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    Chile 1962

    Chile 1962

    Texto por Filipe Ferreira
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    O Mundo a Caminho do Chile

    O Mundial de 1962 bateu todos os recordes de países candidatos a jogar a fase final: ao todo foram cinquenta e seis equipas que se propuseram a disputar uma vaga para o campeonato do mundo, que se disputou no país natal de Pablo Neruda e Salvador Allende. A Colômbia e a Bulgária eram as únicas estreias.

    Antes de começar a prova, destacavam-se duas ausências: os vice campeões do mundo e os terceiros classificados do anterior mundial, respectivamente Suécia e França.

    Num mundial que se destacou pela violência e pelas inovações tácticas, foi um Brasil menos espectacular que a equipa que tinha ganho o mundial de 58, mas claramente superior a concorrência, que chegou ao bicampeonato.

    Grupos 1 e 2

    O Grupo 1 assistiu à vitória soviética, que venceu jugoslavos e uruguaios e empatou com a Colômbia (4-4), num jogo espectacular, onde deixou escapar uma vantagem de 3 golos, quando já vencia por 4-1.

    No grupo da equipa da casa, o Chile surpreendeu tudo e todos ao garantir o segundo lugar atrás da Alemanha, deixando pelo caminho a Itália (2-0), num dos mais tristes desafios da história do mundial que ficou conhecido como a Batalha de Santiago.

    Nesse jogo os italianos acabaram por jogar a 2ª parte apenas com 9 jogadores devido ao jogo duro dos chilenos. Rezam as crónicas, e já agora as más-línguas que o árbitro inglês Aston foi porventura o “melhor chileno” em campo.

    Brasil sem Pelé

    Antes de começar o mundial todos perguntavam,quem seria a equipa a acompanhar o Brasil para os quartos de final no grupo 3. O Brasil começou com uma vitória fácil sobre o México (3-0), mas viu a sua vedeta lesionar-se.

    Pelé ainda regressaria para defrontar os checos, no segundo jogo, mas voltaria a sair lesionado.E desta vez era definitivo! Pelé não voltaria a jogar no mundial chileno, o Brasil precisava de outro herói.

    Após o empate a zero com os checos, foram dois golos de Amarildo que valeram uma vitória tangencial sobre a Espanha e a vitória no grupo. No outro jogo a Checoslováquia sofria uma derrota comprometedora com os mexicanos, mas conseguia a qualificação.

    No grupo 4 os magiares venceram o grupo apenas cedendo um empate a zero contra a Argentina. Na luta pelo segundo lugar, os ingleses venceriam os sul-americanos por 3-1 e garantiam a outra vaga para a fase final.

    O nó aperta-se

    Os “quartos” começaram com um aborrecido Jugoslávia vs Alemanha que os de leste venceram por 1-0, deixando a Mannschaft surpreendentemente pelo caminho.

    Já o Brasil puxou dos galões e bateu os inventores do futebol por 3-1. Num dérbi do leste, os checos – comandados pelo grande Masopust – levaram de vencida os húngaros, após um jogo espectacular.

    Os anfitriões, por sua vez continuaram a sua fantástica carreira eliminando a U.R.S.S. (2-1).

    Nas meias um duelo sul-americano, onde os Campeões do Mundo bateram os da casa por 4-2; e um duelo do leste europeu onde os checos venceram a Jugoslávia de Tito por 3-1.

    Bicampeões

    A Final disputada no dia 17 de Junho no Estádio Nacional de Santiago começou com o golo checo, autoria do inevitável Masopust.

    Amarildo reporia a igualdade dois minutos depois (17’) e assim se manteve o resultado até ao intervalo.

    Na 2ª parte Garrincha pegou no jogo e o Brasil superou os checos com mais dois golos de Zito e Vavá. E assim os canarinhos igualavam o feito italiano e sagravam-se bicampeões mundiais.

    E apesar de o Brasil ter ganho a competição, ter jogado o melhor futebol e ter marcado mais golos, o goleador mor do torneio acabou por ser o jugoslavo Jerkovic com 5 golos, seguido por um quintento de jogadores que obteve 4 remates certeiros: Sanchez (Chile), Albert (Hungria), Ivanov (U.R.S.S.), Garrincha e Vavá (Brasil).

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