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    A história da edição

    Champions 92/93: O sonho de Tapie

    Texto por Vasco Sousa
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    Depois de, em 1991/92, a UEFA ter experimentado, pela primeira vez, uma fase de grupos na Taça dos Campeões, o organismo manteve o formato da competição, mas com alterações que ficariam na história: a fase de grupos passou a ter todos os jogos no mesmo horário (quem não assume as 19h45 como a hora Champions?), adotou-se um hino (não é preciso dizer qual, certo?) e mudou-se o próprio nome da prova: a então conhecida Taça dos Campeões Europeus passou a ser denominada de Champions League.

    A grande surpresa de toda a competição aconteceu ainda nas fases de qualificação para a fase de grupos (por esta altura, todas as equipas participantes – só os campeões de cada país – passavam por uma fase prévia aos grupos): o campeão europeu Barcelona, o famoso Dream Team de Johan Cruyff, foi afastado pelos russos do CSKA Moscovo, autores de uma fantástica vitória no Camp Nou por 2x3, depois de estarem a perder por 2x0.

    O nigeriano Viktor Ikpeba, do Club Brugge ficou na história ao marcar o primeiro golo da Champions, numa fase de grupos que decorreu de forma tranquila, sem grandes surpresas, com o Marseille e o Milan a confirmarem o favoritismo que lhes era atribuído.

    Na final, disputada em Munique, a equipa milanesa era favorita. Com Van Basten (tinha feito um poker na estreia na competição, mas já debilitado pelas lesões – a final seria, mesmo, o último jogo da carreira), Lentini (na altura, o jogador mais caro do mundo, mas que sofreria um acidente que o impediu de mostrar todo o seu talento no clube) e Papin (maior goleador dos marselheses nas épocas anteriores, e que ficou no banco no jogo decisivo), os milaneses tinham ganho todos os jogos da fase de grupos, com apenas um golo sofrido. Mas um golo do central Basile Boli, em cima do intervalo, permitiu a vitória ao Marseille que, assim, se tornou a primeira (e, até hoje, única) equipa francesa a sagrar-se campeã da Europa.

    Depois de ter ultrapassado com dificuldades um grupo constituído por Rangers, Club Brugge e CSKA Moscovo, o triunfo frente ao Milan fez Bernard Tapie, histórico presidente do Marseille, realizar um sonho: levar o Marseille ao topo do futebol europeu. Nos anos anteriores, a glória já tinha ficado perto (meias-finais em 1990, final perdida nos penaltis em 1991) e agora podia finalmente erguer o troféu, com um plantel muito talentoso, onde se destacavam o jovem guarda-redes Barthez, a dupla defensiva do meio campo Deschamps e Desailly (estes três jogadores seriam campeões do Mundo e da Europa pela França anos depois), os desequilibrados Sauzée (melhor marcador da prova) e Abedi Pelé e a temível dupla atacante constituída por Voller e Boksic.

    A festa foi grande, mas pouco tempo depois, o escândalo rebentou: jogadores do Valenciennes acusaram o Marseille de lhes pagarem para perder um jogo decisivo da Liga Francesa. O clube foi castigado pela Liga e pela UEFA e já não defendeu o título conquistado no ano seguinte. Tapie foi irradiado do futebol e, pouco a pouco, os craques da equipa foram saindo. Mas o título europeu manteve-se no palmarés e a taça no museu, e o Marseille pode orgulhar-se de um feito inesquecível: foi a equipa que venceu a primeira edição da Champions League!

    Comentários

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    motivo:
    A TCE e a UCL são a mesma coisa.
    2020-04-10 01h12m por eduardonlirio
    A prova é a mesma, o que é diferente é o formato. Não separem as coisas.
    jogos históricos
    U Quarta, 26 Maio 1993 - 19:15
    Olympiastadion
    Kurt Röthlisberger
    1-0
    Basile Boli 44'
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    Estádio
    Olympiastadion
    Lotação69250
    Medidas105X68
    Inauguração1972