O Futebol começou a ser jogado em Madrid por alunos da Institución Libre de Enseñanza, tendo alguns desses alunos acabado por fundar em 1895 o Football Sky, o primeiro clube da cidade, que se reunia para jogar aos Domingos na Moncloa.
Cinco anos mais tarde o clube dividiu-se em duas colectividades: New Foot-Ball de
Madrid e o Club Español de
Madrid, tendo posteriormente saído do seio deste último os fundadores do
Madrid FC,
com Juan Padrós Rubió como presidente.
Don Santiago Bernabeu, antigo jogador e Presidente histórico. Principal impulsionador do Real Madrid pentacampeão europeu (1956/60)
Três anos após a fundação o clube venceu a Taça do Rei, a primeira de quatro consecutivas.
Seria somente em 1920 que o Rei Afonso XIII, um apaixonado pelo Desporto, atribuiu o título de Real ao clube.
Com o advento da II República Espanhola o clube perde o título de “Real” e a coroa no emblema. É contudo adicionado ao escudo, uma barra diagonal que representa Castela.
Estes são os anos em que o Real conquista os seus primeiros campeonatos: 1931/32 e 1932/33.
A guerra civil entre republicanos e nacionalistas estala em 1936, interrompendo abruptamente o desenvolvimento do futebol espanhol.
No fim do conflito volta a coroa e o nome Real, mas o clube estava moribundo.
Tinha desaparecido a anterior direcção, muitos dos jogadores morreram no conflito, alguns troféus tinham desaparecido da sede.
O longo processo de estruturação e recuperação, ganhou novo alento quando Santiago Bernabéu, que já tinha defendido as cores do clube, sido inclusive capitão, treinador e dirigente, foi eleito presidente dos merengues em 1945. Foi durante o seu longo consulado que o
Real Madrid se tornou no colosso que o mundo conhece.
Di Stefano, «la saeta rubia», festeja mais um golo ao serviço do Real Madrid
Primeiro iniciou a construção do Estádio que viria a ter o seu nome, que aquando da construção era o maior da Europa. Depois, foi construída uma Cidade Desportiva para melhorar as condições de treino dos jogadores, e durante esse período foi reestruturando a organização do clube, incentivando a autonomia das diversas secções, profissionalizando toda a hierarquia e criando as bases para o sucesso.
Com as infra-estruturas construídas e a casa arrumada, dedicou-se então a construir uma equipa de sonho. Primeiro “roubou” di Stéfano ao
Barcelona, mais tarde contratou Gento,
Kopa, Munõz, Puskás, criando uma equipa de sonho que além dos campeonatos nacionais, conquistou cinco Taças dos Campeões seguidas, além de inúmeros Campeonatos e Taças de
Espanha.
Em 1966 o clube conquistou a 6ª Taça dos Campeões, dando a um período de menor fulgor fora de portas.
Os anos 70 viram o fim da ditadura franquista mas o
Real Madrid manteve-se na liderança do futebol espanhol. A década seguinte trouxe a Quinta del Buitre, uma geração que incluía jogadores como Butragueño, Míchel, Sanchís, Vázquez e Pardeza, que conquistou cinco campeonatos, mais três taças, e levou o Real de regresso aos grandes momentos na Europa: finalista vencido da Taça dos Campeões Europeus (1981) e vencedor da Taça UEFA (1985 e 1986).
A partir de 1990 o
Barcelona inicia um período de domínio na Liga, conseguindo inclusivé a sua primeira Taça dos Campeões. São anos dolorosos para os merengues que vivem à sombra do velho rival. Só em 1995 o Real quebra a hegemonia dos catalães e dá início a segunda era dourada da sua história.
As nove Taças de Campeão Europeu em exibição no Museu do Real de Madrid
Fabio Capello entretanto chega de Itália para comandar Mijatovic, Roberto Carlos, Seedorf e Suker e é campeão. No ano seguinte é a vez de Heynckes conduzir os blancos ao título. Recuperada a hegemonia nacional, não espanta que o Real lance as suas ambições à Europa. Em 1998 o Real conquista a sétima Taça e em 2000 a oitava. Nesse mesmo ano chega Luís
Figo, contratado ao
Barcelona com um novo recorde de transferência que o torna no jogador mais caro da história (até então).
Iniciava-se assim a era dos Galácticos, com Florentino Pérez como presidente. O Real dedica-se a coleccionar os melhores jogadores do mundo:
Zidane (2001), Ronaldo (2002),
Beckham (2003)...
A nona taça europeia é conquistada em 2002. Curiosamente é um herói local, Raul Gonzaléz que é fundamental nas 3 conquistas europeias e virá a tornar-se o maior marcador dos madridistas na história das competições europeias.
O projecto galáctico eclipsa-se em 2005 com a saída de
Figo, o abandono de
Zidane e a demissão do próprio Florentino Peres.
Em 2002, Luís Figo recebido em Camp Nou com uma cabeça de leitão...
Seguem-se anos de restruturação, com algumas conquistas internas, mas um avolumar de falhanços na Europa.
2009 marca o regresso de Florentino e a contratação de
Cristiano Ronaldo, em novo recorde mundial de contratações.
Com Ronaldo e mais tarde Mourinho o Real conquista novamente a Liga, pondo fim ao domínio do
Barcelona de Pep Guardiola. Mas rapidamente o clube blaugrana volta a recuperar o ascendente do futebol espanhol e o Real, vivendo à custa dos golos de CR7, acaba por centrar os seus objetivos na conquista da «Décima», que finalmente consegue em 2014, batendo o Atlético
Madrid na final de Lisboa.
Após mais de cem anos o Real é indesmentivelmente o maior clube do mundo, reconhecido pela FIFA como o maior clube do século XX e a verdade é que só um clube no mundo pode regojizar-se de ter tido nos seus quadros nomes como Di Stéfano, Raul, Gento, Puskás, Santillana, Zamora, Hugo Sanchez,
Zidane,
Figo, Ronaldo, Suker, Butragueño, Michel, Fábio Capello, Valdano, Mourinho,
Cristiano Ronaldo...