartos de final. Nas meias-finais, contra os russos do Spartak de Moscovo, apontou dois golos que seriam decisivos para qualificar o Olympique para a primeira final europeia do seu historial. 

    A grande final, jogada em Bari, Itália, foi contra a geração dourada do Estrela Vermelha de Belgrado. O jogo foi extremamente tático, sem grandes emoções nos noventa minutos e obrigando a um prolongamento, onde o «zero a zero» prevaleceu. No desempate por grandes penalidades os jugoslavos seriam mais felizes e o L'OM perdia a sua primeira oportunidade.

    Duas épocas mais tarde, o Olympique tornou-se o primeiro, e até hoje único, representante francês a a conquistar o mais cobiçado dos troféus europeus, voltando a bater o Milan. Seria o francês Basile Boli o autor do golo solitário com que os marselheses bateram os milaneses, mas o canto foi autoria de Abedi, que no final do jogo foi eleito o melhor jogador em campo. 

    Nova volta ao mundo

    No fim da época, com o Marselha envolvido num escândalo de suborno de jogadores adversários, tal como os principais jogadores do plantel, Abedi saiu para o Olympique lyonnais, iniciando uma nova fase de viajante na carreira.

    Seguiu-se nova mudança, desta feita para Itália, onde jogou no Torino, destacando-se de tal maneira que foi eleito o melhor jogador estrangeiro a jogar na Serie A em 1995-96. Meses depois, voltava a fazer as malas, mudando-se para os alemães do TSV 1860 Munique, que seria a penúltima paragem da carreira. 

    Uma época mais tarde, assinou duas épocas pelo Al Ain dos Emirados Árabes Unidos, clube onde penduraria as botas no ano 2000.

    A seleção

    Aos 17 anos tinha brilhado na conquista da CAN de 1982. A magia e o brilho das exibições do «menino-prodígio» no torneio, valeram a transferência para o Catar e iniciaram a verdadeira história de amor entre Abedi e a competição.

    Entre 1982 e 1996, participou em cinco edições da prova, o que se tornou um recorde. Campeão em 1982, chegou à final em 1992, perdida para a Costa de Marfim e onde Abedi não jogou depois de ter recebido o segundo amarelo nas meias-finais com a Nigéria.

    Eleito o melhor jogador africano entre 1991 e 1993, Abedi tornou-se num fenómeno que extravasou as fronteiras do continente, tornando-se um exemplo para futuras gerações de jogadores africanos que atingiram o sucesso na Europa.

    Lamentavelmente, Abedi Pelé faz parte da restrita galeria de grandes estrelas e heróis do futebol que nunca disputaram um Campeonato do Mundo. Apesar de liderar a equipa nas qualificações de 1986, 1990, 1994 e 1998, Abedi só viu o seu Gana qualificar-se para o mundial pela primeira vez, seis anos depois de pendurar as chuteiras. 

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    Fotografias(2)

    Abedi Pelé
    Abédi Pelé (GHA)

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