Símbolo do Inter, o eterno capitão dos nerazzurri e da seleção transalpina, Giacinto Fachetti, liderou os italianos à conquista do Euro 1968, com que quebraram um longo jejum de títulos que se arrastava desde 1938.
O defesa esquerdo, natural de Treviglio, perto de Bergamo na Lombardia, foi um dos maiores defesas laterais da história do futebol mundial, eleito em 2004 para o FIFA 100, prémio que escolheu os 123 melhores jogadores de futebol de sempre em 2004.
Pela mão de Herrera, de Treviglio para San Siro, e do ataque para a defesa
Foi o treinador argentino Helenio Herrera, que então treinava o
Inter, que descobriu Fachetti, quando este jogava como avançado no Trevigliese, clube da sua cidade natal.
Após alguns treinos, Herrera resolveu fazer recua-lo no campo, adaptando o jovem à posição de lateral esquerdo, por considerar que ele dispunha as características ideais para transportar a bola da defesa para o ataque, que faziam dele um lateral nato.
Estreou-se numa vitória dos nerazzurri sobre a rival Roma por 2x0. A exibição de Fachetti, apesar de esforçada, foi muito fraca, o que levou os jornalistas a interrogarem Herrera sobre a continuidade do jovem na equipa. O mestre argentino, sem acusar o toque, respondeu profeticamente que Fachetti seria um pilar fundamental da sua equipa.
Os anos passaram e a história comprovou a certeza das palavras de Herrera. Nos dezoito anos em San Siro, Fachetti conquistou quatro
scudetti conquistados (1963, 1965, 1966 e 1971); uma Taça de Itália (1978); duas Taças dos campeões (1964 e 1965) e duas Taças
Intercontinentais (1964 e 1965).
Na Squadra Azzurra
Estreando-se com a maglia azzurra a 23 de março de 1963, numa vitória por 0x1 em Istambul sobre a Turquia, rapidamente conquistaria o lugar de indispensável na seleção transalpina, com a camisola da qual jogaria 94 partidas, tendo em 70 delas envergando a braçadeira de capitão.
Disputou três campeonatos do mundo (1966, 1970 e 1974), capitaneando a equipa na final de 1970 contra o Brasil.
Seria contudo no Euro 1968 que Fachetti faria história, liderando a seleção nacional italiana à conquista do Campeonato Europeu, naquela que foi a primeira grande conquista da Itália desde o título mundial de 1938.
Um lugar na memória
Il Capitano, como carinhosamente ficou conhecido em Itália, era um exemplo de fair play, tendo sido expulso apenas uma vez na carreira, depois de sarcasticamente aplaudir uma decisão do árbitro.
Retirou-se em 1978, após 18 anos no
Internazionale, e mais tarde tornava-se um dos dirigentes do clube milanês, um dos muitos passos até se tornar Presidente do clube em 2004, tornando-se o primeiro jogador do clube a conseguir tal feito.
Faleceria em 2006, com apenas 64, vítima de um cancro pancreático, deixando a esposa e quatro filhos e a família interista profundamente consternada.
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