Nasceu num pequeno lugar do município de Albacete no sudeste de
Espanha e aos quatro anos mudou-se para
Madrid juntamente com a família.
Ainda na escola começou a jogar como avançado centro, posição que manteria no seu primeiro clube: Gimnástica
Madrid. Mais tarde muda para o clube em que o seu irmão tinha sido um dos fundadores, o
Madrid CF (actual
Real Madrid).
Em 1913 estreou-se na primeira equipa dos merengues, iniciando uma carreira de sucesso que o levou a marcar 69 golos em 78 partidas, vencendo a Taça do Rei de 1917 e sido convocado para a Selecção nacional para um jogo contra
Portugal, onde contudo não chegou a jogar.
Após licenciar-se em direito abandona o futebol em 1927, mas não o clube. Torna-se treinador assistente e depois dirigente, e mais tarde secretário da Junta Directiva do Real de
Madrid.
A guerra
Com o estalar da guerra civil em 1936, Barnabéu, membro da organização de direita CEDA, refugia-se na embaixada francesa, onde permanece durante dois anos. Segue-se um breve exílio em França, para depois regressar à
Espanha controlada pelos sublevados.
Lutou então ao lado dos franquistas, tendo inclusivamente participado no assalto à Catalunha.
Quando a guerra terminou e a
Espanha regressou à normalidade, o futebol e as competições regressaram, Bernabéu voltou então a
Madrid para encontrar um clube moribundo. Os anteriores dirigentes desapareceram - muitos tinham morrido na guerra, a sede tinha sido vandalizada, alguns troféus tinham desaparecido.
Foram anos de restruturação que culminaram com sua eleição como Presidente em 1943 - cargo que manteria até à sua morte em 1978.
Reestruturou o clube, profissionalizando-o, dando a cada secção toda a autonomia necessária para de melhor forma atingir o sucesso.
Iniciou a construção do novo estádio, à época o maior da Europa. Seguiu-se a Cidade Desportiva, construída para que os jogadores pudessem treinar sem destruir o relvado.
O super Real
A sua gestão começa a dar frutos na época de 1953-54 quando o surge o seu primeiro título de campeão, terceiro da história do clube. Contrata Alfredo Di Stéfano, não sem muita polémica com o
Barcelona, a quem junta o francês Raymond
Kopa e mais tarde o húngaro Puskás, criando a primeira constelação multinacional da história do futebol.
Neste período dourado o Real conquista cinco Taças dos Campeões seguidas e uma Taça
Intercontinental, tornando-se no mais famoso clube do mundo. Em 1965/66 conquista a sexta Taça dos Campeões em oito finais – perdera a de 1961/62 para o
Benfica de Eusébio e a de 1963/64 para o
Inter de Milão.
Nos anos seguintes o clube não atingiria o mesmo sucesso fora de fronteiras, mas continuaria rei e senhor do futebol espanhol, conquistando diversos campeonatos e taças.
O fim
Santiago Bernabéu faleceu na sua casa a 2 de Junho 1978, vitima de doença prolongada. A sua morte provocou enorme pesar no futebol espanhol e no
Real Madrid, de onde ainda era presidente.
A FIFA decretou três dias de luto durante o Campeonato do Mundo - que então se desenrolava na Argentina - e o então presidente da UEFA Artemio Franchi declarou: «
não creio que haja alguém que ostente mais honras por mérito do seu trabalho em prol do futebol do que ele».
Não obstante as muitas ligas conquistas - e as três
Champions na viragem do milénio - o
Real Madrid não voltou a ter um presidente da dimensão de Bernabéu, não voltando a deter um domínio tão avassalador do futebol europeu e mundial, como na era dourada dos anos cinquenta.