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Rivalidade de treinadores
À volta do jogo

Mourinho versus Guardiola: o pico da rivalidade no El Clásico (2010-2012)

Texto por Ricardo Miguel Gonçalves
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Enquanto surgia em Barcelona um novo príncipe do futebol moderno, a experienciar sucesso tão lendário quanto imediato com o tiki-taka catalão, havia, em Milão, aquele que até aí ocupava o trono da mestria tática no século XXI. O Inter de Mourinho seria a única equipa capaz de travar o futebol mágico do mais recente pupilo de Cruyff, o que levaria à aposta no português para o comando do Real Madrid, numa tentativa merengue de evitar o início de uma dinastia no futebol espanhol. 

O encontro de Pep Guardiola e José Mourinho em Espanha será para sempre recordado como uma das maiores rivalidades que o futebol já alguma vez viu. O El Clásico sempre foi um dos jogos que colocou frente a frente dois dos rivais mais fervorosos de todo o mundo, não havendo, por esse motivo, a necessidade de apimentar uma relação já tão quente. Ainda assim, a chegada de Mourinho a Madrid colocou-o numa guerra aberta com Guardiola. Vivia-se assim uma rivalidade de paixão, feridas abertas, interesse dos meios de comunicação e, acima de tudo, antagonismo tático.

Cabaz de boas-vindas

Em 2010, Mourinho chegou a Madrid com o objetivo de conquistar troféus e contrariar o domínio culé. Tudo indicava que fosse o homem certo para a tarefa. Não tinha medo de um desafio, era um vencedor por natureza e até já tinha provado ser capaz de contrariar Guardiola, mas as expectativas eram de sucesso imediato. A época anterior viu o seu antecessor, Pellegrini, levar a decisão da La Liga até ao último dia, acumulando pelo caminho 96 pontos, um recorde do clube, mas nem assim conseguiu manter a posição. Era esta a pressão que se vivia em Madrid.

Antes do mítico 5x0, em Camp Nou @Getty / LLUIS GENE
«Estou absolutamente convencido de que a incorporação de Mourinho, que é um dos melhores do mundo, senão o melhor, é uma oportunidade que o Real, que sempre luta pela excelência, não podia desperdiçar», declarou o presidente, Florentino Pérez, na conferência de imprensa que abriu o primeiro parágrafo num novo capítulo do futebol espanhol.

O que se seguiu foi uma das rivalidades mais lendárias na história do futebol. Apesar do encontro em Espanha dos dois melhores treinadores do mundo ter durado apenas dois anos, ainda houve tempo para muito acontecer. As duas temporadas traduziram-se em 11 Clásicos, que pareceram mais batalhas campais do que propriamente jogos de futebol. Embora com os melhores executantes em campo e, progressivamente, com cada vez mais milhões atentos pela televisão.

Dominar em Espanha ia ser uma tarefa difícil para ambos os técnicos, e desde cedo parecia complicado perceber quem era o favorito à conquista do campeonato nacional, até que o primeiro encontro entre as duas equipas deixou a resposta bem clara. Foi um expressivo 5x0 para o Barcelona, num dos jogos mais marcantes na história moderna do futebol. Foi uma exibição culé de classe mundial, um hino à superioridade tática e psicológica e que foi devidamente celebrada por toda a Catalunha. O Real Madrid, por outro lado, obviamente não ficou satisfeito, de maneira que quando José Mourinho chegou ao balneário encontrou um grupo de jogadores desolados.

«O balneário era um caos», revelou Jerzy Dudek na sua autobiografia, «alguns de nós estávamos a chorar, outros a discutir, outros só olhavam para o chão. Depois chegou o Mourinho e ele disse-nos o que fazer: 'Sei que dói, que é maior falhanço de todos, mas é só o início. Eles estão felizes agora, mas ainda há um longo caminho até ao título. Amanhã, não fiquem em casa, levem as famílias a passear pela cidade de cabeça erguida, não se escondam. Depois lutamos pelo título.' Fazia sentido. Aí percebi o quanto a psicologia importa no desporto, quanto podes perder ou ganhar, e como Mourinho entendia isso.»

Relação começou a azedar @Getty / LLUIS GENE
Desse jogo ficou a promessa de que a partir daí seria diferente. Houve bastante tempo até ao El Clásico seguinte, mas quando chegou foi em força. Entre abril e maio de 2011 haveria quatro El Clásicos em apenas 18 dias. Se já era o jogo mais antecipado por englobar as duas maiores equipas do mundo, então as condicionantes tornavam tudo muito mais interessante. Quatro partidas, cada uma mais importante que a anterior, num crescendo que terminaria com o apuramento de apenas uma para a final da Liga dos Campeões.

Em antecipação ao primeiro jogo surgiu uma campanha publicitária em Espanha que irritou o Real Madrid, bem como a Marca, o jornal associado aos merengues, que não ficaram satisfeitos por ver os jogadores do Barcelona a erguer as mãos abertas em referência ao resultado do último jogo entre as duas equipas. 

O primeiro jogo dos quatro seria um empate, 1x1, para o campeonato, que ficou marcado pela marcação cerrada de Pepe a Messi, que deixou o argentino frustrado. Não foi propriamente o jogo mais interessante entre as duas equipas, mas serviria de aperitivo para o que vinha a seguir. Primeiro, foi a final da Copa del Rey, logo quatro dias depois, na primeira batalha espanhola com Guardiola em que Mourinho saiu por cima. Os merengues levantaram a taça pela primeira vez desde 1993, mas, para além do troféu, a vitória era um bom presságio para a meia-final europeia que se disputaria nos dias seguintes.

A motivação dos seus jogadores era de extrema importância para Guardiola, especialmente naquele momento, mas o técnico catalão estava a ter dificuldades em levantar o espírito da equipa, enquanto Mourinho continuava a atribuir todos os sucessos do Barcelona ao trabalho dos árbitros. Guardiola foi aconselhado a não responder, mas a raiva era tanta que não se conteve, e deu aos jornalistas o discurso que acabou por motivar os seus jogadores para uma vitória por 0x2 no Santiago Bernabéu.

«Porque o senhor Mourinho se deu ao luxo de me chamar Pep, eu vou-lhe chamar José», declarou, chamando a atenção de todos os jornalistas. «Amanhã às 8h45 encontramo-nos em campo, mas ele já ganhou a batalha fora dele, como tem vindo a ganhar sempre. Se ele quer a sua Champions League, eu deixo-o ter o seu troféu de falar fora do campo, espero que ele aprecie tanto como os troféus a sério. Pode dizer e fazer tudo o que quer. Na sala de imprensa ele é o chefe, o manda-chuva.»

Na segunda-mão, Pepe estava suspenso depois do cartão vermelho no primeiro jogo, a terceira expulsão merengue em três Clásicos, e por isso não pôde marcar Messi. O jogo seria uma confirmação da prevista qualificação do Barcelona para a final, tendo terminado com um empate. Foi o final de uma série de jogos que colocariam à prova a mentalidade e a força de qualquer jogador ou treinador e, apesar de dois empates e uma vitória para cada um, o Barcelona parecia sair vitorioso daquele teste por ter conseguido a vitória mais importante, a europeia, além da confirmação do campeonato. Quem não ficou satisfeito, como seria de esperar, foi Mourinho, que imediatamente surgiu na sala onde é chefe, segundo o seu rival, e falou ao seu estilo:

«Um dia gostava de ver o Guardiola ganhar esta competição de maneira correta, sem escândalos», atirou. «Pergunto aos árbitros: porquê? Porque é que uma equipa tão boa como o Barcelona precisa sempre de ajuda extra? Não sei se é o patrocínio da Unicef que os faz parecer os bonzinhos, não entendo. Sempre que jogo contra o Pep, termino com dez jogadores. Deve ser alguma regra da UEFA».

Os cinco jogos da época acabaram em num score de dois a um a favor do Barcelona de Pep, mas mais que isso, a guerra parecia ter sido completamente ganha pelo espanhol. O Barcelona levou a Liga e a Champions, para além de dois outros troféus, enquanto que Mourinho se ficou pela Taça. Desportivamente, a balança começava a desequilibrar, enquanto que, na rivalidade, já estava o caldo mais que entornado entre José Mourinho e Pep Guardiola, que, apesar de tudo, nem sempre tinham sido inimigos.

De amigos a rivais; de Espanha a... Espanha

Conheceram-se nestes tempos @Getty / Andreas Rentz
A relação de José Mourinho e Pep Guardiola começou bastante cedo, muitos anos antes da rivalidade, mas nada longe geograficamente. Ainda durante a fase inicial da carreira ambiciosa de Mourinho, o português ocupava o seu lugar na equipa técnica de Sir Bobby Robson no Barcelona, primeiro enquanto tradutor, mas desempenhando outras funções depois disso. E quem era também profissional do clube blaugrana senão Pep Guardiola, então jogador importante de uma equipa que lutava pelo título em Espanha.

Talvez tenha sido por ironia do destino, ou, de um ponto de vista poético, uma atração imediata, mas a verdade é que Mourinho e Guardiola ao início deram-se bastante bem. A relação do catalão com o técnico era muito positiva, havendo várias imagens dos dois a conversar amigavelmente com muita frequência, mas a principal prova de intimidade entre os dois seria mesmo nas celebrações após a conquista da Taça das Taças em 1997, num abraço longo e entusiástico. Vendo as imagens tantos anos depois, é difícil não pensar que muito mais os une do que os separa.

«Amizade... Bem, não, não foi bem amizade, mas uma relação profissional», foi como Guardiola recordou mais tarde, em 2011, os anos que conviveu com Mourinho do mesmo lado da trincheira. «Falávamos das coisas quando tínhamos as nossas dúvidas, trocávamos ideias, mas não recordo disso como algo que tenha definido a nossa relação. Ele era o adjunto e eu era jogador», lembrou o técnico espanhol, não dando importância a esse passado. Mourinho, por outro lado, não teve problemas em falar à televisão espanhola acerca desse momento:

«Ainda tenho uma foto desse abraço», revelou o português, «éramos próximos». Também o próprio Bobby Robson deu o seu contributo ao esclarecimento desta questão, dizendo que «O José sempre reconheceu que o Pep era importante no clube. Ele pensou 'Tenho que me dar com ele, tenho que conhecê-lo'. E foi isso que ele fez, eles eram bastante amigáveis um com o outro». Amigos ou não, o que ninguém sabia na altura era o impacto que os dois ainda teriam no futebol mundial, como treinadores. 

Vitória pelo Inter foi ponto de partida @Getty /
A carreira de Mourinho como técnico principal começou no ano de 2000, em Portugal, e foi a partir daí que começou a ser construído um legado. Com o FC Porto, venceu a Taça UEFA e logo no ano a seguir levantou o troféu da Champions League. O sucesso em Portugal levou-o para o futebol inglês, onde foi campeão duas vezes com o Chelsea. Tudo indicava que a paragem seguinte seria o FC Barcelona, o clube a que Mourinho prometeu voltar, mas acabaram por haver algumas reviravoltas na história.

Em 2008, Mourinho foi entrevistado, em Lisboa, para substituir Frank Rijkaard no comando do Barcelona. O português estava confiante e chegou a garantir que desejava promover o então técnico da equipa B blaugrana para ser o seu adjunto: Pep Guardiola. Para além disso, o próprio Guardiola já tinha recomendado o nome Mourinho à direção do clube, o que tornou ainda mais supreendente para todos o anúncio de que o novo treinador do FC Barcelona seria mesmo o jovem catalão.

Mais tarde, veio-se a saber que um dos principais responsáveis por tudo foi Johan Cruyff, que deixou clara a sua opinião de que Guardiola era a melhor opção e convenceu os dirigentes do clube. Mourinho pode negar, mas a rejeição foi um golpe duro, que teve impacto permanente na relação do português com o Barcelona e Guardiola. Era o fim da relação amigável.

O sucesso em Barcelona foi imediato. Sob o comando do jovem técnico, a equipa culé jogou um futebol entusiasmante que conquistou o mundo. Logo na primeira temporada, Guardiola apresentou resultados do mais próximo que pode haver com a perfeição: a conquista da tríplice coroa. Parecia estar nas cartas uma hegemonia no futebol mundial para Messi e companhia, mas Mourinho tinha outras ideias.

Enquanto o Barcelona de Guardiola revolucionava o futebol, Mourinho levou as suas ideias pragmáticas para Itália, onde representou o Inter de Milão. Na primeira temporada ficou um aviso, com a conquista da Serie A, mas no ano a seguir foi a obra prima do treinador português. Campeonato, Taça e UEFA Champions League. O que marcou a conquista foi não a final, mas sim a vitória do Inter na meia-final sobre o Barcelona de Guardiola, equipa favorita à glória europeia. Quem teve a mesma opinião foi José Mourinho, que celebrou mais efusivamente o apuramento para a final em Camp Nou do que a conquista do troféu.

Eram momentos icónicos @Getty / JAVIER SORIANO
«Eles iam ter mais bola que nós, muito mais, obviamente», admitiu Mourinho anos mais tarde, numa análise tática ao jogo, «eles moviam a bola sem nos ferir, e nós só tínhamos que ser mentalmente fortes para assumir isso. Eles que tenham a bola, mas que não criem ocasiões.»

Esta conquista e todas as outras significavam que José Mourinho era, sem dúvida nenhuma, um dos melhores treinadores do mundo. Mas o que chamou a atenção do Real Madrid, mais que isso, foi o facto de ser o único técnico em dois anos a levar a melhor sobre aquele Barça. O português aceitou o convite para voltar a Espanha, preparando-se para voltar a superar o seu inimigo.

Segundo assalto

O primeiro ano em Espanha não foi ideal para Mourinho, mas ainda viu o seu Real conquistar a Copa del Rey, o que significava que a segunda (e última) época da rivalidade do português com Guardiola em Espanha começaria logo com um El Clásico na Supertaça, um troféu disputado em duas mãos sangrentas.

A primeira-mão, em Madrid, terminou num empate a dois golos. Mas foi o segundo jogo que causou mais polémica, sendo provavelmente o mais quente de todos os jogos entre as duas equipas durante este período. Voltava-se a repetir o 2x2 até aos minutos finais de um jogo que estava verdadeiramente intenso desde o início. A atmosfera no Camp Nou já era selvagem mesmo antes de, aos 88 minutos, Messi marcar o golo que se revelaria decisivo em mais uma conquista culé. Se até aí o espetáculo ainda estava, pelo menos, interessante, então a partir do golo passou a ser apenas feio. 

Uma entrada perigosa de Marcelo, no quarto minuto de compensação, gerou um cartão vermelho, para além de ter dado o início a uma confusão bastante violenta entre os bancos das equipas, que rapidamente passou de verbal a física, com alguns jogadores e até equipa técnica, com Mourinho a aproveitar a confusão para se atirar ao adjunto de Guardiola, Tito Vilanova, espetando-lhe um dedo no olho. O resultado foi um cartão vermelho para cada equipa, David Villa e Mesut Özil, para além de um jogo que já não foi retomado.

Quatro meses depois, El Clásico voltava, trazendo como sempre o drama a ele associado. Logo no primeiro minuto, ou, mais especificamente, aos 22 segundos, Karim Benzema abriu o marcador com o golo mais rápido da história do El Clásico. O Real Madrid estava em primeiro lugar com seis pontos de avanço e uma vitória na receção aos rivais podia dar uma vantagem larga ainda na primeira volta, mas, como já vinha a tornar-se um hábito, Guardiola voltou a levar a melhor. O Barcelona deu a volta e venceu por 1x3, e Mourinho tinha ficado com um registo de apenas uma vitória em oito jogos contra o Barça de Pep.

Em janeiro de 2012, a sorte ditou que Barcelona e Real Madrid se voltariam a encontrar em dois jogos, nos quartos-de-final da Copa del Rey. 1x2 foi o resultado no Santiago Bernabéu, sendo que, uma semana depois, o cenário ficava negro com o Barcelona a vencer 2x0 ao intervalo. Durante largos minutos, todo o Camp Nou cantou «Fica Mourinho, fica Mourinho», provocando o técnico português, que viu dois golos merengues na segunda parte evitar a humilhação, mas não a eliminação.

Um dos últimos encontros @Getty / JAVIER SORIANO
Depois desse jogo, Mourinho voltou em força nas críticas ao Barcelona e ao seu colega de profissão, semana após semana, mesmo sem nunca dizer o nome do clube a que se estava a referir. Atacava frequentemente o estatuto e arrogância catalã de achar que mais nenhuma maneira de jogar futebol era igualmente legítima em comparação com o aclamado tiki-taka, contrariava-se a esta pureza e defendia a sua visão do jogo. Acusava o Barcelona de simular faltas e pressionar árbitros para que lhes favorecessem. Dizia tudo o que sentia, sem filtro, e, quando acusado de o fazer, deu a entender que Guardiola não era diferente:

«Eu nunca tentei esconder as minhas falhas. Há gente mais inteligente que eu, que tenta vender uma imagem diferente da minha, mas que na verdade é igual a mim», atirou 'Mou'.

«Se for verdade que somos parecidos, então está na hora de eu reavaliar o meu comportamento», replicou Guardiola.

«Calma», era o que o El Clásico precisava numa era de rivalidade tão intensa, e foi calma que Cristiano Ronaldo pediu quando assegurou a vitória blanca no terreno dos seus rivais, num jogo de grande importância no caminho para o título. O Real Madrid estava, a quatro jornadas do fim, com quatro pontos de avanço para o Barcelona e um jogo entre as duas equipas poderia ser o fator decisivo. A conquista da La Liga veio duas semanas depois e a última jornada do campeonato viu José Mourinho chegar aos míticos 100 pontos no campeonato, marcando 121 golos pelo caminho, naquele que foi o seu momento de glória em Espanha.

«Quem é o treinador do melhor Real da história? Eu!», congratulou-se Mourinho, antes de responder aos críticos do seu estilo de jogo: «Sou o campeão da Liga dos Recordes e esse é o meu lugar na história. Às vezes, uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade. As minhas equipas são construídas para vencer.»

Em Manchester foi bem diferente... @Getty / Michael Steele
O final da época seria um ponto final na rivalidade espanhola de Mourinho e Guardiola, bem como dos anos mais quentes do El Clásico, devido à saída do técnico espanhol para um ano de pausa nos Estados Unidos (não terá sido por acaso...). Mourinho aproveitou para uma última bicada, antes que tudo terminasse: «É a vida dele, mas para mim seria impensável tirar um ano sabático. Ele é mais novo que eu, mas eu não estou cansado», atirou.

O futebol em Espanha continuaria, como é claro, e Mourinho ainda liderou o Real Madrid durante mais um ano, mas não foi bem a mesma coisa. A rivalidade entre as duas maiores equipas do país vai existir para sempre, ainda que com a garantia de nunca mais voltar a ser tão intensa como foi entre 2010 e 2012.

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